Publicado em: 28 de julho de 2025
Em vídeos a serem veiculados em redes sociais, terminais e nos veículos, companhias apelam para denúncias
ADAMO BAZANI
Colaborou Vinícius de Oliveira
As empresas de ônibus da região do ABC criaram uma campanha para incentivar as denúncias contra ataques a ônibus, em vídeos que serão divulgados em redes sociais e também em ônibus que possuem telas, pontos, estações e terminais. O sindicato das companhias da região pede para que a população denuncie e que as autoridades investiguem com maior afinco os casos.
Como tem mostrado o Diário do Transporte, em primeira mão, desde 12 de junho de 2025, somente na capital paulista, os casos já se aproximam de 600 e em todo o estado de São Paulo, considerando a região metropolitana, inclusive o ABC e o litoral, neste período (somadas as cidades e o sistema metropolitano) já são mais de mil casos.
Após a zona sul da capital paulista, o ABC é uma das regiões com maior incidência de ataques até o momento. Somente uma das empresas de ônibus que atua na região, a Next Mobilidade, juntamente com a BR7 Mobilidade, teve nesse período mais de 100 ônibus vandalizados. Os prejuízos contando com a retirada dos ônibus de circulação, conserto, multa e o chamado lucro cessante, quando não há obtenção de recurso pelo serviço, justamente por algo alheio à vontade da empresa, já ultrapassam 15 milhões de reais.
Outras entidades ligadas a empresas de ônibus e a trabalhadores do setor também têm realizado campanhas. Até o momento, cerca de 20 pessoas foram presas, mas grande parte nem foi considerada relevante para as investigações, uma vez se tratarem de casos mais corriqueiros. A polícia prendeu, na última semana, um funcionário público da CDHU, Edson Aparecido Campolongo, que confessou ao menos 18 ataques, sendo a maior parte na região do ABC.
Aos policiais, o suspeito disse que fez os atos por uma revolta e que queria mudar o país. No entanto, a polícia não acredita na versão. O irmão dele também foi preso, Sérgio Aparecido Campolongo, acusado de participação.
O Diário do Transporte também mostrou que a Polícia Civil descartou a possibilidade de jogos de desafio na internet como uma das motivações e também praticamente eliminou a hipótese de brigas sindicais. Problemas relacionados a contratos de empresas de ônibus, tanto na capital quanto na região metropolitana, ganharam força e agora estão entre as principais hipóteses da polícia.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Colaborou Vinícius de Oliveira