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Com novos contratos de transportes por licitação, “tão sonhado Bilhete Único para Curitiba” deve finalmente sair do papel, diz gestão Pimentel a vereadores


Foto: Adamo Bazani/Diário do Transporte

Proposta foi apresentada à Câmara Municipal, assunto é debatido há vários anos; em 2019, Diário do Transporte havia noticiado estudo que apontava para a capital paranaense modelo de integração temporal como da cidade de São Paulo

ADAMO BAZANI / VINÍCIUS DE OLIVEIRA

Na última segunda-feira, 11 de agosto de 2025, os vereadores de Curitiba (PR) discutiram novo modelo de concessão do transporte coletivo apresentado pelo presidente da Urbs (Urbanização de Curitiba), Ogeny Pedro Maia Neto. O projeto prevê a criação de cinco novas linhas, mudanças em outros 30 itinerários e reforço de 41 ônibus nas linhas mais utilizadas pela população, sendo 13 deste total modelos biarticulados.

A sessão na Câmara abordou também a implantação do Bilhete Único no sistema de mobilidade da capital, com os vereadores tendo analisado o estudo realizado pelo Instituto Destino Brasil, que lista melhorias vindas da tecnologia já existente, como a redução do tempo de deslocamento e o custo da passagem para os usuários do transporte público, além de facilitar a integração entre diferentes modos de transporte, como ônibus, BRT e outros meios de transporte, dentre outros fatores.

O estudo utiliza, inclusive, a cidade de Barcelona, na Espanha, como exemplo de implementação do sistema de bilhetagem, assim como a Alemanha, que possui regiões onde as passagens podem ser adquiridas em estações de trem, metrô ou pontos de ônibus, com opções para bilhetes unitários, diários, semanais, mensais, além de modalidades diferenciadas para grupos e famílias.

O novo modelo de concessão apresentado pela Urbs estabelece ainda a aquisição de 245 ônibus elétricos nos primeiros cinco anos, a substituição de 149 veículos a diesel por modelos menos poluentes e a instalação de ar-condicionado nos novos coletivos, exceto nos modelos comuns e nos micro-ônibus.

Todas as mudanças custarão cerca de R$ 3,9 bilhões aos cofres públicos no decorrer de 15 anos, sendo que R$ 2,6 bilhões serão aplicados até o quinto ano, caso o novo modelo de concessão seja aprovado.

De acordo com a Câmara Municipal, a maior parte dos investimentos seriam voltados aos ônibus elétricos, enquanto o restante custearia baterias, carregadores, dois eletropostos públicos, 12 novas estações-tubo e sistemas de contagem de embarques e desembarques.

A manutenção das estações passará a ser responsabilidade das concessionárias, e os investimentos contarão com financiamento de pouco mais de R$ 1 bilhão, obtido por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do banco alemão Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW).

Bilhete Único em Curitiba

Curitiba, considerada referência em mobilidade, não possui um sistema de fato de Bilhete Único, algo que até cidades menores e menos afamadas já têm.

Mas com os novos contratos de transportes públicos, que devem ser assinados a partir da conclusão de uma nova licitação, a cidade “referência” em mobilidade deve ter esse básico.

A promessa é da gestão do prefeito Eduardo Pimentel. Em audiência nesta semana na Câmara Municipal, o presidente da gestora de transportes da cidade, Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto, apresentou as linhas gerais do que deve ser a concorrência e como devem ser operados os serviços aos passageiros de acordo com os novos contratos.

O foco da nova bilhetagem será do modelo “temporal”, como é feito na capital paulista e em grande parte dos municípios brasileiros há décadas.

Pelo sistema, em um determinado tempo e num único sentido de viagem, o passageiro usa mais de uma linha, pagando uma tarifa apenas. O embarque e desembarque pode ocorrer em qualquer ponto da cidade. Diferentemente do que é hoje em Curitiba, onde as integrações só ocorrem dentro dos terminais.

Este modelo mais arcaico, além de limitar as possibilidades de linhas e integrações, gera viagens negativas, ou seja, o passageiro tem de ir até um local onde ele não queria e voltar uma parte do trajeto.

“A integração temporal será ampla e restrita, então hoje nós temos a integração temporal em alguns pontos e a integração física com toda a região metropolitana, com todos os terminais. A integração temporal ampla possibilita que o passageiro desça, por exemplo, de um ônibus convencional, uma linha de bairro, e pegue outra linha de bairro que esteja indo para outro sentido, por exemplo, mas que passe por aquele local ou próximo. Então, num período de 30 minutos, uma hora, o passageiro pode se deslocar até outro ponto e pegar um ônibus sem pagar a passagem, então integração temporal ampla”, explicou o presidente da Urbs.

Confira na íntegra o estudo realizado pelo Instituto Destino Brasil:

Debate Antigo

O debate para um sistema de bilhetagem e integração mais inteligente, prático, racional e que faria com que a capital paranaense realmente fizesse jus à sua fama (hoje mais na fama que na prática como referência em transportes públicos), é antigo.

Para se ter uma ideia, o Diário do Transporte, noticiava em 12 de março de 2019 ainda que um estudo da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica) do Paraná já apontava o modelo de integração temporal, como da cidade de São Paulo, como o mais adequado para os curitibanos.

Relembre:

Estudo mostra que integração como do Bilhete Único de São Paulo é a mais recomendada para Curitiba

Em 13 de março de 2019, durante uma entrega de ônibus biarticulados de motor dianteiro e sem ar-condicionado da Scania para a operadora de linhas do sistema, Viação Cidade Sorriso, o Diário do Transporte perguntou ao então prefeito Rafael Greca sobre as integrações.

O chefe do executivo garantiu que “em breve”, a capital teria integrações temporais por Bilhete Único.

Mas, na prática, nada ocorreu.

Relembre:

Greca diz que pretende ter Bilhete Único em Curitiba como o de São Paulo

 

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Vinícius de Oliveira, para o Diário do Transporte





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