Fim de uma era na Fórmula 1: depois de 20 anos como chefe de equipe da Red Bull, Christian Horner foi demitido do cargo nesta quarta-feira (9). A informação foi confirmada pela escuderia em sua página oficial no Instagram e tem efeito imediato.
Quem assume seu lugar é o mandatário da Racing Bulls, Laurent Mekies. Ele foi engenheiro-chefe da Red Bull de 2006 até 2014, quando saiu da fábrica para assumir o posto de Diretor de Segurança e Assistente do Diretor de Corrida na FIA, órgão regulador do esporte. Após isso, trabalhou em variadas funções por cinco anos na Ferrari e, em 2024, ficou à frente do time satélite.
A saída de Horner também mexe com a Racing Bulls. Como Mekies foi ‘promovido’ à equipe principal, o Diretor de Corridas, Alan Permane, será o novo chefe. Ele está na Fórmula 1 desde 1989, quando começou sua carreira na extinta Benetton, e passou por Renault, Lotus e Alpine.
As trocas na diretoria da Red Bull surgem em momento em que a escuderia está longe de definir seus pilotos para 2026. De acordo com a Sky Sports Italia, Max Verstappen estaria em negociações com a Mercedes – fato que seria ajudado por uma suposta cláusula de desempenho divulgada pelo site The Race, em que o holandês poderia encerrar seu contrato se não estiver entre os dois primeiros do campeonato até a pausa de verão no hemisfério norte.
Horner deixa a Red Bull com um legado invejável: oito títulos de pilotos, quatro com Sebastian Vettel e mais quatro com Verstappen, e seis de construtores. Com ele à frente, foram 124 vitórias, 287 pódios e 107 pole positions. Em 2023, a equipe protagonizou o maior domínio da história da Fórmula 1, triunfando em 21 das 22 provas daquele ano.
Uma polêmica envolveu o então chefe de equipe em 2024, quando uma funcionária o acusou de comportamento inadequado e o caso virou uma investigação interna. Apesar de ter sido absolvido, isso foi mais um fator que aumentou a pressão sobre ele.
“Após 20 anos, Christian Horner deixa o cargo de chefe e CEO da Red Bull”, confirmou a escuderia em nota nas redes sociais. “Nós o agradecemos por seu trabalho excepcional e incansável. Ele foi fundamental em tornar este time um dos maiores vencedores na F1. Obrigado por tudo, Christian”, encerrou o informe.
A Red Bull passa por um ‘desmonte’ antes de uma das maiores mudanças de regulamento da história da categoria, que terá um novo motor e aerodinâmica revisada para 2026. Além de Horner, a escuderia perdeu o projetista ‘guru do design’ Adrian Newey para a Aston Martin e o diretor esportivo Jonathan Wheatley para a Sauber, de Gabriel Bortoleto.
E não é somente Verstappen que pode deixar o cockpit da equipe na próxima temporada. O mau desempenho de Yuki Tsunoda no segundo carro coloca em dúvida sua renovação, ainda mais considerando a ameaça do ‘prodígio’ Arvin Lindblad, de 17 anos, que disputa a Fórmula 2 em 2025 e já tem a superlicença da Fórmula 1 aprovada pela FIA.
