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Com Israel e Irã em conflito, produtor que não comprou fertilizante pode ter problemas


O conflito entre Israel e Irã provoca uma dispara nos preços de fertilizantes à base de nitrogênio, o N do combo NPK. Má notícia para o Brasil, país importador, e para o produtor que ainda não comprou o insumo para safra 2025/26.

“Embora os impactos sobre os preços da ureia no Brasil ainda não estejam completamente definidos, o momento não é favorável para os compradores, especialmente os que ainda não realizaram suas aquisições”, diz o analista de Inteligência de Mercado da consultoria StoneX, Tomás Pernías.

O Oriente Médio abriga alguns dos maiores fabricantes de fertilizantes nitrogenados. O Irã está entre eles. Um aumento dos combates traz incertezas para o quadro de oferta e demanda e gera apreensão para os investidores, segundo o analista.

Em relatório, ele aponta que os preços da ureia subiram já na sexta-feira (13/6), na região do conflito, além de Estados Unidos e Brasil.

“Israel reduziu a sua produção de gás em polos importantes. Assim, o Egito, que importa gás israelense e emprega esse insumo na fabricação de fertilizantes, teve que interromper a sua fabricação de ureia. Da mesma forma, devido aos riscos do conflito, o Irã também diminuiu a sua produção de nitrogenados”, explica Pernías.

Os fornecedores do mercado de nitrogenados, diante das incertezas no cenário global, optaram por retirar as suas ofertas, até que os impactos do conflito sobre a oferta e a demanda por fertilizantes estejam mais claros, acrescentou a StoneX.

A agricultura do Brasil importa 85% dos fertilizantes que utiliza a cada safra

Até o momento, não há notícias de que a estrutura produtiva de fertilizantes do Irã e de Israel tenha sido atingida pelos bombardeios. Mesmo assim, os fundamentos desfavoráveis começam a se formar para os compradores.

“A valorização do petróleo, se prolongada, pode provocar um encarecimento dos fretes marítimos internacionais e dos fretes rodoviários domésticos”, reitera o especialista. O crescimento das incertezas no mercado internacionaldeve causar um aumento nos preços dos seguros das cargas.

O que significa para o Brasil?

O Brasil depende do mercado internacional para a aquisição de fertilizantes nitrogenados, já que grande parte da oferta doméstica vem de outras origens, entre elas o Irã, que produz cerca de 9 milhões de toneladas de ureia, um dos principais adubos para grãos. Por sua vez, o Brasil importa 17% do nitrogenado iraniano.

“Assim, qualquer evento que possa provocar um aumento dos custos de produção de nitrogenados em outros países, ou que impactem o fluxo comercial global de fertilizantes, podem afetar o Brasil”, afirmou Pernías.

Nos próximos meses, o Brasil começa a preparar a safra nova de soja e a planejar a segunda safra 2025/26, e a demanda por fertilizantes deve aumentar. Com os preços sob influência do aumento das tensões geopolíticas, o agricultor vive incertezas nos custos de produção.

Pernías reitera que os impactos do conflito ainda não estão claros sobre os preços da ureia no Brasil. Os fornecedores estão aguardando um cenário de maior clareza antes de retomar as vendas. “Não é uma boa notícia para os compradores, especialmente aqueles que ainda precisam adquirir fertilizantes nitrogenados”, alerta.



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