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Cidade de São Paulo tem mais ataques a ônibus nesta segunda (21), elevando para 527 desde o início da onda de depredações apenas no sistema SPTrans. No estado são mais de mil casos


Dois suspeitos foram presos, mas polícia acredita que ambos não possuem relação direta com os eventuais mandantes

ADAMO BAZANI

A cidade de São Paulo voltou a ter ataques contra ônibus do sistema gerenciado pela SPTrans (São Paulo Transporte) nesta segunda-feira, 21 de julho de 2025.

Segundo a gestora municipal, até o início da noite foram três coletivos depredados, elevando para 527 o total desde o começo da onda de depredações em 12 de junho de 2025.

Levando em conta todo o Estado de São Paulo, que incluiu mais de 300 ônibus metropolitanos intermunicipais gerenciados pela Artesp (Grande SP) e os mais de 140 municipais das cidades vizinhas da capital paulista e o litoral, o total de ataques a coletivos passa de mil.

Um dos casos na capital paulista até o início da noite desta segunda-feira (21) na Rua Domingos de Morais, na Vila Mariana, zona Sul, contra um ônibus da empresa MobiBrasil, com prisão do suspeito por esta ação dentro de um coletivo da Viação Grajaú, na região da Praça João Mendes, no centro, como mostrou em primeira mão o Diário do Transporte, ainda no fim da manhã.

Relembre:

Outro caso foi na Avenida Deputado Cantídio Sampaio, na Vila Brasilândia.

Um suspeito também foi preso, apresentando sinais de embriaguez. Ele é acusado de ter agredido a motorista do coletivo. Em meio ao tumulto, um passageiro idoso se desequilibrou, caiu, bateu a cabeça e teve de ser socorrido, estando, agora, fora de perigo.

A polícia acredita que ambos não possuem relação direta com os eventuais mandantes.

Um homem foi detido em flagrante por volta de 11h40 desta segunda-feira, 21 de julho de 2025, na região da Praça João Mendes, no centro da capital paulista, após, segundo motoristas, atacar ônibus.

De acordo com as primeiras informações recebidas pelo Diário do Transporte logo em seguida da ocorrência, o suspeito estava jogando pedras contra ônibus e atingiu um deles, um coletivo da empresa Mobibrasil, na região da Vila Clementino, na Rua Domingos de Moraes, quebrando o último vidro traseiro logo perto da porta, por volta de 11h20.

O suspeito então correu para outra direção e, ainda de acordo com estes primeiros relatos, embarcou em um outro ônibus, da empresa Viação Grajaú.

O motorista reconheceu o suspeito e procurou ajuda, sendo orientado pela garagem a parar o ônibus caso fosse avistada uma viatura, enquanto o monitoramento da viação prestava apoio e reforçava a comunicação com as forças de policiamento.

Passageiros do ônibus atacado chegaram a filmar o suspeito atravessando a rua.

O condutor do ônibus para onde foi o homem localizou nas imediações da Praça João Mendes, por volta de 11h40, uma viatura da Guarda Civil Metropolitana, parou, chamou os agentes da GCM e o suspeito foi detido em flagrante, sendo reconhecido com auxílio de testemunhas e do vídeo.

DOMINGO:

Na noite deste domingo, 20 de julho de 2025, houve a depredação de um micro-ônibus do sistema municipal da capital paulista.

O veículo, pertencente a A2 Transportes, foi atingido na Avenida Cupecê, na zona sul, enquanto fazia a linha 5024-31 Missionária /Santo Amaro.

Ninguém ficou ferido e a GCM (Guara Civil Metropolitana) foi chamada para atender a ocorrência.

MAIS DE MIL CASOS:

Desde 12 de junho de 2025, foram ao menos 525 ônibus atacados na capital paulista e, considerando outros sistemas de transportes, como os intermunicipais da Artesp (ex-EMTU) e os municipais dentro das 38 cidades vizinhas da capital, além de Litoral, forma mail de mil.

Ao menos 10 pessoas foram detidas, mas em ocorrências diferentes e a polícia ainda não esclareceu as motivações e nem chegou a possíveis mandantes.

Quando se fala que o transporte coletivo deve ser encarado com mais zelo pelas autoridades, o debate vai além de corredores de ônibus e subsídios. É sobre o cidadão, sobre o ser humano, sem demagogia

ADAMO BAZANI

É necessário priorizar o transporte público coletivo.

A frase parece ter virado já um mantra que é utilizado por pessoas que realmente desejam isso, mas também por oportunistas de plantão que querem sempre ficar bem nos holofotes.

Quando é empregada, logo o que vem na cabeça é a necessidade crônica das cidades em priorizar, no espaço urbano, investimentos em infraestrutura que deixem os deslocamentos em meios coletivos mais eficientes, rápidos, ambientalmente corretos e atraentes. Assim, como também mostra a urgência da criação de formas de financiamento que não só custeiem os serviços de ônibus, trens e metrôs, mas que os tornem viáveis para modernizações e justos do ponto de vista financeiro, inclusive deixando mais baratos para o usuário final, mas, ao mesmo tempo, permitindo um retorno maior a quem investe.

A onda de ataques a ônibus no Estado de São Paulo, que registra desde 12 de junho de 2025, mais de mil coletivos vandalizados, expõe que priorizar o transporte público coletivo vai além de infraestrutura e formas de financiamento.

É colocar o cidadão, o ser humano, realmente no centro das atenções e das decisões das autoridades.

Quem vê superficialmente e de forma até mesquinha, pode pensar que se trata apenas de um assunto de Polícia. Claro que a questão da segurança pública é fundamental porque se trata de uma “externalidade” que afeta o serviço.

Mas vai além e percebi isso na cobertura prática que quero dividir rapidamente com vocês.

As mais recentes semanas tenho dedicado não somente horas de trabalho, mas a vida para informar bem, com isenção, rapidez e precisão tudo o que ocorre, dando a máxima atenção a cada caso, vídeos, imagens que chegam.

Tudo para, acima de tudo contribuir para que a questão se resolva, trazendo dados a apurações que acabem, de certa maneira, ajudando a sociedade e as autoridades. Há dias não sei o que é dormir mais de duas ou três horas por noite. Às vezes, o cansaço e até a incompreensão desanimam.

Mas penso que naquele ônibus atingido está um ser humano, uma pessoa que pode ser meu pai, minha mãe, eu mesmo. Isso sem hipocrisia ou demagogia. Chama-se humanidade.

Modestamente, fomos nós, do Diário do Transporte, que pautamos a mídia em geral, colegas de imprensa batalhadores como nós, em busca das informações.

O resultado foram citações, créditos em imagens e até entrevistas. Não que não nos importemos com isso, pelo contrário. Para um site “segmentado e de porte financeiro e estrutural” pequeno, esta exposição é importante sob diversos aspectos. Mas, é sobre ver que um trabalho e até um amor pelo setor de transportes dão frutos. É o jornalismo em sua essência, o que quer ser útil para a vida das pessoas.

Novamente, sem pedantismo e sem hipocrisia: não vi o assunto como uma “mera cobertura”, mas como uma missão.

O Diário do Transporte foi veículo de comunicação pioneiro a noticiar, ainda na noite de 12 de junho de 2025, considerada a data de início da onda de ataques, a relatar os primeiros atos de vandalismo. Eu ia já descansar, eram quase 23h, quando fiz algo que um jornalista que quer ter vida social não deve fazer jamais: dar uma última “olhadinha” no celular. E tinha mensagem: uma fonte relatando oito ônibus vandalizados de uma só vez na zona Leste da capital paulista. Para mim já era uma pauta. Fiz as checagens com as autoridades, confirmei e, 00h10, publiquei, sem muita expectativa, afinal, o horário era avançado. Que nada! Não se passaram 15 minutos da publicação, o celular não parava: fotos, vídeos, mensagens….quando vi, já eram mais de 20 ônibus atacados na cidade de São Paulo. Claro que percebi que não era nada normal. Não dormi um minuto sequer.

No dia 13, as coisas aparentemente tinham entrado na normalidade, até que dia 14 de junho de 2025, o surto de novo, com um agravante: fontes do ABC Paulista, de cidades vizinhas da capital, começaram a fazer relatos semelhantes também. O que parecia ser uma noite atípica, mostrou-se ser algo anormal que não mais parou até então.

Após insistências de publicações no Diário do Transporte, colegas de imprensa começaram a me procurar e veicular o assunto também. As autoridades, dias depois, tiveram de fazer uma entrevista coletiva… “para não falarem nada”, mas ao menos tiveram de dar a cara para bater.

Toda a situação serviu para mostrar que o transporte coletivo é exposto a realidades da vida cotidiana, que vão além do simples debate frio de “precisamos de mais corredores ou subsídios”. Mas que precisa ser foco das atenções em tudo: financiamento, infraestrutura, segurança, imagem junto a sociedade, valorização do trabalho das empresas e dos profissionais….enfim, quando o transporte coletivo recebe prioridade, é o cidadão, o SER HUMANO que se torna prioridade.

As ligações das empresas de ônibus, de motoristas, cobradores, fiscais e passageiros, relatando fatos ou querendo mais detalhes das publicações reforçam que nossa luta tem um objetivo e podemos dizer ao setor de forma transparente: Continue SEMPRE CONTANDO COM O JORNALISMO DO DIÁRIO DO TRANSPORTE.

*ADAMO BAZANI, JORNALISTA ESPECIALIZADO EM TRANSPORTES – MTB- 31521*

*Editor-chefe do Diário do Transporte*

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

 





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