26.9 C
Rondonópolis
sexta-feira, 1 agosto - 21:24
- Publicidade -
Publicidade
HomeTransportesCEO da BusCo detalha estratégia da nova plataforma rodoviária

CEO da BusCo detalha estratégia da nova plataforma rodoviária


Em entrevista exclusiva ao Diário do Transporte, Claudio Souza explica como a joint venture entre Águia Branca e Grupo JCA aposta em tecnologia, baixo custo e atendimento integral ao passageiro para se diferenciar no mercado

ALEXANDRE PELEGI

Fruto de uma joint venture entre os grupos Águia Branca e JCA, a BusCo chega ao mercado rodoviário com a proposta de unir tecnologia, eficiência e preços competitivos, oferecendo ao passageiro uma experiência que vai além da simples venda de passagens. Com R$ 50 milhões de investimento e uma plataforma desenvolvida com foco em inteligência artificial, a empresa estreia suas primeiras rotas interestaduais e projeta atingir R$ 100 milhões em GMV no primeiro ano. Em entrevista exclusiva ao Diário do Transporte, Claudio Souza, CEO da BusCo, falou sobre os diferenciais da plataforma, os planos de expansão e a aposta em um atendimento integral ao cliente.

Entrevista

Alexandre Pelegi (Diário do Transporte): A BusCo nasceu como uma joint venture entre dois gigantes do transporte rodoviário, a Águia Branca e o Grupo JCA. Mas a proposta parece ir além de um simples marketplace. Qual é, afinal, o modelo de negócio?

Claudio Souza (BusCo): O que a gente não é: não somos um marketplace. Nosso modelo se baseia em parcerias diretas com as viações, fechando rotas específicas e atuando como canal digital de vendas. Cuidamos de toda a jornada do cliente – desde a compra da passagem até o desembarque – e queremos ir além: no futuro, também queremos facilitar a mobilidade no destino, oferecendo opções de transporte local ou passeios turísticos.

 

Alexandre Pelegi (Diário do Transporte): Então, a plataforma vai além da venda, assumindo a responsabilidade total pela experiência de viagem?

Claudio Souza (BusCo): Exatamente. Se houver qualquer problema durante a viagem, é com a BusCo que o cliente fala. Acompanhamos a jornada em tempo real, garantindo comunicação direta e rápida solução de eventuais problemas junto às viações parceiras. Isso nos diferencia muito dos marketplaces tradicionais, que deixam o passageiro no meio do caminho entre a plataforma e a empresa operadora.

 

Alexandre Pelegi (Diário do Transporte): A BusCo nasce como uma mobitech low cost. Como conciliar preço competitivo com qualidade?

Claudio Souza (BusCo): Nossa proposta de low cost não é apenas reduzir preço, mas ganhar eficiência. A tecnologia permite oferecer tarifas mais acessíveis sem comprometer a qualidade ou a segurança. Queremos ser estratégicos tanto para o passageiro quanto para as viações, ajudando na precificação e na definição de produtos adequados a cada público.

 

Alexandre Pelegi (Diário do Transporte): Quais são as metas para o primeiro ano de operação?

Claudio Souza (BusCo): Começamos o projeto em dezembro, lançamos a plataforma em maio e já vendemos tanto por parceiros como a ClickBus quanto pelo nosso site. O objetivo é atingir R$ 100 milhões de GMV no primeiro ano, operando inicialmente com 40 ônibus em 13 rotas, incluindo trechos como São Paulo–Vitória, BH–São Paulo, Rio–BH, São Paulo–Curitiba e São Paulo–Florianópolis.

 

Alexandre Pelegi (Diário do Transporte): Há planos de expansão para além das viações sócias da joint venture?

Claudio Souza (BusCo): Sem dúvida. Queremos ter contratos com mais viações em todo o Brasil, sempre respeitando a regulação da ANTT. A ambição é nacional: queremos que a BusCo seja reconhecida como um padrão de inovação no setor.

 

Alexandre Pelegi (Diário do Transporte): A tecnologia é um dos pilares da empresa. O que já está implantado e o que vem por aí?

Claudio Souza (BusCo): Desde o início, investimos em uma plataforma AI first, com inteligência artificial em praticamente todos os processos – do marketing digital ao atendimento ao cliente. Em poucos meses, criamos um sistema robusto e estável. Nossa meta é lançar novidades a cada dois meses, como buscas por voz, compra conversacional via WhatsApp ou ChatGPT, integração com outros modais e até funcionalidades como o “assento mulher”, para aumentar a segurança das passageiras.

 

Alexandre Pelegi (Diário do Transporte): A identidade visual da BusCo será facilmente reconhecida nas ruas?

Claudio Souza (BusCo): Queremos ter o máximo de ônibus possíveis com a nossa marca, reforçando a identidade da plataforma. Trabalhamos junto às viações para viabilizar isso, equilibrando interesses comerciais e a visibilidade da marca.

 

Alexandre Pelegi (Diário do Transporte): Quais diferenciais a BusCo aposta para conquistar e fidelizar passageiros?

Claudio Souza (BusCo): O acompanhamento integral da jornada é nosso grande diferencial. O cliente recebe atualizações desde a compra até a chegada ao destino, incluindo avisos sobre embarque, paradas e horários de chegada. Se algo der errado, ele fala diretamente com a BusCo, que resolve a questão junto à viação. Além disso, estudamos parcerias para oferecer benefícios extras durante a viagem e opções de mobilidade no destino final.

 

Alexandre Pelegi (Diário do Transporte): Para concluir, qual é a ambição da BusCo a médio e longo prazo?

Claudio Souza (BusCo): Queremos ser referência em tecnologia, atendimento e eficiência no transporte rodoviário brasileiro, sempre crescendo com responsabilidade. A meta é estabilizar nossas operações e rotas iniciais, medir o NPS de cada trecho e cada parceiro, e só então expandir para novos mercados e frotas. Acreditamos que, com tecnologia e foco no cliente, podemos transformar a experiência de viajar de ônibus no Brasil.

 

Contexto

A BusCo estreia em um momento de retomada do transporte rodoviário de passageiros no país, marcado pela digitalização das vendas e pela abertura de novos mercados após o fim da limitação de autorizações da ANTT. A entrada de um projeto capitaneado por dois dos maiores grupos do setor – Águia Branca e JCA – reforça o movimento de modernização do serviço interestadual, com foco em eficiência, competitividade e experiência do usuário. Ao aliar tecnologia de ponta, preços acessíveis e atendimento integral, a BusCo busca se consolidar como um novo padrão no mercado e ampliar as opções para quem viaja de ônibus no Brasil.

Plataforma AI First – que coloca a inteligência artificial no centro de suas operações e estratégias

GMV – sigla em inglês para Volume Bruto de Mercadoria, métrica que representa o valor total das vendas de produtos ou serviços em um determinado período, geralmente em plataformas de comércio eletrônico ou marketplaces

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes





Fonte

RELATED ARTICLES

Most Popular

Recent Comments