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Capital paulista registra mais 24 ônibus atacados entre sexta (11) e sábado (12), quando onda completa exatamente um mês, somando mais de 700 em todo o Estado


Empresas têm mudado a rotina das áreas de manutenção, reforçando equipes da noite/madrugada.

Capital paulista registra mais 24 ônibus atacados entre sexta (11) e sábado (12), quando onda completa exatamente um mês, somando mais de 700 em todo o Estado

Somente envolvendo os coletivos municipais, já são 370 veículos depredados desde 12 de junho de 2025. Autoridades de segurança seguem sem respostas

ADAMO BAZANI

Mais 24 ônibus do sistema municipal de transporte coletivo da capital paulista foram depredados entre esta sexta-feira, 11 de julho de 2025, e a madrugada deste sábado (12), dia em que completa exatamente um mês do início da onda de depredações que assusta passageiros, funcionários, empresas e gestores públicos do setor.

A atualização foi feita na manhã deste sábado pela SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora da prefeitura, em respostas a pedido do Diário do Transporte.

Com isso, sobe para 370 casos acumulados neste período somente na capital e já ultrapassa de 700 em todo o Estado considerando os diferentes sistemas de transportes de ônibus urbanos ou metropolitanos.

O total de ocorrências por dia ainda é alto e não há ainda respostas efetivas das autoridades de segurança pública quanto a prisões e o esclarecimento das motivações.

Veja reportagem especial abaixo:

Sábado, 12 de julho de 2025: Onda de ataques a ônibus em São Paulo completa um mês – O que se sabe até agora

Tese de motivação por jogos online e desafios entre jovens não foi descartada, mas perde força; enquanto insatisfação de empresas que perderam os contratos passa a ser investigada com maior rigor. Diário do Transporte divulgou documento que, para investigadores, pode ser peça-chave nesta linha de apuração

ADAMO BAZANI

Neste sábado, 12 de julho de 2025, a onda de ataques contra ônibus no Estado de São Paulo, com mais de 700 veículos depredados, sem autoria definida pelas investigações e, até o momento, pelo perfil das pessoas presas, sem nenhuma que possa ser classificada, até agora, como entre os supostos mandantes.

O número, inclusive, de ocorrências, é subestimado: seja porque nem sempre as empresas notificam os casos (dependendo do sistema) e porque prefeituras sequer têm um controle. As subnotificações não só são encaradas como problema pela Polícia, mas como falta de colaboração e até de forma suspeita – VEJA MAIS ABAIXO:

O Diário do Transporte foi o primeiro veículo de jornalismo profissional a noticiar, desde o caso número 1, e a revelar materiais e fatos considerados por policiais que atuam no caso como relevantes para as investigações.

Entre estes materiais, o Diário do Transporte tem trazido à tona documentos, vídeos, dados e até fatos, como nos últimos dias, quando a reportagem revelou que os ataques chegaram às vans do Atende, serviço de transporte especial para pessoas com alto grau de deficiência, que também sofreram depredações. Estes veículos, que pertencem às viações, passaram a ser contabilizados também pela SPTrans.

Relembre:

Colegas de imprensa, a maior parte eticamente citando o trabalho do Diário do Transporte, repercutiram e também ajudam a elucidação.

OPERAÇÕES DS POLÍCIAS NÃO ASSUSTAM:

Ocorre que nem mesmo as operações anunciadas pelas forças policiais desestimularam os casos.

Uma megaoperação contínua, denominada pelas forças policiais de “Operação Impacto”, teve início em 03 de julho de 2025, quase 20 dias depois dos primeiros ataques, com mais de 7 mil agentes e 3 mil viaturas. Mesmo assim, no dia 07 de julho de 2025, uma segunda-feira, ocorreram 59 casos somente com ônibus da capital. Recorde para um dia.

Relembre:

Em 10 de julho de 2025, foi realizada uma operação pela Polícia Militar sem resultado algum.

BALANÇO, EMPRESAS E REGIÕES:

Os acumulados só crescem com casos todos os dias. Por isso, é até difícil um número exato. Além disso, são quatro tipos de sistemas de transportes diferentes: 1) municipais de São Paulo (SPTrans), que atualiza todos os dias e conta desde 12 de junho; 2) intermunicipais metropolitanos na Grande São Paulo (Artesp – ex EMTU), que demora para atualizar e conta desde 1º de junho; 3) municipais que só rodam dentro das cidades vizinhas da capital (prefeituras, é o que menos tem confiabilidade, demoram e muitas vezes nem sequer possuem controle; 4) litoral paulista, que mescla Artesp e municipais de cada cidade, também sendo defasado.

Mas até o início da manhã de sábado (12 de julho de 2025), os números oficiais, que logo vão mudar, ultrapassam 700 e são os seguintes:

Este total de 700 veículos abrange quatro diferentes tipos de sistemas de transportes no Estado.

SPTrans (Municipais da capital paulista): 370, de 12 de junho a 11 de julho – 370 COM NOVOS CASOS

Artesp (ex-EMTU, intermunicipais/metropolitanos): 246, de 01 de junho a 08 de julho (atualização desta sexta-feira, 11)

SUBTOTAL: 370+246 = 616 ônibus (mas SPTrans considera um período menor que Artesp, mesmo que em quantidade inferior a partir do “boom” de 12 de junho de 2025, ainda tiveram alguns.

Porém há dois outros sistemas de transportes que entram nessa conta

Municipais que só rodam dentro das cidades vizinhas sem adentrar a capital. Exemplo: Suzantur, de Santo André; Urubupungá, de Osasco, etc 87, de acordo com as prefeituras, entre 1 de junho e 10 de julho.

Litoral Paulista: 31, entre municipais e metropolitanos.

SUBTOTAL 616 (370 – SPTRANS + 246 ARTESP-EMTU) + 87 (vizinhas) + Litoral 31 = 734 (número em ampliação)

A Polícia tem números menores: cerca de 200 (191) em todo o Estado e alega subnotificações por parte das empresas. Na capital paulista, de acordo com o levantamento do Deic (Departamento de Investigações Criminais) da Polícia Civil, 60% dos registros são na zona Sul e, quase 90% (86,36%) dos casos envolvem apenas cinco empresas que na ordem são: Mobibrasil (29,41%); Transspass (20,59%); Viação Grajaú (19,12%), Via Sudeste (9,56%), Gatusa (8,09%).

PRISÕES (maiores) / APREENSÕES (menores):

– 19/06/2025 – Homem de 41 anos, 3º DP de Diadema

– 04/07/2025 – Adolescente de 16 anos, 1º DP de Cotia

– 06/07/2025 – Homem de 31 anos, Deic – apontado como um dos principais entre os presos, mas não de grande relevância ainda. Atirou  uma pedra num ônibus da Mobibrasil, na zona Sul a capital paulista, com uma passageira ferida.

– 10/07/2025 – Homem de 30 anos, 53 DP.

A maior parte dá versões que tentam desconfigurar qualquer participação em supostos esquemas e tentam passar a impressão de terem sido pegos em situações isoladas, como brigas de trânsito, surtos psicóticos ou consumo de álcool e drogas. Para a Polícia, isso pode ser uma estratégia dos suspeitos, ou parte deles.

LINHAS DE INVESTIGAÇÃO:

A Polícia Civil considera três como principais

– DESAFIOS DA INTERNET: Tese de motivação por jogos online e desafios entre jovens não foi descartada, mas perde força com o avançar das apurações, números de casos e características das ações;

– CRIME ORGANIZADO E REAÇÃO DE EMPRESAS: A insatisfação de empresas com supostas ligações com o crime organizado e que perderam os contratos passa a ser investigada com maior rigor. O 8Diário do Transporte* divulgou documento que, para investigadores, pode ser peça-chave nesta linha de apuração. As depredações em massa começam no mesmo dia em que prefeitura de São Paulo assinou despacho que viabiliza transferência de contratos entre a Transwolff, empresa que foi alvo de operação do MP (Ministério Público) por suspeita de ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e a Sanceutr (companhia selecionada pela gestão do prefeito Ricardo Nunes para assumir no lugar).  A Polícia Civil de São Paulo investiga se há alguma relação entre os fatos, mas ocorrências onde não há nenhuma relação com as duas empresas ainda colocam em dúvida se esta seria uma das motivações. O ABC Paulista, por exemplo, é um dos principais palcos dos ataques e não têm ligação direta com esta transferência.

Os policiais não descartam que esta sim pode ser uma das motivações entre várias, já que, regionalmente, oportunistas podem ter aproveitado o início da “onda” para fazer os seus acertos locais. Ou pior; um recado do crime organizado de demonstração de força com a seguinte mensagem: não mexa com nossos interesses locais que o Estado todo pode pagar. Relembre:

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes





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