Publicado em: 24 de dezembro de 2025

Frota total, alugada pela Green Energy chegará, até setembro, 400 unidades de diversos padrões. Na terça-feira (23), foi homologada empresa que vai fornecer infraestrutura de carregamento em um novo pátio
ADAMO BAZANI
A fabricante nacional de ônibus elétricos Eletra Industrial, de São Bernardo do Campo (SP), realizou nesta quarta-feira, 24 de dezembro de 2025, no pátio do Cefe (Centro de Educação e Formação do Educador), em São José dos Campos (SP), a entrega de mais 15 coletivos da marca.
Com isso, sobe para 20 o total de ônibus elétricos na cidade contemplados no contrato de locação deste tipo de veículo que prevê uma frota completa de 400 unidades de diferentes padrões. (Veja a relação mais abaixo).
Os 15 ônibus passam a operar as seguintes linhas:
- 135 – Alimentadora Vale Sul Shopping / Center Vale Shopping
- 225 – Galo Branco / Av. São José (Semiexpressa)
- 232 – Parque Novo Horizonte / Av. São José (Circular Centro)
- 117 – Morumbi / Aquarius
- 318 – Terminal Central / Dom Pedro
Como já havia noticiado a reportagem do Diário do Transporte, em 07 de março de 2025, a prefeitura de São José dos Campos assinou o contrato de 15 anos, no valor de R$ 2,71 bilhões, com a empresa Green Energy para aluguel de 400 ônibus elétricos. A assinatura ocorreu depois da apresentação da garantia legal de R$ 20,3 milhões (seguro garantia) por parte da companhia de São Paulo, com origem no ABC. Os cinco primeiros ônibus começaram a chegar em outubro de 2025.
Os veículos possuem tecnologia Eletra, de São Bernardo do Campo (SP), carrocerias Caio, baterias e motores WEG e chassis Mercedes-Benz.
Relembre:
Há ônibus de tamanhos e capacidades diferentes, mas todos possuem em comum itens como ar-condicionado, tomadas USB para carregamento de celulares, wi-fi para acesso à internet, vidros com tratamento contra raios ultravioleta do sol, piso baixo com rampa para acessibilidade, luzes em led internas para melhor conforto visual e, por serem elétricos, não emitem poluentes durante a operação, vibram menos e são mais silenciosos.
Veja alguns dos principais itens:
- Tecnologia e inteligência embarcada que monitora desempenho, horários, trajeto e reduz quilometragem
- Câmeras internas para mais segurança
- Ar condicionado
- Piso baixo e acessível
- Entradas USB para carregar celulares
- Espaço para dois cadeirantes
- Iluminação LED
- Design exclusivo
O Diário do Transporte mostrou que a Eletra anunciou em outubro de 2025, em parceria com a WEG, uma nova geração de baterias que, inclusive, deve compor as próximas entregas para o sistema de transportes da cidade.
Com mais capacidade energética, as baterias possuem maiores autonomias que dos modelos atuais.
Já os novos motores e inversores permitem uma redução de peso de cerca de 350 kg e ampliação da capacidade total de transportes, dependendo da configuração de cada veículo.
A diretora-presidente da Eletra, Milena Romano, disse que somente os ônibus elétricos oferecem uma diversidade maior de modelos de negócio e contratações, nem sempre possíveis em relação aos veículos de outras tecnologias. A empresa cita alguns exemplos.
*“São José dos Campos é o exemplo claro que, com vontade, disposição e a técnica correta, é possível sim deixar os transportes coletivos ainda mais sustentáveis e amigáveis ao meio ambiente e que elevam a qualidade de vida das pessoas. Na verdade, os ônibus elétricos proporcionam mais modelos de contratações. São José dos Campos optou por locação, outras cidades fazem as compras diretas, em outras, os operadores fazem a aquisição e os veículos são bancados integralmente pela iniciativa privada; há ainda a possibilidade de o gestor público subsidiar a diferença de valores entre os modelos mais poluentes e os sustentáveis, como a capital paulista faz e se tornou exemplo. O importante é que existem caminhos, boa vontade e linhas nacionais e internacionais de financiamento”* – disse
A apresentação da tecnologia nova de baterias ocorreu no lançamento em São Paulo da marca própria de chassis da Eletra, com uma linha que vai desde ônibus básicos (podendo ser adaptados para uso em serviços de mídis) até superarticulados de 23 metros.
Na ocasião, empresa apresentou o serviço de consultoria Eletra Consult, uma consultoria que apoia gestores públicos e operadores privados em todas as etapas da eletrificação de sistemas de ônibus, desde a preparação das obras civis nas garagens, passando por escolha da infraestrutura de recarga e rede, além de pesquisa de linhas de financiamento disponíveis no mercado, definição dos modelos de ônibus para cada tipo de serviço até pós-venda e treinamento de motoristas e equipes de manutenção.
Relembre:
Para Milena, o fato de os ônibus elétricos serem brasileiros traz diversas vantagens, como flexibilidade operacional, acesso a mais linhas de financiamento com maiores vantagens, geração de emprego e renda e possibilidade de o Brasil marcar posição internacional como exportador de produtos com maior valor agregado, tecnologia e conhecimento em transporte limpo.
*”Quando os ônibus são nacionais, como os da Eletra, as possibilidades de financiamento são maiores ainda, isso sem contar com fatores como a flexibilidade para as diferentes realidades operacionais do País que só a indústria brasileira pode oferecer, além da geração de emprego, renda e qualificação para a população e valor agregado aos nossos produtos, inclusive com vistas ao mercado externo. O Brasil, com os ônibus elétricos, pode se tornar um grande exportador de produtos, tecnologia e conhecimento em transporte limpo, e tudo com maior valor agregado. Ônibus elétrico deve ser encarado como estratégia”* – disse a diretora-presidente da Eletra, Milena Romano
TIPOS DE ÔNIBUS:
A frota de 400 ônibus será dividida da seguinte maneira:
144 ônibus básicos com portas à direita;
Capacidade mínima para 70 passageiros e piso baixo
Autonomia Mínima das Baterias: 220 km até os oito primeiros anos de uso (após 8 anos, a redução de autonomia não pode ser superior a 20%, tendo, no mínimo, de ser de 176 km)
020 ônibus básicos com portas à direita e à esquerda;
Capacidade mínima para 70 passageiros e piso baixo
Autonomia Mínima das Baterias: 220 km até os oito primeiros anos de uso (após 8 anos, a redução de autonomia não pode ser superior a 20%, tendo, no mínimo, de ser de 176 km)
212 ônibus padrons com portas à direita;
Capacidade mínima para 80 passageiros e piso baixo
Autonomia Mínima das Baterias: 210 km até os oito primeiros anos de uso (após 8 anos, a redução de autonomia não pode ser superior a 20%, tendo, no mínimo, de ser de 168 km)
024 ônibus articulados com portas à direita e à esquerda;
Capacidade mínima para 80 passageiros e piso baixo
Autonomia Mínima das Baterias: 200 km até os oito primeiros anos de uso (após 8 anos, a redução de autonomia não pode ser superior a 20%, tendo, no mínimo, de ser de 160 km)
OUTROS ÔNIBUS JÁ EM OPERAÇÃO:
Além dos ônibus com tecnologia brasileira Eletra que integram a frota total de 400 veículos locados pela Green Energy no contrato de 15 anos assinado em março de 2025 com as primeiras unidades sendo entregues a partir de outubro de 2025, o sistema de transportes municipais de São José dos Campos (SP) conta com 12 ônibus elétricos articulados com tecnologia da empresa chinesa BYD.
Chamados pela prefeitura de VLP (Veículos Leves sobre Pneus), os coletivos começaram a ser entregues em novembro de 2020 com conclusão do lote no fim de 2021.
Como mostrou o Diário do Transporte, na ocasião, com carrocerias da Marcopolo, os ônibus possuem 22 metros de comprimento, são do tipo articulado e foram comprados pela Prefeitura mesmo para operação nos corredores “Linha Verde” para maiores demandas.
Relembre:
CARREGADORES:
A reportagem também mostrou que a prefeitura de São José dos Campos confirmou nesta terça-feira, 23 de dezembro de 2025, a empresa Nansen Instrumentos de Precisão Ltda como vencedora da licitação para fornecimento e implantação da infraestrutura para recarga de ônibus elétricos no chamado Pátio Sul.
O Pátio Sul será implantado na Rua Carlos Nunes de Paula, 833, no Jardim Imperial, em frente à Estação Sul da Linha Verde. O local conta com área total de 12.776 m², sendo 10.713 m² destinados à área construída.
O projeto contempla 34 vagas para ônibus, todas com ponto de recarga, possibilitando o abastecimento de aproximadamente 160 veículos por dia.
Relembre:
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes


