Publicado em: 14 de janeiro de 2025
Entidade comemora alta de 14,1% nas vendas gerais, mas pede medidas para conter a entrada de veículos estrangeiros, especialmente da China
ALEXANDRE PELEGI
O Brasil registrou um recorde histórico na venda de veículos novos e usados em 2024, atingindo a marca de 14,1 milhões de unidades, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O número representa um crescimento de 14,1% em relação ao ano anterior, impulsionado principalmente pelo mercado de veículos zero quilômetro, que totalizou 11,7 milhões de unidades. representando 82% do total.
As vendas de usados registraram 2,5 milhões de unidades, representando 18% do total.
Apesar do resultado positivo, a Anfavea manifestou preocupação com o aumento das importações, que atingiram o maior patamar dos últimos 10 anos. A entidade destaca que o Brasil gastou R$ 30 bilhões em importações de veículos em 2024, com uma renúncia fiscal de R$ 6 bilhões.
“O Brasil precisa exportar mais e essa é a prioridade zero da Anfavea”, disse o presidente da Anfavea, Márcio Lima Leite. “Estamos perdendo participação em países que não são fundamentais para o Brasil e em mercados que cresceram. Além disso, temos excesso de importações”, concluiu.
ÔNIBUS
No item ônibus novos, os dados da Anfavea registram 22.402 veículos licenciados em 2024, número 9,7% maior que em 2023, quando foram emplacados 20.428.
Tomando por base o mês de dezembro de 2024, com 2.232, o aumento em relação ao mês anterior, novembro, com 1.867 licenciamentos, foi de 19,6%.
Já quanto aos dados de licenciamentos de ônibus referentes a dezembro de 2024 e dezembro de 2023, o crescimento foi de 50,9%: 2.232 ante 1.479 unidades.
ELÉTRICOS X DIESEL
Na soma de ônibus e caminhões, os elétricos tiveram crescimento de 81,7% – foram 465 em 2023, número que saltou para 845 em 2024.
Já os pesados a gás também tiveram crescimento, passando de 149 para 241, ou 61,7%.
Os veículos pesados a diesel subiram 14,38%, o que aponta uma tendência maior do mercado para o transporte mais sustentável.
Em participação, no entanto, elétricos e gás continuam com percentuais baixos: em 2023 os elétricos representavam 0,4% e passaram a 0,6% em 2024. Os pesados a diesel mantiveram a maioria: 99,5% em 2023, caindo para 99,2% em 2024.
IMPORTAÇÕES
A China foi o país que mais aumentou sua participação no mercado brasileiro, com um crescimento de 187% nas vendas, totalizando 120.354 veículos, o que representa participação de 26%.
Já a Argentina, tradicional fornecedora de veículos para o Brasil, viu sua participação cair de 62% para 48%, embora ainda tenha exportado 224.757 carros para o país.
O México respondeu por 44.507 unidades, 43% de aumento, com a participação de 10% no total das importações.
A Anfavea defende a antecipação do imposto de 35% para carros elétricos e híbridos importados, como forma de proteger a indústria nacional e incentivar a produção local. O presidente da entidade, Márcio Lima Leite, ressaltou a necessidade de aumentar as exportações e reduzir as importações como prioridade para o setor em 2025.
No que diz respeito à produção, o Brasil fabricou 2,55 milhões de veículos em 2024, um aumento de 9,7% em relação a 2023. Apesar do crescimento, o número ainda está abaixo do patamar pré-pandemia, quando foram produzidos 2,94 milhões de veículos em 2019.
Produção total de veículos em 2024: 2,55 milhões de unidades (+9,7%).
A Anfavea também celebrou a recuperação do oitavo lugar entre os maiores produtores de veículos do mundo, com o Brasil registrando o maior crescimento (+14,1%) entre os principais mercados.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes