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Corredor ABD se torna “independente” da ENEL e recebe “selo ouro” de certificadora internacional em transportes não poluentes – VÍDEO


Trólebus 0 km incluído na frota da NEXT Mobilidade no Corredor ABD neste ano de 2025.

Sistema compra energia de mercado livre, o que reduz custos e melhora a distribuição. Para manter certificados, empresa operadora do corredor, NEXT Mobilidade, precisa comprovar que origem é totalmente limpa

ADAMO BAZANI

Colaborou Yuri Sena

O Diário do Transporte tem mostrado as dificuldades que as cidades brasileiras, inclusive a capital paulista, têm enfrentado para deixar os sistemas de ônibus menos poluentes. É um erro classificar os ônibus como vilões da poluição. Mesmo porque, os ônibus tiram das ruas entre 40 e 100 carros de uma só vez, considerando a média de ocupação dos veículos de passeio nas cidades. O diesel, principal fonte de tração dos veículos pesados no Brasil, possui algumas substâncias próprias e altamente nocivas à saúde humana e de animais. Entretanto, ainda não seria possível colocar os ônibus como vilões, já que em quantidade de frota e, também em idade, o maior problema ainda está com os caminhões. Quanto mais velho o veículo, mas tende a poluir. Jogar a conta da redução de poluição nas costas dos caminhoneiros, a maior parte autônomos que precisam trabalhar de forma exaurida para conseguirem sobreviver, não seria justo, porém. Assim, se torna mais viável que este processo comece com os ônibus, para os quais são mais diretas as linhas de financiamentos e menos onerosas aos cofres públicos que tentar, pelo menos agora, viabilizar uma eletrificação dos caminhões.

Não tem sido fácil deixar os ônibus menos poluentes nas cidades brasileiras. Além de questões relacionadas ao preço dos ônibus elétricos, autonomia de baterias e a menor oferta de alguns modelos, como micros e mídis, o principal problema tem sido a insuficiência de infraestrutura e a dependência das distribuidoras de energia.

Os sistemas de transportes buscam alternativas e é justamente no mercado livre de energia um dos caminhos. No Corredor ABD, que liga a região do ABC Paulista à capital com ônibus e trólebus, há um exemplo bem-sucedido disso. A empresária Maria Beatriz Setti Braga, da operadora do sistema, NEXT Mobilidade, conta que o sistema se tornou, praticamente, “independente” da ENEL e recebe “selo ouro” de certificadora internacional em transportes não poluentes, pela redução de custos, aumento de eficiência.

Sou uma partidária do transporte limpo, transporte verde. Hoje, a nossa energia, que nós compramos (para o) trólebus, é totalmente verde e totalmente limpa. Nós temos o selo ouro da energia que nós compramos no corredor ABD. Nós temos uma economia de energia, inclusive, que nós quase não dependemos da Enel, porque a gente compra no mercado livre, e essa energia a gente exige que seja limpa, verde, e para atingirmos o selo ouro, que é, na verdade, um selo que são as empresas, como o Bureau Veritas e todas as empresas certificadoras que nos dão (selo ouro) e vêm nos auxiliar. – disse.

Na cidade de São Paulo, na qual o prefeito Ricardo Nunes culpa justamente a ENEL por não providenciar a adequação necessária da tensão para que, quando os ônibus elétricos quando carregarem não derrubem a energia dos bairros, o melhor aproveitamento do mercado livre de energia tem sido um dos focos. As metas de eletrificação da frota não foram atendidas.

Uma das alternativas é uma tecnologia chamada BESS, equipamentos que funcionam como baterias gigantes nas garagens para reduzir a dependência da ENEL no fornecimento e carregamento de ônibus elétricos. A prefeitura diz que avança e já projetos sendo implantados em companhias de transportes.

Em vez de a garagem consumir de uma só vez a energia para os ônibus no momento da recarga, a eletricidade aos poucos vai sendo armazenada nestas baterias. Com isso, não são necessárias grandes adequações na tensão das redes e a ENEL se tornaria apenas distribuidora da energia, mas não necessariamente, fornecedora, ou seja, quem vende a eletricidade.

O gerente de negócios da Nansen, João Tabelini, uma empresa que, entre outros serviços, disponibiliza justamente a tecnologia BESS e fornecimento de energia a custos menores.

Segundo o executivo, em alguns casos, a redução do preço de energia, com a compra no mercado live, pode se aproximar de 30%.

Relembre:

O mercado livre de energia, que tem se tornado uma das principais alternativas nos transportes, é atualmente aberto até mesmo para pequenos consumidores domésticos.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes





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