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Especialista Internacional da UITP defende o uso dos trólebus em São Paulo e cita o modelo E-Trol, do ABC, como alternativa ideal 


De acordo com o especialista Arnd Bätzner, não se deve desestruturar uma rede consolidada e sim buscar evoluções

ADAMO BAZANI e YURI SENA 

Diante da possibilidade de desativação da rede de trólebus em São Paulo, especialistas se reuniram nesta semana no Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo e foram unânimes: os ônibus elétricos conectados à fiação aérea não devem ser aposentados na cidade. Pelo contrário, se não houver expansão da rede, ao menos deve haver a preservação e a manutenção do sistema atual.

O evento reuniu especialistas nacionais e internacionais, membros da academia, da área técnica, da indústria e de organismos multilaterais. Um deles, especialista em mobilidade elétrica da UITP, Arnd Bätzner, foi enfático ao dizer que, se a cidade de São Paulo optar por não expandir a rede de trólebus, deve ao menos manter a atual estrutura e, ao mesmo tempo, modernizar os serviços e a frota.

Bätzner citou como exemplo positivo a tecnologia E-Trol, que consiste em um veículo que opera tanto com baterias quanto conectado à rede aérea, já largamente utilizado em diversas partes do mundo. No Brasil, há também essa tecnologia desenvolvida pela Eletra, em São Bernardo do Campo. Os veículos vão operar no corredor BRT-ABC, que está sendo construído entre as cidades de São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul e São Paulo.

O especialista também apresentou exemplos internacionais que mostram os dois extremos: o positivo, com a modernização das redes, que não impede a implantação de outros meios de transporte concomitantes; e o negativo, com o sucateamento. 

Enquanto os trólebus se expandem em diversas partes do mundo, São Paulo discute a manutenção do sistema.

Três fatos marcaram os debates nesta semana e foram noticiados pelo Diário do Transporte. A rede Respira São Paulo, uma organização não governamental formada por profissionais, membros da academia, técnicos e especialistas, revelou ao site um estudo inédito que mostra que não seria vantajoso para a capital paulista desativar a rede de trólebus em razão da implantação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) na região central.

Relembre: 

Trólebus vai acabar em São Paulo com a implantação do VLT (Bonde de São Paulo), diz Nunes em resposta ao Diário do Transporte e Enel promete energia para mais 2 mil ônibus – OUÇA

Como mostrou o Diário do Transporte em 23 de julho de 2025, durante a entrega de uma frota de ônibus elétricos a bateria, ao responder ao repórter Adamo Bazani, o prefeito Ricardo Nunes revelou que uma das intenções é que, com a implantação de duas linhas do “bonde de São Paulo” no centro, a rede de trólebus seja desativada. Nunes alegou que os custos de manutenção giram em torno de 30 milhões de reais e citou eventuais conflitos de infraestrutura entre os dois meios de transporte.

Relembre: 

Desativar trólebus por causa de VLT (Bonde de São Paulo) é um desperdício e vai na contramão do que mundo pratica, aponta estudo (ENTREVISTA e VÍDEO)

Entretanto, um estudo da Rede Respira São Paulo aponta o contrário. O Diário do Transporte conversou com Jorge Françoso de Moraes, que apresentou os trabalhos. Segundo o projetista em mobilidade urbana elétrica, várias partes do mundo possuem redes de trólebus e de VLTs operando concomitantemente. Para São Paulo, esse tipo de operação seria interessante porque aproveitaria melhor a infraestrutura de geração e distribuição de energia já instalada no centro. Além disso, o trólebus abrange uma região mais ampla, indo do centro às zonas leste e oeste, enquanto o VLT ficaria restrito apenas ao centro.

Outro fato que marcou a semana, também noticiado pelo Diário do Transporte, foi a revelação por parte da SPTrans de que a linha 408A-10 Machado de Assis – Cardoso de Almeida, a mais antiga de trólebus do Brasil, inaugurada em 1949, pode perder esse tipo de veículo. 

Relembre: 

OFICIAL: Ambiental formaliza pedido para que primeira linha de trólebus do Brasil (408 A-10) deixe de ter este tipo de veículo contando só com modelos a bateria

A Companhia Ambiental Transportes Urbanos, operadora, protocolou um pedido junto ao órgão público para substituir definitivamente os trólebus por modelos movidos apenas a bateria. A SPTrans ainda avalia:

Também nesta semana, o Diário do Transporte acompanhou o seminário realizado pelo Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo justamente sobre a manutenção dos trólebus na capital paulista. O evento reuniu diversos especialistas das áreas acadêmica, técnica e da indústria que atua nesse setor.

Um dos modelos apontados como viáveis para a capital paulista foi o E-Trol, já largamente utilizado no mundo e que, no Brasil, fará parte da frota do BRT-ABC, sistema de corredores de ônibus que está sendo construído entre São Bernardo do Campo, Santo André e São Caetano do Sul até o terminal Sacomã, na região sudeste. Esse ônibus funciona tanto apenas com bateria, em trechos do trajeto, quanto ligado à rede elétrica.

Relembre:

Trólebus em São Paulo não só deveriam ser preservados, mas ampliados, defendem especialistas em seminário

O ônibus E-Troll do BRT-ABC, que ainda não foi inaugurado, já vai receber uma atualização tecnológica. O Diário do Transporte revelou que a Eletra Industrial, fabricante do modelo, e a Caio, fabricante da carroceria, firmaram um acordo para que o veículo passe a incorporar novas tecnologias de conforto, design e espaço interno. 

Essas melhorias também serão usadas na carroceria dos ônibus 100% a bateria do projeto Corredor Verde, de Ricardo Nunes. Esse projeto não prevê trólebus, apenas ônibus movidos a bateria, mas incorpora outras medidas sustentáveis, como reaproveitamento de água da chuva, estações e terminais com aproveitamento de energia solar e maior área de jardinagem.

Relembre: 

EXCLUSIVO – VÍDEO: BRT-ABC terá frota mais moderna que projeto original: Novo Caio E-Millennium BRT, apresentado por Ricardo Nunes, também vai ser a carroceria do E-Trol

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Yuri Sena, para o Diário do Transporte





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