Publicado em: 18 de novembro de 2025

Como revelou o Diário do Transporte, a cobrança da Justiça acelerou a ação da ANTT e culminou na publicação do maior pacote de liberações da FlixBus até agora
ALEXANDRE PELEGI
A FlixBus obteve, nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025, um dos maiores pacotes de liberações já concedidos à empresa no Diário Oficial da União, com 12 decisões da Superintendência de Serviços de Transporte Rodoviário de Passageiros (SUPAS/ANTT) autorizando a operação de novas linhas interestaduais em diferentes regiões do país — todas em condição sub judice.
As autorizações abrangem eixos estratégicos no Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, fortalecendo a presença da marca em mercados de alta demanda, como litoral catarinense, região metropolitana de São Paulo, Espírito Santo, interior do Paraná, Bahia e Rio Grande do Sul.
As novas linhas autorizadas pela ANTT
Campina Grande do Sul/PR ↔ Campinas/SP
Cariacica/ES ↔ Salvador/BA
Campina Grande do Sul/PR ↔ Florianópolis/SC
Itaboraí/RJ ↔ Vitória/ES
Curitiba/PR ↔ Penha/SC
Penha/SC ↔ Porto Alegre/RS
Porto Real/RJ ↔ Juiz de Fora/MG
Rio de Janeiro/RJ ↔ Cariacica/ES
São Bernardo do Campo/SP ↔ Angra dos Reis/RJ
São Bernardo do Campo/SP ↔ Itaboraí/RJ
São Paulo/SP ↔ Porto Real/RJ
Guarulhos/SP ↔ Florianópolis/SC
Esse conjunto configura a maior expansão operacional já concedida à FlixBus desde sua entrada no mercado brasileiro.
Todas as decisões foram assinadas pelo superintendente de Serviços de Transporte Rodoviário de Passageiros da ANTT, Juliano de Barros Samôr.
Com isso, a FlixBus passa a dispor de uma malha significativamente ampliada, resultado direto tanto de autorizações administrativas quanto de decisões judiciais que vêm destravando pedidos pendentes.
Justiça cobrou ANTT por descumprimento de decisões
A publicação desta terça-feira ocorre poucos dias após reportagem do Diário do Transporte, que revelou decisão da Justiça Federal determinando que a ANTT liberasse a operação da FlixBus em até cinco dias.
Segundo a decisão, a agência teria apresentado resistência reiterada em cumprir ordens judiciais referentes aos pedidos da empresa — inclusive mantendo exigências já afastadas e demorando quase dois anos para concluir análises.
O processo também levantou suspeita sobre possível supressão interna de nota técnica da própria agência, o que resultou no envio do caso para a Controladoria-Geral da União (CGU) e para o Ministério Público Federal (MPF).
A decisão judicial apontada pelo Diário do Transporte ajuda a explicar por que parte significativa das autorizações publicadas hoje aparece na condição “sub judice”: tratam-se de liberações vinculadas ao cumprimento obrigatório de determinações judiciais já em vigor. Relembre:
Justiça dá cinco dias para ANTT liberar operação da FlixBus e aponta resistência da Agência em cumprir decisões
Com as novas linhas, a FlixBus alcança sua maior expansão desde que iniciou operações no Brasil. Os trechos autorizados reforçam a estratégia da empresa de atuar em corredores de forte demanda, conectando cidades turísticas, polos logísticos e grandes regiões metropolitanas.
A malha publicada hoje também tende a elevar a pressão competitiva sobre operadoras tradicionais e sobre o próprio modelo regulatório em transformação conduzido pela ANTT.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes


