Publicado em: 21 de agosto de 2025
Fim da integração entre as linhas 7-Rubi e 10-Turquesa obriga passageiro a realizar baldeação na Barra Funda, aumentando tempo de deslocamento em até seis minutos
MÁRIO CURCIO / ADAMO BAZANI /ARTHUR FERRARI
O Governo do Estado de São Paulo admitiu na manhã desta quinta-feira, 21 de agosto de 2025, que os passageiros terão o tempo de viagem ampliado com o fim do Serviço 710 de trens metropolitanos.
Em entrevista coletiva, representantes da estatal CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que continua com as operações da linha 10-Turquesa, e da TIC Trens, do Grupo Comporte, de ônibus, e da chinesa CRRC, que assume a linha 7-Rubi, no pacote de concessão do TIC (Trem Intercidades) de São Paulo a Campinas, explicaram as linhas gerais das mudanças. O Diário do Transporte esteve no local cobrindo a coletiva.
Aumento do tempo de percurso deve ser de seis minutos por causa da troca de trens, que desde 2021, com o Serviço 710, não precisava ocorrer, mas a partir de 28 de agosto de 2025 volta a ser obrigatória na Estação Barra Funda.
“Na pior hipótese, o usuário desembarcar de um dos lados e o outro trem já estiver partindo, ele perderá seis minutos até chegar o próximo”, afirma o gerente de operação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Iran Leão.
Além disso, o passageiro da linha 7-Rubi, com o corte do serviço na Barra Funda, perde várias conexões que fazia a partir da Estação da Luz, como com as linhas 1-Azul e 4-Amarela, de metrô, e acessos para a 2-Verde de metrô, e 12-Safira, de trens, por exemplo.
Entretanto, a linha 11-Coral, de trens metropolitanos, com a mudança, a partir de segunda-feira, 25 de agosto de 2025, recebe mais uma estação, inicialmente em testes (operação assistida), sendo prolongada da Luz para a Barra Funda, de 8h às 15h30 e de 20h a 00h.
O fim do Serviço 710 é criticado por passageiros e especialistas em transportes.
O Diário do Transporte conversou com o consultor internacional e vice-presidente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), Cláudio de Senna Frederico, que afirmou este desmembramento é um dos sinais de que, na prática, o projeto de elevar o atendimento da CPTM a padrões de metrô foi abandonado. Segundo Frederico, o conceito “hub ferroviário” para trens metropolitanos já não se aplica mais aos principais sistemas de trilhos do mundo. O Governo do Estado diz que a Estação Barra Funda vai se transformar nesse tipo de “hub”.
Relembre
ENTREVISTA: Especialista critica fim do Serviço 710 e diz que “hub ferroviário” não faz mais sentido para trens metropolitanos
Adamo Bazani, Jornalista especializado em transportes
Mário Curcio e Arthur Ferrari, para o Diário do Transporte