Publicado em: 28 de novembro de 2025

Como o Diário do Transporte já havia noticiado: Rio acende sinal verde para eletrificação; próxima licitação de ônibus da cidade será 100% elétrica, diz Eduardo Paes
ADAMO BAZANI
Colaborou Alexandre Pelegi
O sistema de transportes municipais do Rio de Janeiro por BRTs (Bus Rapid Transit) vai testar um ônibus 100% elétrico com piso baixo total, ar-condicionado, tomadas USB para recarga de celulares (inclusive para os passageiros em pé, porque, além dos bancos, os balaústres também contam com entradas) e sistema de “ajoelhamento” da suspensão e rampa de acesso.
Trata-se de um modelo de fabricação chinesa, produzido pela Higer, que possui representação brasileira da TEVX Motors Group.
Apesar da produção na China, a fabricante e a representante dizem que o modelo foi desenvolvido especialmente para o mercado brasileiro.
É o Azure A12 BR, que já opera comercialmente em diferentes sistemas de transportes pelo Brasil.
O Diário do Transporte esteve em Cascavel (PR), a convite da própria TEVX/Higer, para conferir a operação de um dos sistemas de mobilidade com modelos diversos da fabricante.
Na cidade paranaense, atualmente, a frota de 15 ônibus elétricos é composta de 13 unidades do tipo padron de 13 metros de comprimento e dois articulados de 18 metros. A intenção é dobrar a quantidade para 30 unidades, o que deixaria todos os veículos do sistema troncal eletrificados.
Veja vídeo das operações e do eletroterminal de recarga, com entrevistas, neste link:
Por ter piso baixo total, o veículo deve ser testado em trajetos de linhas alimentadoras dos corredores principais do BRT do Rio de Janeiro, cujo serviços troncais são operados por ônibus de 15 metros e articulados e superarticulados de até 23 metros, com piso alto compatível com as plataformas de embarque e desembarque elevadas das estações e terminais dos eixos principais.
O Azure A12 BR, segundo a TEVX-Higer, é configurado para carrocerias entre 12m e 13m (a partir de 13m é o Azure A13 BR), se enquadra na tipologia brasileira “padron”, as baterias podem ter autonomia entre 200 km e 270 km dependendo das condições de operação com recarga completa de três horas em média, e a capacidade varia entre 75 e 80 pessoas.
As garantias das baterias são de oito anos e o veículo ainda possui câmeras internas, externas e de 360º; retrovisores digitais como opcionais em vez de espelhos, conectividade por wi-fi para os passageiros entre outros itens de conforto e acessibilidade.

Como já havia mostrado o Diário do Transporte, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que a próxima licitação de ônibus da cidade será “100% elétrica”.
Segundo Paes, o edital será voltado para “veículos elétricos puros”, rompendo com modelos a diesel ou híbridos.
Relembre:
Em 27 de outubro de 2025, o prefeito assinou o Decreto “P” nº 598, que instituiu a Comissão Especial de Licitação SMTR‑Rio, vinculada à Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro (SMTR), para conduzir a concorrência CO SMTR nº 001/2025.
O edital prevê contratos cuja estimativa de valor pode chegar a R$ 375 milhões, com proibição de participação de empresas que mantenham qualquer vínculo com o sistema de bilhetagem eletrônica Jaé.
Esses contratos visam substituir os atuais contratos emergenciais, implementar o modelo da Rede Integrada Rio, reorganizar a rede, estabelecer metas de pontualidade e regularidade, e exigir renovação da frota, tecnologia embarcada e integração tarifária.
A convocação da licitação para elétricos ocorre em momento estratégico: em setembro de 2025, a capital anunciou a retomada testes com ônibus elétricos — algo que não acontecia há mais de uma década. Relembre:
Relembre:
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Colaborou Alexandre Pelegi


