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BYD apresenta o único ônibus midi 10 metros de piso baixo montado no Brasil


Desenvolvido com os padrões da capital paulista, modelo incorpora tecnologias inéditas como o controlador que reúne seis funcionalidades, ampliando espaço e reduzindo peso

ADAMO BAZANI e VINÍCIUS DE OLIVEIRA

Finalmente, uma lacuna grave no mercado de ônibus elétricos no Brasil passa a ser coberta: a BYD apresentou com exclusividade ao Diário do Transporte nesta quinta-feira, 23 de outubro de 2025, o primeiro modelo (micrão) de 10 metros com piso baixo do mercado nacional com potencial de exportação, montado no País.

A novidade vai ser apresentada no ARENA ANTP, evento que reúne especialistas, gestores e fabricantes, que ocorre entre os dias 28 e 30 deste mês em São Paulo, mas a reportagem foi na planta de Campinas (SP) a convite da fabricante e antecipa.

O diretor de vendas de veículos comerciais da BYD no Brasil, Bruno Paiva, explicou para a reportagem que o modelo atende aos padrões operacionais da SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema da capital paulista, o que significa que tem aplicação para diversas cidades brasileiras, já que boa parte delas se baseia nas exigências de São Paulo.

Além das dimensões, voltadas para o segmento de ônibus menores para áreas de difícil acesso e linhas alimentadoras, o modelo BC10LE traz mais novidades com relação a tecnologia embarcada.

Uma das principais delas é o controlador integrado 6×1, que reúne seis elementos da parte elétrica que são fundamentais para que os ônibus deste tipo funcionem: 2 unidades de controle de motor elétrico; 1 unidade de controle de direção; 1 unidade de compressor de ar; 1 conversor DC-DC; e 1 unidade distribuidora de potência.

Somente esta tecnologia permite que haja um ganho de espaço suficiente para a implementação de mais bancos na parte traseira, o que faz toda a diferença para o passageiro, operador de transporte e gestor público. Todos os seis equipamentos ficavam atrás, quase até o teto. Agora, ocupam um espaço bem reduzido, permitindo até a inserção do vidro traseiro. Essa substituição faz com que haja também uma redução de peso de 120 kg, aproximadamente, dependendo da configuração.

Além dessa novidade, todos os midis de 10 metros já contam com baterias Blade, que possuem tamanho reduzido, maiores autonomias, entre 275 e 300 km. Conforme a operação, o tempo de recarga total é menor, caindo pela metade e sendo possível em cerca de uma hora e meia. Assim, a segurança foi ampliada, funcionando mesmo submetida a impactos.

Juntamente com o controlador 6×1, a Blade permite uma redução de peso de 1,5 tonelada por ônibus, o que num midi de PBT (Peso Bruto Total) de 10 metros significa nada mais nada menos que um veículo 15% mais leve, isso se traduz em maior espaço interno, menor consumo de energia e menos gastos com desgaste de pneus e outros componentes.

Ônibus midis normalmente são utilizados em vias estreitas, com valeta, lombadas e buracos, como boa parte dos itinerários do lote Distribuidor Local de São Paulo, as chamadas linhas de bairro, operadas por empresas que surgiram de cooperativas.

A pergunta é: um modelo de piso baixo, ainda mais elétrico, dá conta de atender tudo isso?

Bruno Paiva garantiu que sim. E a resposta, segundo o diretor de vendas da BYD, está na tecnologia empregada em soluções de engenharia no quadro de chassi, eixos e sistema de suspensão.

Mais uma novidade quanto ao modelo, mas a toda linha também.

A BYD concede garantia de 10 anos para as baterias e aproveitamento de 80% de retenção de energia mesmo próximo do fim deste período.

Além das questões relacionadas a falta de infraestrutura na rede de distribuição, a carência de alguns modelos no mercado, como este nicho de 10 metros, é apontado como motivo da eletrificação na capital paulista não avançar como planejado. A frota do subsistema local é uma das que mais envelhecem. Sem poder comprar ônibus a diesel desde 17 de outubro de 2022, as viações deste subsistema veem suas frotas envelhecerem e os custos aumentarem.

A população, por sua vez, vê o transporte piorar com falta de conforto e atrasos por quebras constantes.

A BYD promete que vai contribuir para este quadro mudar.

O BC10LE passará por testes para aprovação da SPTrans já neste ano de 2025 e deve se tornar comercial já no primeiro semestre de 2026, mas já existem operadores que acenaram para as primeiras encomendas para a capital paulista.

2 unidades de controle de motor elétrico; 1 unidade de controle de direção; 1 unidade de compressor de ar; 1 conversor DC-DC; e 1 unidade distribuidora de potência

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Vinícius de Oliveira, para o Diário do Transporte



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