Publicado em: 18 de agosto de 2025
Sistema da região metropolitana de Goiânia decidiu não “demonizar o avanço do diesel”. Previsão é de 50 elétricos, 32 movidos a biometano e 48 com a tecnologia Euro VI, que obedece às normas regulatórias europeias para emissão de poluentes
ADAMO BAZANI
Em vez de apostar todas as fichas numa única alternativa para reduzir a poluição pelo transporte coletivo por ônibus, diversos gestores públicos de transportes por todo o País têm se conscientizado que diversificar as opções tecnologia de tração tem resultados melhores e que “demonizar” o óleo diesel, pode não ser um dos melhores combustíveis para a saúde, mas obteve avanços, não é o melhor caminho.
O sistema de transportes da região metropolitano de Goiânia, em especial o BRT Leste-Oeste, chamado de Eixão ou Eixo Anhanguera, passa por uma renovação de frota, após anos de estagnação e sucateamento e, entre as decisões tomadas foi a diversificação dos modelos de ônibus, incluindo os que são movidos a diesel, já com o padrão Euro 6.
O governador Ronaldo Caiado, ao anunciar a continuação das reformas civis de infraestrutura do corredor, como as 19 estações do BRT Leste-Oeste com a entrega das últimas três plataformas — Capuava, Cascavel e Rua 8., e o prosseguimento das obras de quatro terminais do BRT Leste-Oeste, confirmou que o foco é a diversificação das tecnologias.
“A previsão é que o sistema chegue a 130 veículos movidos a energia limpa e renovável, sendo 50 elétricos, 32 movidos a biometano (gás obtido na decomposição de resíduos) e 48 com a tecnologia Euro VI, que obedece às normas regulatórias europeias para emissão de poluentes.” – diz nota do Governo estadual.
A capital paulista, por exemplo, adotou uma estratégia diferente e tem encontrado dificuldades para renovar a frota. Desde 17 de outubro de 2022, as viações são proibidas de comprar modelos a diesel. Como ainda não há uma infraestrutura para um avanço maior da eletrificação, além do não cumprimento da meta de frota menos poluente, a SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora local, teve de ampliar a idade máxima permitida de 10 anos para 13 anos dos ônibus em circulação, inclusive com veículos que são seguros, têm qualidade, mas não possuem os mesmos itens de conforto, monitoramento e segurança que os mais modernos, tanto elétricos como a diesel. A cidade não voltou atrás na proibição do diesel, mas considera outras alternativas, como o biometano.
A capital paulista possui a maior frota de ônibus elétricos do Brasil a baterias, com 658 unidades. Mas isso representa apenas 5,5% de toda a frota de 12 mil ônibus municipais.
A gestão anunciou 2,6 mil ônibus para dezembro de 2024, o que não se concretizou.
Especialistas apontam a diversificação de tecnologias como o melhor caminho neste momento.
O Diário do Transporte debateu o tema. Relembre:
Além disso, diferentes sistemas têm encontrado no mercado livre de energia um dos caminhos para reduzir a dependência total das distribuidoras, como a ENEL. Um dos exemplos têm sido o Corredor Metropolitano ABD, de ônibus e trólebus, que assim como o “Eixão de Goiânia” é intermunicipal, ligando cidades do ABC Paulista e a capital, e tem diferentes tecnologias, como trólebus e baterias e veículos diesel Euro 6.
Relembre:
Corredor ABD se torna “independente” da ENEL e recebe “selo ouro” de certificadora internacional em transportes não poluentes – VÍDEO
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes