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Com mais polícia na rua, motoristas de ônibus e passageiros relatam noite e madrugada com maior tranquilidade em São Paulo


Após série de ataques, cuja cobertura foi protagonizada pelo Diário do Transporte, polícias decidiram deflagrar operação e ampliar investigações

ADAMO BAZANI

Em relação às mais recentes noites e madrugadas, a virada entre essa quinta-feira (03) e sexta-feira, 04 de julho de 2025, foi com maior tranquilidade, de acordo com relatos de motoristas de ônibus, passageiros e empresas de transportes coletivos.

Após a série de ataques, cuja cobertura foi protagonizada pelo Diário do Transporte, polícias decidiram deflagrar operação e ampliar investigações.

Apesar de ainda haver um clima de apreensão e desconfiança entre quem está envolvido diretamente com transportes, principalmente nas ruas, aparentemente somente a presença mais ostensiva da Polícia Militar em trajetos de linhas de ônibus, especialmente na capital paulista, ABC, Osasco e Taboão da Serra já aumentou um pouco a sensação de segurança.

Após o anúncio da operação policial específica, não foram registrados relatos de uma grande quantidade de ataques a ônibus que, somente entre todo o mês de junho e início de julho somaram cerca de 500 na capital, cidades vizinhas, linhas intermunicipais na Grande São Paulo e litoral.

A cobertura foi protagonizada pelo Diário do Transporte.

A Polícia ainda não realizou um número significativo de prisões e nem esclareceu definitivamente a série de ataques.

Cerca de 20 dias depois do aumento do total de ataques contra ônibus na capital paulista, região metropolitana e, mais recentemente no litoral, as autoridades de segurança intensificaram as ações práticas para esclarecer os casos e evitar novas ocorrências.

A Polícia Militar iniciou nesta quinta-feira, 03 de julho de 2025, uma operação com 3.641 viaturas e 7.890 agentes distribuídos por diversos pontos da capital e cidades vizinhas.

O Diário do Transporte atualizou junto a prefeituras, às gerenciadoras do poder público e às empresas de ônibus o total de depredações e o número surpreende: são cerca de 500 ônibus atacados por pedradas em menos de um mês.

Este total leva em conta ao menos 235 ônibus da capital paulista, informados pela SPTrans (São Paulo Transporte), referentes ao período entre 12 de junho e 02 de julho; 223 metropolitanos intermunicipais, de acordo com a Artesp (Agência de Transportes), do Governo do Estado de São Paulo, que considerou todo o mês de junho e os dias 1º e 02 de julho, e dos mais de 50 municipais que circulam em linhas dentro das cidades.

O Diário do Transporte foi o primeiro veículo com jornalistas profissionais a cobrir o assunto e acompanhou a aflição de passageiros, motoristas, cobradores e fiscais nas ruas, com a vida em risco, e também de empresários do setor vendo os serviços que prestam sendo prejudicados bem como o patrimônio sendo danificado. Cada troca de janela pode custar até R$ 5 mil e outros itens atingidos são até mais caros, como equipamentos de ônibus elétricos que podem custar cerca de R$ 40 mil e elevadores para pessoas em cadeiras de rodas, que ficam nas portas, que podem valer entre R$ 70 mil e R$ 240 mil.

Nesta quinta-feira (03), as Polícias Civil e Militar concederam uma entrevista coletiva sobre as investigações e a operações, respectivamente.

O Diário do Transporte acompanhou. De acordo com o diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil, Ronaldo Sayeg, neste primeiro momento, pelo perfil como ocorreram os ataques, a hipótese da atuação de facções criminosas foi descartada. Assim como questões envolvendo sindicatos. A possibilidade mesmo de jogos de desafio pela internet é uma das mais fortes até agora.

OUÇA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:


MAPEAMENTO DA POLÍCIA CIVIL COINCIDE COM LEVANTAMENTO DO DIÁRIO DO TRANSPORTE

Na capital paulista, a região com maior número de casos foi a zona Sul, com 60% das ocorrências registradas até agora na Polícia Civil. Mas o próprio delegado explicou que há uma subnotificação porque as empresas de ônibus ainda não fizeram boletins de ocorrências para todos os casos.

O mapeamento da Polícia Civil coincide com levantamento do Diário do Transporte sobre espécies de “surtos” que começaram a variar de acordo com região, numa espécie de revezamento.

Quando ocorrem depredações em uma determinada zona da cidade ou da Grande São Paulo são muitos casos próximos e nas outras regiões há poucos. Não que não vai haver nenhum ataque numa área mais distante de “cada foco”, mas têm ocorrido concentrações por vez. Podem ocorrer mais de uma concentração por noite/madrugada, como esta da virada de 2 de julho para 3 de julho.

Foi definida uma espécie de roteiro:

*São Bernardo do Campo, Diadema, Jabaquara, Aeroporto de Congonhas e Jardim Miriam, na zona Sul.*

*Santo André, Mauá, zonas leste e sudeste da capital*

*Taboão da Serra, Embu das Arte e Brooklin e Morumbi, na capital*

*Carapicuíba, Cotia, Osasco e região do Butantã, na capital*

DIÁRIO DO TRANSPORTE AO VIVO CONCEDENDO ENTREVISTA NA RECORD, SBT E RÁDIO CAPITAL: 

LEIA A TRANSCRIÇÃO DE TODA A ENTREVISTA COLETIVA:

Então, vamos traçar primeiramente um panorama de como essas ações estão sendo organizadas para que a gente não exclua, mas por hora afaste a questão de facções criminosas. Por quê? Dessa nossa perspectiva. Pela ausência de um propósito, esses ataques não revelaram, por hora, um propósito.

O que é típico de facções criminosas. Trabalhamos com outras hipóteses, que já foram até ventiladas pelos órgãos de língua, na questão de desafios. No entanto, nós temos monitorado, por meio de um órgão de inteligência cibernética, as ações em plataformas digitais ou redes sociais.

Até agora, também isso não revelou algo de concreto. Mas é algo que a gente também tem ficado de olho para ver se isso tudo vem disso que tem sido um problema social, familiar e de polícia, que são os desafios de internet. Então é algo que também não descartamos e também não podemos ainda gravar algo de concreto.

Então essas são as perspectivas iniciais. O trabalho vai ser feito, não vai sofrer produção de continuidade para que a gente consiga apontar o caso o mais curto possível, apontar as soluções e apontar responsáveis. Boa tarde, já é a todos e a todas.

Coronel Lucena, coordenador operacional da Polícia Militar. A Polícia Militar já desenvolve, desde ontem, a operação impacto proteção a coletivos. Então, através de um mapeamento estratégico em conjunto com a Polícia Civil, nós temos empenhados nessa operação 3.641 viaduras, 7.890 homens.

Então nós vamos realizar pontos de estacionamento em locais estratégicos, vamos realizar saturação em áreas… Vamos retornar, então, o Coronel Lucena, coordenador operacional da Polícia Militar. Então, desde ontem, a Polícia Militar do Estado de São Paulo vem implementando a operação impacto proteção a coletivos. São 3.641 viaduras, 7.890 homens.

Nessa operação, através de áreas de interesse de segurança pública, direcionando o nosso plano de policiamento inteligente, em conjunto com a Polícia Civil, para que consigamos realizar pontos de estacionamento e também saturação em áreas previamente determinadas. Essa operação vem sendo desenvolvida já em áreas de incidência desse tipo de depredação e também em áreas de possível ação delituosa. Para os senhores terem uma ideia, hoje, às 15 horas, nós teremos saindo lá do INB 673 motos, que nós temos 12 pontos de bloqueio do policiamento de trânsito, também direcionados, e essas motos irão fazer pinçamentos justamente em áreas previamente selecionadas através dos nossos setores de inteligência.

E muito importante aqui, uma matéria de utilidade pública, que a população também ajude, através do Disque Denúncia 181, é muito importante essa interação da comunidade com a Polícia Militar, e se caso estiver ocorrendo, no momento, o telefone de emergência 190 do nosso Centro de Operações da Polícia Militar, o COPOM.

Pessoal, a gente vai iniciar as perguntas, tá? Por favor, eu peço para vocês levantarem a mão quando forem perguntar. E o nome do veículo, por favor.

Senhores, bom dia, Guilherme Oliveira aqui da Rádio Bandeirantes. Pelo que eu entendi, as investigações avançaram um pouco ainda, né? Houve, pelo menos por enquanto, esse afastamento do crime organizado, mas nada de concreto em relação ainda a esses desafios de jogos online. E para aproveitar também, houve a informação de uma possível retaliação de empresas de ônibus que foram afastadas, Transwolf, Upbus.

Queria saber se tem a confirmação disso também. Obrigado. Veja, toda investigação tem o seu tempo de maturação e o seu tempo de conclusão.

Essa é uma investigação peculiar, porque não apresenta um padrão. Ou seja, são diversos anos de diversas empresas em vários locais da cidade. O que, de fato, traz uma demora um pouco para a resolução.

Então, é bom que se pontue. E algumas coisas nós já temos de concreto, só que nós não podemos revelar. Nós vamos desculpar, mas nós não podemos revelar.

Nós temos imagens, por exemplo, de um ataque. Uma imagem que vai nos levar a outro lugar, mas que por ora não podemos revelar. Por óbvio.

Nessa questão dessas empresas, nós estamos também de olho nisso. Mas, como eu adiantei, é prematuro dizer que tem algo a ver com as empresas ou qualquer atividade das empresas junto à municipalidade. E é algo que nós vamos ter muita responsabilidade para afirmar.

Então, o que nós falamos é que, por ora, pelos elementos que dispomos, por ora, veja, nós não estamos excluindo. A gente tem que estar focando em uma outra vertente. Mas se, por acaso, a investigação nos levar a algo ligado a essas empresas de ônibus ou retaliação, ou de qualquer coisa que ligue as empresas com contratos públicos, nós vamos atrás, nós vamos revelar e, evidentemente, passar para os senhores passionantes.

Boa tarde aos senhores. Alvo do SBT. Gostaria de perguntar por que que, por ora, teve esse afastamento com relação às organizações criminosas e a investigação passou para esse lado com relação a esses desafios da internet.

Obrigado. Justamente pelo padrão adotado. Veja, as organizações criminosas agem com propósitos específicos e, principalmente, com reivindicações claras que surgem durante os atos ou posteriormente.

Na ausência de um propósito específico que normalmente revela as ações do crime organizado, por isso que, por ora, nós afastamos a incidência de qualquer ação de facções criminosas. Por isso que eu disse por ora. A investigação ainda vai prosseguir, mas pelos padrões e por uma ausência de propósito específico, hoje a gente enxerga dessa maneira.

Era como eu disse. É hoje. Oi.

Bom dia, Bruna Salles, do Olimpo Metrópolis. A gente ouviu da interferência ônibus de Pires e Cabana que alguns adolescentes foram vítimas de ataques. Eu queria saber se os senhores já têm algumas informações sobre quem está por trás das ondas de vandalismo e se são realmente adolescentes.

Nós tivemos a mesma informação vinda das vítimas ou pessoas, testemunhas presenciais, no caso dos funcionários das empresas, que relataram, sim, uma afeição mais jovial em alguns dos ataques. É o que nós temos de concreto e realmente. Nós temos essa mesma informação.

Oi. Bom dia, Guilherme Nascimento, Brasil. Eu queria que vocês falassem um pouquinho sobre de que forma essas combinações que estão sendo feitas por essas pessoas, esses agentes, essas ações, acontecem através da internet.

Através de qual plataforma, qual é o método que está sendo utilizado? Até aqui, pelo que vocês já perceberam e conseguem falar, de relação a essas questões. Método investigativo ou método utilizado por investigadores? Nós não temos essa informação. Se nós tivéssemos, nós saberíamos que são realmente ações fruto de desafios de internet.

Nós ainda não temos essa confirmação. Seria interessante se nós tivéssemos, mas o nosso monitoramento ainda não revelou nada de concreto nesse sentido.

Fábio Pesquero, um da Folha de São Paulo. Esse contingente de mais de 3.600 viaturas e 7.800 homens para Baixada Santista também. Todo o Estado de São Paulo, em áreas que tiveram incidência e também áreas que estão sendo mateadas pelo setor de inteligência, como áreas de interesse de segurança pública, os ativos operacionais estão sendo alocados.

Existe a suspeita da participação de doenças sindicais e essa rivalidade entre elas, que sejam principalmente financiadoras desses ataques se motivando, ou menos, ou crescendo por isso ou por isso. Por isso já chegou a isso.

Lucas, é uma perspectiva que também não descartamos, mas seria muita irresponsabilidade nossa apontarmos nessa direção, de atividades sindicais ou de entidades representativas por trás desses ataques. Mas nós também não deixamos de olhar para essa via, para esse lado.

Olá, Sérgio Quintero, Jornal Globo. Vocês têm um balanço de quantos ataques foram feitos e quais são as regiões que registraram esses ataques?

Boa tarde, sim, fizemos um balanço. Até o momento, até a data de ontem, cerca de 180 ataques.

É muito importante dizer que cerca de 60% desses ataques se concentram numa mesma região, que é a zona sul da capital paulista. Isso aqui é claro, levando em consideração os ataques que aconteceram na cidade de São Paulo. 60% desses ataques se concentram na zona sul da capital paulista.

Quais mais? Na zona sul, nós temos ali na região da UPC, na Washington, na Avenida Vereador Lucas, pelo menos seis vias são as mais atingidas por esses ataques.

Então não são 235, enquanto que a gente tinha esse número de 235 ataques. Há uma divergência em relação às informações que são prestadas por algumas empresas de ônibus, haja vista que a Polícia Civil se baseia naquelas informações que são formalizadas através de boletim de ocorrência.

Por outro lado, a gente sim sabe que algumas empresas atacadas em certas ocasiões não registraram, não formalizaram esse boletim de ocorrência. De modo que a Polícia Civil só pode atuar de acordo com aqueles eventos que formalmente foram registrados.

Poderia repetir o número? Só repetir o número, por favor. O número? O número que o senhor passou. O número dos ataques? É.

Entre 160 e 180 ataques. Obrigado. Até… como? Não houve um 8 ou 7? Não, não, 8 ou 7 não. 180 só na capital paulista. Só na capital paulista.

60% de 180 na zona sul. Na zona sul de São Paulo. Obrigada.

Tem ideia da subnotificação? Pessoal, quem está com o microfone pergunta, por favor. Senão a gente vai ficar numa bagunça. É, porque só não ficou claro no dia a tarde que tinha um outro número. Quando o senhor repete, repete a pergunta pra ele. Por favor. Pode continuar, doutor. Depois ele pergunta de novo.

Se tem algum dado sobre subnotificação, porque a gente tinha um número maior. Não, nós não podemos basear na subnotificação, porque é um número que pode ser ou não ser verdade.

Então a gente não pode estimar. Bom dia, Daniel da TV Brasil. Eu queria saber se já foram identificados suspeitos, se alguém já foi ouvido como suspeito de ter praticado esses ataques.

Eu não tenho nenhum suspeito até o momento. Nós já identificamos as vítimas, as empresas de vítimas. Mas os agressores, os criminosos que realizaram esses eventos, a gente ainda não tem a identificação deles.

O trabalho ainda é muito insipiente, é promissor. Mas a gente tem que entender que a velocidade das ações, e principalmente a atividade delas, é algo muito novo, é um fenômeno muito recente.

Nós, com os dados coletáveis, que é a primeira fase dessas investigações, é muito importante a gente já ter um mapeamento, que é muito bem elaborado.

E a partir desse mapeamento, nós temos certeza que vamos identificar os homens. Eu tenho mais uma pergunta. Desde o início desses ataques, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, dois homens já foram presos.

Um em Diadema e outro em São Bernardo, no ABC Paulista. Esses homens já foram ouvidos. Há uma ligação entre eles? Alguma suspeita? Até porque são os dois primeiros presos em relação a esses ataques.

Bem, nós sabemos dessas duas pessoas que foram presas. Entretanto, elas fogem completamente do padrão do perfil do criminoso que é investigado. Essas pessoas, por exemplo, essa pessoa que foi presa em São Bernardo, ela encontrava-se em um total estado de transtorno, não apresentava estar usando plenamente as suas faculdades mentais.

Então, esse é um tipo de ataque que a gente tem que separar do padrão que foi delimitado. Parece mais uma ocasião eventual, uma ocasião que não pode ser colocada no mesmo pote daqueles outros indivíduos que foram investigados. Dentro daqueles ataques que seguem um certo padrão, padrão esse que é identificado através do mapeamento das ocorrências, esses dois casos citados, eles não se encontram dentro desses padrões analisados.

Professor Saier, nessa imagem que vocês tiveram acesso, que mostra um agressor que pode levá-los a algum caminho na investigação, tem alguma coisa, algum detalhe que você possa passar pra gente, que você possa indicar, pelo menos, pra dar uma resposta ao que está acontecendo?

Então, o que nós sabemos é uma ação de uma pessoa que arremessou uma pedra, aquele mesmo padrão das outras ações, do lado esquerdo do coletivo, na parte traseira, e é uma imagem que nos deixa esperançosos de chegar na qualificação. Veja, tem dois fatores. Um é o efeito manada que se provoca.

Uma pessoa faz, outra quer fazer, é o mimetismo, coisa que a gente está acostumado. Mas, como pegarmos o fio desse problema, nós vamos chegar. Nós vamos entender o que está acontecendo e vamos chegar aos autores.

Por isso que é tudo muito prematuro. Nós não podemos chegar e falar, é isso, ou é aquilo. Mas, quando pegarmos o fio dessa merda, nós vamos chegar ao ponto final de toda essa história.

O que eu posso revelar é que, com base nesses levantamentos que o doutor Fernando adiantou, de locais, horários, nós estamos fazendo ações veladas, ações policiais veladas, para tentar pegar alguma coisa na hora, em flagrante, do que está acontecendo.

Evidentemente que não é fácil, porque existem muitos, muitos ônibus circulando. E isso, infelizmente, é um manancial de opções.

Mas a gente, com base nesses levantamentos, esse número maior de região, o horário, a gente vai tentar fazer alguma coisa também, assim como o Polícia Militar está fazendo, em operação, impacto e transporte coletivo na data de hoje.

Pessoal, mais alguma pergunta? Alguém? Não. Perfeito.

Então, muito obrigado por você. De nada.

VEJA MATÉRIA ANTERIOR:

VÍDEO: Saiba onde mais ocorrem depredações. PM deflagra operação. Ataques a ônibus “escolhem” lotes de regiões em forma de revezamento – Veja os “roteiros”

Essa tem sido umas das características das mais recentes ações. Quando ocorrem depredações em uma determinada zona da cidade ou da Grande São Paulo são muitos casos próximos e nas outras regiões há poucos

ADAMO BAZANI

ADAMO BAZANI

A Polícia Militar iniciou nesta quinta-feira, 03 de julho de 2025, uma operação para intensificar a segurança em corredores, garagens e terminais de ônibus em todo o estado de São Paulo. As ações estratégicas foram desencadeadas para coibir as ações de vandalismo registradas nos últimos dias contra coletivos de transporte público. Somente entre a noite desta quarta-feira (02) e madrugada de hoje, foram 35 ataques na capital paulista, principalmente na zona Sul, e ao menos outros 20 na Grande São Paulo

Além do monitoramento, policiais e viaturas ficarão em pontos estratégicos. Haverá apoio, também, de militares da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) e outras unidades especializadas da Polícia Militar. A previsão é que as ações se estendam até 31 de julho.

Uma das características verificadas por um levantamento exclusivo do Diário do Transporte junto a investigadores que apuram a série de ataques a ônibus.

Quando ocorrem depredações em uma determinada zona da cidade ou da Grande São Paulo são muitos casos próximos e nas outras regiões há poucos. Não que não vai haver nenhum ataque numa área mais distante de “cada foco”, mas têm ocorrido concentrações por vez. Podem ocorrer mais de uma concentração por noite/madrugada, como esta da virada de 2 de julho para 3 de julho.

Já está sendo definido uma espécie de roteiro:

*São Bernardo do Campo, Diadema, Jabaquara, Aeroporto de Congonhas e Jardim Miriam, na zona Sul.*

*Santo André, Mauá, zonas leste e sudeste da capital*

*Taboão da Serra, Embu das Arte e Brooklin e Morumbi, na capital*

*Carapicuíba, Cotia, Osasco e região do Butantã, na capital*

“Nós iniciamos a operação através de mapeamento e análise criminal dos locais de maiores incidência, então nós começamos a alocar os ativos operacionais das várias modalidades de policiamento justamente para isso, para fazer a prevenção e também, se for o caso, a repressão imediata”, disse o coronel Carlos Henrique Lucena, coordenador operacional da PM, em nota.

Na entrevista coletiva, os policiais detalharam um mapeamento de horários e locais com mais incidência de casos que coincide justamente com a informação antecipada pelo Diário do Transporte sobre as ações assumirem características de “surtos por regiões escolhidas” que se revezam

CASOS – LOCAL – PERÍODO – maior incidência

– 20, na Av. Cupecê, (final da noite)

– 17, na Rod. Raposo Tavares, (tarde)

– 08, na Av. Sapopemba, (final da noite)

– 08, na Av. Teotônio Vilela, (final da noite)

– 08, na Av. Ver. João de Luca, (final da noite)

Paralelamente à operação da PM, A Polícia Civil, por meio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), segue investigando os casos de depredações registrados nos últimos dias.

A Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCiber) também está envolvida nos trabalhos para monitorar se há envolvimento de criminosos em plataformas digitais.

ATAQUES SE ALTERNAM POR REGIÕES:

Uma das características verificadas por um levantamento exclusivo do Diário do Transporte junto a investigadores que apuram a série de ataques a ônibus que já teve em um mês mais de 400 coletivos atingidos por pedradas é a seguinte:

Após um “boom” generalizado dos primeiros dias, que começaram a se intensificar a partir de 12 de junho de 2025, os ataques a pedradas contra ônibus têm escolhido lotes de regiões de forma sequencial, como se fossem surtos em forma de revezamento.

Essas tem sido umas das características das mais recentes ações, muito embora não seja uma regra. Quando ocorrem depredações em uma determinada zona da cidade ou da Grande São Paulo são muitos casos próximos e nas outras regiões há poucos. Não que não vai haver nenhum ataque numa área mais distante de “cada foco”, mas têm ocorrido concentrações por vez. Podem ocorrer mais de uma concentração por noite/madrugada, como esta da virada de 2 de julho para 3 de julho.

Já está sendo definido uma espécie de roteiro:

*São Bernardo do Campo, Diadema, Jabaquara, Aeroporto de Congonhas e Jardim Miriam, na zona Sul.*

*Santo André, Mauá, zonas leste e sudeste da capital*

*Taboão da Serra, Embu das Arte e Brooklin e Morumbi, na capital*

*Carapicuíba, Cotia, Osasco e região do Butantã, na capital*

Foi o que ocorreu, por exemplo, entre 27 e 28 de junho de 2025, quando uma passageira de 31 anos foi ferida nas proximidades do Aeroporto de Congonhas, zona sul da Capital. Na ocasião, foram apedrejados diversos ônibus na mesma região e houve casos em São Bernardo do Campo e Diadema. As empresas mais atingidas foram MobiBrasil e A2 Transportes, na zona sul de São Paulo, e NEXT Mobilidade, no ABC. Relembre:

Já de sábado (28) para domingo (29), o surto foi entre parte das zonas leste e sudeste da cidade de São Paulo e outro extremo do ABC, que teve 17 casos. Os ataques ocorreram em Santo André, Mauá e em São Bernardo, mas mais perto de Santo André que da zona Sul. Entre as empresas com veículos danificados estiveram Suzantur, Viação Guaianazes e NEXT Mobilidade, no ABC; e Via Sudeste, em São Paulo.

Relembre:

Em 1º de julho de 2025, o “roteiro escolhido” foi Taboão da Serra, Embu das Arte e Brooklin e Morumbi, na capital, com a maior parte dos casos “do dia”.

Entre a noite desta quarta-feira, 02 de julho de 2025, a maior incidência de ataques foi ente Carapicuíba, Cotia, Osasco e região do Butantã, na capital, e num extremo da zona Sul.

Relembre:

Mais ataques a ônibus com pedradas aconteceram nesta quarta-feira, 02 de julho de 2025.

Desta vez, no fim da noite, grande parte das ações foi registrada na zona Sul de São Paulo, em regiões como de vias e pontos de referência como Av Nações Unidas / Santo Amaro, Autódromo de Interlagos, Atlântica, Senador Teotônio Vilela, Terminal Santo Amaro e Estrada de Itapecerica.

Entre as empresas com veículos atingidos estão Mobibrasil, Transwolff, Viação Grajaú, KBPX e Campo Belo.

Foram mais de 30 ônibus.

Mais cedo, ocorreram diversos ataques em cidades do Oeste da Grande São Paulo, como Osasco e Carapicuíba.

O Diário do Transporte recebeu relatos de depredações contra ônibus metropolitanos (Artesp) e municipais em vias como Avenida dos Autonomistas, com ao menos três registros, Avenida Getúlio Vargas, em Osasco, e vias centrais de Carapicuíba.

Não há registros de feridos.

Entre as empresas com veículos danificados estão Viação Osasco e Empresa de Ônibus Urubupungá.

Já são mais de 400 casos em toda a Grande São Paulo e Litoral somente no mês de junho, considerando ônibus municipais da capital paulista (SPTrans), intermunicipais metropolitanos (Artesp, ex-EMTU) e municipais de outras cidades.

Nesta quarta-feira, 02 de julho de 2025, a SPTrans (São Paulo Transporte) atualizou o balanço entre 12 de junho e 1º de julho. O total foi elevado para cerca de 200 ônibus.

A Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte (SMT) e a SPTrans reiteram o repúdio aos atos de vandalismo registrados no sistema de transporte e seguem fornecendo todas as informações necessárias para auxiliar nas investigações. Desde o 12 de junho, as empresas operadoras relataram que 200 ônibus do sistema municipal foram depredados, incluindo 18 na tarde desta terça-feira (1/7).

A SPTrans reforça a orientação para que as concessionárias comuniquem imediatamente todos os casos à Central de Operações e formalizem as ocorrências junto às autoridades policiais. Cabe ressaltar que a empresa é obrigada a encaminhar o veículo para manutenção, substituindo-o por outro da reserva técnica, que realizará a próxima viagem programada, garantindo a continuidade do serviço prestado aos passageiros. Caso isso não ocorra, a empresa é penalizada

O Diário do Transporte conversou nesta quarta-feira com investigadores da Polícia Civil que atuam nos trabalhos de apuração.

Não há ainda uma linha concluída sobre autoria, mas a tese de que as ações teriam sido cometidas por jovens em jogos de desafios na internet começa a dividir espaço com outras hipóteses, como retaliação a projetos de integração das câmeras de vídeo dos coletivos a centrais de monitoramento de segurança pública.

Pela forma como têm ocorrido as ações, os policiais acreditam que grande parte destes casos esteja relacionada. Isso pode esclarecer de uma maneira mais segura eventuais autorias, muito embora, os agentes dizem também que têm ocorrido ações de oportunistas, como já havia sinalizado o Diário do Transporte neste artigo do último domingo, 29 de junho de 2025.

Relembre:

Após um “boom” generalizado dos primeiros dias, que começaram a se intensificar a partir de 12 de junho de 2025, os ataques a pedradas contra ônibus têm escolhido lotes de regiões de forma sequencial, como se fossem surtos em forma de revezamento.

Essas tem sido umas das características das mais recentes ações, muito embora não seja uma regra. Quando ocorrem depredações em uma determinada zona da cidade ou da Grande São Paulo são muitos casos próximos e nas outras regiões há poucos. Não que não vai haver nenhum ataque numa área mais distante de “cada foco”, mas têm ocorrido concentrações por vez.

Já está sendo definido uma espécie de roteiro:

*São Bernardo do Campo, Diadema, Jabaquara, Aeroporto de Congonhas e Jardim Miriam, na zona Sul.*

*Santo André, Mauá, zonas leste e sudeste da capital*

*Taboão da Serra, Embu das Arte e Brooklin e Morumbi, na capital*

*Carapicuíba, Cotia, Osasco e região do Butantã, na capital*

 

*CASOS – LOCAL – PERÍODO*

– 20, na Av. Cupecê, (final da noite)

– 17, na Rod. Raposo Tavares, (tarde)

– 08, na Av. Sapopemba, (final da noite)

– 08, na Av. Teotônio Vilela, (final da noite)

– 08, na Av. Ver. João de Luca, (final da noite)

*Fontes: SSP, SPTrans, Artesp, Diário do Transporte*

*EMPRESAS DE ÔNIBUS*

*ABC Paulista*

– NEXT Mobilidade (intermunicipal);

– BR7 Mobilidade (municipal de São Bernardo do Campo);

– Suzantur (municipal de Santo André, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires);

– Viação Guaianazes (municipal de Santo Andrpe)

*SPTRANS (municipais de São Paulo)*

Zona Sul:

– Mobibrasil;

– A2 Transportes;

– Transwolff;

– Viação Grajaú;

– KBPX;

– Viação Campo Belo;

Zona Leste:

– UpBus;

– Transunião;

– Viação Metrópole Paulista;

– Pêssego Transportes;

Zona Oeste:

– Transcap;

– Transppas:

– Viação Gato Preto;

– Alfa Rodobus;

Zona Norte:

– Viação Gato Preto;

– Sambaíba;

– Spencer;

– Nortebus

*OSASCO E REGIÃO*

– Viação Osasco

– Auto Viação Urubupungá;

*TABOÃO DA SERRA, EMBU DAS ARTES E REGIÃO*

– Viação Miracatiba

– Fermiva/Pirajussara;

*GUARULHOS E REGIÃO*

– Viação Atual;

– Empresa Vila Galvão;

– Viação Guarulhos;

*Fontes: SSP, SPTrans, Artesp, Diário do Transporte*

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes





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