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Frota de ônibus urbanos no Brasil atinge maior envelhecimento em três décadas


Em São Paulo os contratos em vigor exigem que a idade média da frota seja de, no máximo, 5 anos para início de operação de novos serviços.

Idade média chega a 7,1 anos em 2025; falta de crédito e renovação insuficiente ameaçam qualidade do serviço

ALEXANDRE PELEGI

O transporte coletivo urbano brasileiro enfrenta o maior processo de envelhecimento de sua frota de ônibus em 30 anos. Segundo o Anuário NTU 2024-2025, a idade média dos veículos atingiu 7,1 anos em 2025, superando os níveis registrados em décadas anteriores e evidenciando a dificuldade do setor em manter a renovação em dia.

A série histórica mostra que, em 2010, a frota urbana alcançava uma idade média de apenas 4,2 anos, considerada um patamar de excelência internacional. Em 2015, esse índice era de 4,6 anos, mas a partir de então o ritmo de substituição caiu drasticamente. Em 2020, a idade já havia subido para 5,5 anos e, após os impactos da pandemia e da retração de investimentos, o número disparou até o recorde atual.

Embora a renovação de frota evite maior envelhecimento dos veículos, a falta de oferta de crédito com condições adequadas para o setor continua sendo um dos principais entraves para a modernização da frota e a transição tecnológica/energética”, destacou Francisco Christovam, diretor-executivo da NTU.

Em 2023, foram adquiridos 2.540 ônibus novos para as operações urbanas, mas o volume não foi suficiente para reverter a tendência. Para comparação, no início da década de 2010, as compras anuais ultrapassavam a casa dos 6 mil veículos, garantindo uma frota mais jovem e eficiente.

Para o presidente do Conselho Diretor da NTU, Edmundo Pinheiro, a situação preocupa porque a qualidade do transporte está diretamente ligada à idade dos veículos. “Acredito que as cidades exigem transporte público de qualidade e que, nos próximos cem anos, continuarão demandando ainda mais transporte público coletivo”, afirmou.

O levantamento da NTU reforça que a falta de políticas de financiamento estruturado ameaça não apenas a modernização, mas também a sustentabilidade do transporte coletivo, que precisa competir com alternativas individuais cada vez mais acessíveis e atrativas.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes





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