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BRT Elétrico e Bonde Digital sem Trilhos poderão dividir mesma canaleta em Cuiabá – VÍDEO


 

Segundo vice-governador de Mato Grosso, sistema de ônibus rápidos será entregue e BUD pode ser inserido como alternativa; na Europa, multimodais dividindo mesma faixa de domínio são comuns. Diário do Transporte trará uma reportagem especial presencial do Velho Continente sobre isso

ADAMO BAZANI
Colaborou Vinícius de Oliveira

O sistema de ônibus elétricos rápidos de maior capacidade que os comuns (BRT – Bus Rapid Transit) que deve ser inaugurado até abril de 2026 entre Cuiabá e Várzea Grande, em Mato Grosso, poderá dividir a mesma faixa de domínio com um meio de transporte conhecido como DRT (Digital Rail Transit, ou transporte sobre trilhos digitais em português) ou BUD (Bonde Digital Urbano), que é produzido na China e, que no Brasil, será testado na região metropolitana de Curitiba, além de já despertar interesse das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro – VEJA MAIS ABAIXO OS DETALHES.

A declaração foi do vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta, em entrevista coletiva na última sexta-feira, 17 de outubro de 2025.

A troca de meio de transporte foi uma sugestão do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, como alternativa entre o BRT e o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). O projeto original de ligação entre os dois municípios era um BRT mesmo para a Copa de 2014, que foi trocado por um VLT. A escolha do VLT, de forma repentina na época, se deu sob suspeita de fraudes e desvios, como apurou a Operação Descarrilho, da Polícia Federal, em agosto de 2017. Mesmo com a implantação de trilhos em um trecho e a compra de alguns veículos já realizadas, em dezembro de 2020, o Governo do Estado anunciou oficialmente a desistência do VLT, apresentando um estudo que indicava que a retomada do BRT seria mais viável e vantajosa. (veja mais abaixo)

Segundo Pivetta, não há qualquer possibilidade de o projeto de BRT ser abandonado e a obra do sistema de ônibus será entregue. Os coletivos já estão sendo cotados para a compra, ainda de acordo com o vice-governador.

“Não existe possibilidade de não ser concluída. Tem dia para concluir, esse assunto nós sabemos que é um assunto melindroso, o povo cuiabano já sofreu muito com isso, desde 2010, 2011, e nós temos prazo para terminar as obras, essas obras vão ser terminadas até março, abril do ano que vem. Os veículos, ônibus BRT, nós estamos estudando, já cotando, surgiu agora essa possibilidade que pode haver viabilidade, nós estamos fazendo os estudos, já estamos conversando com quem precisa conversar”.

O vice-governador disse ainda que, se for constatado que o BUD pode ser viável, uma das possibilidades é que o meio de transporte use a mesma infraestrutura do BRT. Pivetta esteve no Paraná para conhecer o BUD.

“Para que não se crie confusão, o que está definido é BRT, se ficar demonstrado que esse modal tem viabilidade, que é só o bonde, usa a mesma faixa do BRT, tudo o que está sendo feito, inclusive para a possibilidade, não sei se vai ser ou não, de mudar para esse modal, ou para inserir esse modal também” – explicou.

Para cobrir a Busworld-2025, em Bruxelas, na Bélgica, considerado o maior evento de ônibus do mundo, a convite da Mercedes-Benz, o Diário do Transporte esteve em parte da Europa e vou que é comum bondes modernos com trilhos (VLT) e ônibus dividirem os mesmos espaços, tanto em canaletas ou mesmo em vias comuns (NESTA SEMANA AINDA, O DIÁRIO DO TRANSPORTE TRARÁ UMA REPORTAGEM ESPECIAL SOBRE A EXPERIÊNCIA PRESENCIAL A RESPEITO DISSO – Fique ligado).

Abaixo da foto e do vídeo, saiba detalhes do BUD e os interesses de gestores brasileiros. Também relembre a Opoeração Descarrilho.

Em Mannheim, na Alemanha, ônibus literalmente anda sobre os trilhos (foto: Adamo Bazani)

O BUD E OS INTERESSES DE GESTORES BRASILEIROS:

O DRT (Digital Rail Transit, ou transporte sobre trilhos digitais em português) ou BUD (Bonde Digital Urbano), é produzido pela empresa CRRC Nanjing Puzhen.

Como mostrou o Diário do Transporte, o BUD se trata de um veículo sobre pneus que dispensa os “trilhos tradicionais” e combina guiagem magnética digital embutida no pavimento com propulsão elétrica via supercapacitores — componentes diferentes das baterias de lítio, que armazenam e liberam energia rapidamente e mantêm desempenho estável ao longo de sua vida útil.

O governador do Paraná, Ratinho Júnior anunciou que o modelo passa por testes em uma linha metropolitana de 10 km entre Pinhais e Piraquara, cidades vizinhas a Curitiba, nos próximos 45 dias.

Relembre:

O modelo também interessa a cidade de São Paulo, que possui um projeto de VLT para a região central que pode ser trocado pelo BUD.

O secretário municipal de mobilidade e transportes de São Paulo, Celso Jorge Caldeira, visitou a fábrica na China e disse que o veículo pode substituir o projeto original do VLT, caso seja comprava viabilidade econômica e técnica.

Relembre:

A cidade do Rio de Janeiro, que aprovou na câmara de vereadores a substituição de corredores BRT pelo VLT, também considera como alternativa o BUD.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro, Osmar Carneiro, segundo a Câmara, também mencionou a possibilidade de optar por um sistema de “bonde digital com pneus” no lugar do VLT.

 “Visitamos as duas únicas fábricas do mundo com essa tecnologia, na China. Ela parece promissora em termos de custo-benefício, mas ainda precisamos compreender melhor seu funcionamento.” – explicou

Relembre:

Operação Descarrilho:

Em agosto de 2017, a operação “Descarrilho”, da Polícia Federal, revelou esquemas de corrupção no processo licitatório e implantação da obra do VLT.

Com isso, o governador Pedro Taques decidiu rescindir o contrato com o Consórcio VLT-Cuiabá/Várzea Grande, formado pela CR Almeida, CAF, Santa Barbara e Magna.

Antes da operação da Polícia Federal, Taques chegou a cogitar o pagamento de R$ 922 milhões para o consórcio retomar as obras.

De acordo com a Polícia Federal, ocorreu um superfaturamento superior a R$ 120 milhões para a compra dos trens, fruto do RDC – Regime Diferenciado de Contratações, que tem regras mais “flexíveis” que as previstas pela “lei de licitações” 8666/93. O RDC foi usado em várias obras para a Copa em diversas partes do país.

No dia 06 de junho de 2019, em segunda instância, o TJMT – Tribunal de Justiça de Mato Grosso negou recurso contra a rescisão do contrato, movido pelo consórcio da CR Almeida, CAF, Santa Barbara e Magna.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes



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