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Brasil pode eletrificar 14 mil ônibus até 2030 sem ampliar frota, aponta estudo


Foto: Ricardo Marajó/SECOM

Regiões metropolitanas como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte concentram maior potencial de substituição tecnológica com impactos ambientais e econômicos imediatos

ALEXANDRE PELEGI

Colaborou Vinícius de Oliveira

Um estudo publicado pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil), em agosto de 2025, revela que o Brasil tem potencial para eletrificar, no curto e médio prazo, 14.146 ônibus convencionais movidos a diesel nas 21 regiões metropolitanas mais populosas do país. A substituição seria possível sem a necessidade de ampliar as frotas, desde que os veículos escolhidos tenham mais de cinco anos de uso e consumo energético compatível com baterias atualmente disponíveis no mercado nacional.

A iniciativa considera aspectos operacionais, tecnológicos e ambientais para recomendar políticas públicas alinhadas à descarbonização do transporte coletivo. O levantamento utiliza como base dados operacionais reais de 18 sistemas de transporte e mostra que cerca de 54% dos ônibus convencionais em operação podem ser substituídos por modelos elétricos sem comprometer a operação atual.

Gráfico 1 – Potencial Absoluto de Eletrificação

Gráfico 2 – Potencial Relativo de Eletrificação

Quadro Comparativo entre Cidades

Impacto Ambiental e Econômico

A substituição desses veículos mais antigos e poluentes pode evitar a emissão de 437,7 mil toneladas de CO₂ equivalente por ano, além de representar uma economia entre R$ 54,4 milhões e R$ 62,1 milhões anuais com base no Custo Social do Carbono (CSC).

A eletrificação da frota urbana também promove melhorias na qualidade do ar, redução do ruído e menor gasto com saúde pública nas áreas mais densamente povoadas.

Recomendações do estudo

O ITDP Brasil propõe três ações prioritárias para acelerar a transição energética no transporte público:

1. Melhoria da governança de dados sobre frotas e operação.

2. Planejamento de infraestrutura de recarga elétrica de acordo com a realidade dos sistemas.

3. Coordenação federal para compras públicas de ônibus elétricos, vinculando o repasse de recursos à adoção da tecnologia.

Vale pontuar que o estudo não considerou os sistemas de transporte público das regiões Norte e Nordeste do país, com exceção de Salvador (BA), pela falta de dados necesários para uma análise mais detalhada. A pesquisa focou nos modais das regiões Sul e Sudeste, além de Brasília (DF), esta que foi a única do Centro-Oeste.

Parcerias e Apoios

O estudo “Acelerando a Transição”, coordenado pelo ITDP Brasil com coautoria da Scipopulis, contou com o apoio técnico de especialistas em mobilidade urbana, clima e tecnologia. A pesquisa foi realizada com base em dados fornecidos por agências públicas de transporte e contou com a colaboração de gestores municipais em diversas regiões metropolitanas. O trabalho também está alinhado às diretrizes do Novo PAC e do programa REFROTA, promovido pelo Governo Federal, reforçando o compromisso intersetorial com a descarbonização do transporte público.

O Ministério das Cidades colaborou como parceiro técnico e institucional, contribuindo com a estruturação dos eventos, disseminação de conteúdo e articulação com gestores municipais para que o estudo servisse de base prática à execução do programa de renovação de frotas elétricas.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Vinícius de Oliveira, para o Diário do Transporte





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