Publicado em: 24 de maio de 2025
TCE-PR recebeu da prefeitura os primeiros documentos consolidados do projeto, incluindo dados de diagnóstico da Rede Integrada de Transporte (RIT) e estudo de demanda
ALEXANDRE PELEGI
Curitiba deu passos importantes na estruturação do novo contrato de concessão do transporte coletivo, com representantes da Prefeitura, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e do Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR) realizando encontros para detalhar o processo e o cronograma. As reuniões, que contaram com a presença de diversas autoridades e técnicos, fazem parte de uma série de encontros previstos durante a elaboração do edital.
Um dos pontos centrais destacados nas reuniões é a transparência na condução do processo. A Prefeitura entregou ao TCE-PR os primeiros documentos consolidados do projeto, incluindo dados de diagnóstico da Rede Integrada de Transporte (RIT) e estudo de demanda. Na sequência, devem ser encaminhados relatórios de estudos de engenharia, econômico-financeiro, jurídico institucional e socioambiental. Esta comunicação transparente com o TCE-PR atende à resolução 101/23, que exige o envio de detalhes sobre investimentos, cronograma e a situação atual do sistema 120 dias antes do lançamento do edital.
O presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto, e o coordenador-geral de fiscalização do TCE-PR, Rafael Ayres, ressaltaram a importância da reunião técnica para apresentar o processo de estruturação desenvolvido até o momento. Segundo Rafael Ayres, a avaliação do trabalho conjunto é “muito positiva“, com profissionais com expertise aprofundando os estudos tanto pela Prefeitura/BNDES quanto pelo Tribunal, visando construir um edital “atrativo, que traga segurança, que seja bem-estruturado”.
A gerente de projeto do BNDES, Paula Fogacci, destacou que a intenção é dar prosseguimento aos estudos e reuniões com o TCE-PR, capturando dúvidas e questionamentos para estruturar a modelagem da concessão. A participação da população também está prevista por meio de audiências públicas e reuniões com setores organizados da sociedade, fundamental para garantir a confiança e segurança no projeto para usuários e investidores.
O prefeito Eduardo Pimentel comandou uma das reuniões, ressaltando que a modernização do transporte coletivo é o “maior desafio” de sua gestão, com foco em mais integração, sustentabilidade e eficiência. Ele afirmou que a população busca “ônibus de qualidade, no horário e com uma tarifa justa“, e expressou confiança de que os trabalhos resultarão em um edital que trará “muitas melhorias para os usuários“.
O novo contrato de concessão é visto como um passo significativo rumo à modernização do sistema de transporte da capital, que já é referência no Brasil e no mundo. A previsão inicial para a publicação do edital é setembro, com o leilão programado para dezembro na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). No entanto, uma das fontes menciona a previsão inicial de publicação do edital em setembro de 2025.
Os benefícios esperados para os usuários são diversos, incluindo:
Ampliação da integração entre linhas;
Avanço da eletrificação da frota, alinhado às metas de redução de emissão de gases poluentes;
Redimensionamento e novas rotas de ônibus;
Implementação de novos indicadores de qualidade e eficiência como instrumento de melhoria contínua;
Novas ferramentas de gestão de embarques e desembarques; e
Modernização do controle de acesso a terminais e estações-tubo.
A presidente do Ippuc, Ana Jayme, comentou que os estudos atuais balizarão as próximas decisões sobre o modelo a ser adotado, buscando construir um edital que traga modernidade e se mantenha atualizado durante o período da concessão.
Já o coordenador de Acompanhamento de Atos de Gestão do TCE-PR, Marcus Vinicius Machado, reforçou a necessidade do trabalho colaborativo e concomitante para que as etapas da licitação e seus ajustes aconteçam sem comprometimento dos prazos, com o TCE atuando como “agente fortalecedor desse contrato“.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes