Publicado em: 26 de dezembro de 2024
Diário do Transporte apurou que gestão Ricardo Nunes estuda se será possível, mesmo com aumento em 2025, continuar mantendo a tarifa de ônibus em São Paulo em valores inferiores ao que deve ser praticado pelo sistema de trem e metrô, que também deve ter reajuste em janeiro
ADAMO BAZANI
Eu reunião do CMTT (Conselho Municipal de Trânsito e Transporte), que ocorreu na manhã desta quinta-feira, 26 de dezembro de 2024 para debater os custos da prestação de serviços das linhas municipais gerenciadas pela SPTrans (São Paulo Transporte), a prefeitura mostrou a necessidade aumento da tarifa de ônibus em 2025.
A hipótese de valor mínimo será de R$ 5 (alta de 13,6%) e a máxima será de R$ 5,20 (18,2%).
A SPTrans informou que atualmente, em média, a quantidade de passageiros transportados em dias úteis pelos ônibus na cidade é de 7,1 milhões, cerca de 20% a menos que os 9,65 milhões de 2019.
Atualmente, as gratuidades representam 28% da demanda, 22% de transferência gratuita ônibus para ônibus e 50% de passageiros pagantes.
Ainda de acordo com a SPTrans, operam 94% da frota em comparação a antes de pandemia ante 80% da demanda.
Desde janeiro deste ano de 2024, os valores cobrados pelos dois meios de transportes, que por anos foram os mesmos, são diferentes. O sistema de trilhos cobra dos passageiros atualmente R$ 5,00 e os ônibus geridos pela SPTrans (São Paulo Transporte), na capital paulista têm tarifa de R$ 4,40 desde janeiro de 2020. Trens e metrôs tiveram tarifas congeladas entre 2020 e 2023.
Os custos de operação de transportes subiram em 2024 e, como adiantou o Diário do Transporte, a elevação dos valores do óleo diesel foram um dos principais pontos abordados na reunião. Os custos totais apresentados foram de R$ 11,4 bilhões para 2024. Em 2020, eram de R$ 9,6 bilhões.
Pelos custos atuais do sistema de ônibus, sem subsídios, a tarifa seria de R$ 11,86. Se todos os passageiros pagassem, o valor da tarifa seria de R$ 7,86, ou seja, sem subsídios e sem gratuidades, de acordo com a apresentação.
O Diário do Transporte apurou que gestão Ricardo Nunes estuda se será possível, mesmo com aumento em 2025, continuar mantendo a tarifa de ônibus em São Paulo em valores inferiores ao que deve ser praticado pelo sistema de trem e metrô da região metropolitana, que também deve ter reajuste em janeiro.
A possibilidade de os ônibus continuarem cobrando menos, mesmo com aumento, é só um estudo ainda. Não está descarta ainda totalmente a hipótese de os dois modais voltarem a ter mesmas tarifas.
Valores ainda serão definidos, mas entre as hipóteses estudadas estão R$ 5 e R$ 5,20, respectivamente. Reunião deve apresentar a CMTT elevação de custos operacionais dos ônibus, ainda mais com perspectiva de diesel ter preços em alta em 2025
ADAMO BAZANI
*OUÇA ADAMO BAZANI e PEDRO CAMPOS SOBRE O ASSUNTO NA RÁDIO BANDEIRANTES*:
A gestão Ricardo Nunes estuda se será possível, mesmo com aumento em 2025, continuar mantendo a tarifa de ônibus em São Paulo em valores inferiores ao que deve ser praticado pelo sistema de trem e metrô da região metropolitana, que também deve ter reajuste em janeiro.
Desde janeiro deste ano de 2024, os valores cobrados pelos dois meios de transportes, que por anos foram os mesmos, são diferentes. O sistema de trilhos cobra dos passageiros atualmente R$ 5,00 e os ônibus geridos pela SPTrans (São Paulo Transporte), na capital paulista têm tarifa de R$ 4,40 desde janeiro de 2020. Trens e metrôs tiveram tarifas congeladas entre 2020 e 2023.
A possibilidade de os ônibus continuarem cobrando menos, mesmo com aumento, é só um estudo ainda. Não está descarta ainda totalmente a hipótese de os dois modais voltarem a ter mesmas tarifas.
Valores ainda serão definidos, mas entre as hipóteses estudadas estão R$ 5 e R$ 5,20, respectivamente. Reunião deve apresentar ao CMTT (Conselho Municipal de Trânsito e Transportes) elevação de custos operacionais dos ônibus, ainda mais com perspectiva de diesel ter preços em crescimento em 2025. A conta dos subsídios ao sistema de transportes, em constante elevação e sempre estourando o Orçamento também estão entre as argumentações.
REUNIÃO COM CMTT:
O preço do óleo diesel para 2025 tem projeção de crescimento e este deve ser um dos principais argumentos que devem ser expostos pela área técnica da gestão do prefeito Ricardo Nunes para justificar um aumento de tarifa de ônibus na cidade de São Paulo. As estimativas são da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), do Governo Federal, e são agravadas pela tendência de alta do dólar. Boa parte do diesel usada no Brasil é importada.
Nesta quinta-feira, 26 de dezembro de 2024, a prefeitura faz uma reunião extraordinária com o CMTT (Conselho Municipal de Trânsito e Transporte) para debater os custos de operação do sistema de ônibus na cidade, como noticiou em primeira mão o Diário do Transporte.
Relembre:
Os subsídios ao sistema de transportes também devem ser tema da reunião. As completações tarifárias, para cobrir a diferença entre a arrecadação nas catracas e os custos de operação dos ônibus, já têm R$ 6,5 bilhões reservados no Orçamento de 2025. Nos últimos anos, a prefeitura vem colocando dinheiro extra ao reservado no Orçamento, que não estava sendo suficiente. Em 2025, a prefeitura quer que não haja necessidade de injeção de recursos extra orçamento previsto ou, se houver, que seja em menor proporção do que tem sido até agora.
O Diário do Transporte mostrou que a reserva de R$ 6,5 bilhões já foi oficializada.
Relembre:
Não há aumento de tarifa de ônibus desde janeiro de 2020 na cidade de São Paulo, cuja passagem no sistema municipal está congelada em R$ 4,40.
Desde então, a inflação está acumulada em 32%, índice que se fosse aplicado integralmente elevaria a tarifa para aproximadamente R$ 5,80.
Mas o prefeito Ricardo Nunes, em entrevista, garantiu que o eventual aumento será abaixo da inflação acumulada no período de quatro anos desde o mais recente reajuste em janeiro de 2020. Ou seja, o valor a ser pago pelo passageiro não deve chegar a R$ 5,80.
Nunes, entretanto, já declarou que por causa do cenário da economia nacional, em especial quanto a trajetória de crescimento da cotação do dólar, outro ano de eventual congelamento de tarifa de ônibus pode até colapsar o sistema de transportes da cidade de São Paulo do ponto de vista econômico.
Relembre:
DIESEL
Um dos fatores que devem aumentar o preço do diesel e, com isso, a pressão dos custos de operação dos transportes por ônibus, é que grande parte deste combustível é importada. Aí, entram dois complicadores: a quantidade de diesel comprada do exterior deve continuar crescendo e o dólar está com tendência de alta.
Uma nota técnica publicada pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética), do Governo Federal, destaca que já houve aumento na quantidade de diesel importada pelo Brasil e que conflitos geopolíticos internacionais também podem pressionar o valor do preço do combustível pelo mundo em 2025.
Para a EPE, o diesel é um dos derivados de Petróleo que mais está valorizado no mercado internacional de combustíveis
Veja na íntegra:
Os preços do óleo diesel nacional devem continuar elevados em 2025, apresentando relativa estabilidade em relação a 2024, mas ficando abaixo dos preços recordes do óleo diesel registrados em 2022. Internacionalmente, os preços do petróleo e do óleo diesel continuarão pressionados pela extensão de cortes voluntários de produção da OPEP+, pelo agravamento de conflitos militares e riscos geopolíticos, e pelas incertezas sobre a continuidade de políticas setoriais que reduzam a demanda futura.
A demanda de óleo diesel do Brasil também deve continuar elevada, devido à pressão exercida pela melhora na economia. Em junho de 2024, o volume importado de diesel A foi de 1,5 milhão de m³, alta de 40,20% na comparação com o mesmo período de 2023 (1,1 milhão m³), maior volume de importações de diesel A para meses de junho da série histórica iniciada em 2000. Nesse contexto, o Brasil continuará importador desse derivado de petróleo, valorizado no mercado internacional.
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), com o objetivo de dar suporte à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) em sua previsão orçamentária da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), elabora uma projeção específica dos preços a serem pagos pelos geradores dos Sistemas Isolados e usinas da Região Sul. Os preços pagos por esses geradores tendem a manter seus patamares em 2025, com a tendência dos custos logísticos continuarem a incrementar o ônus sobre o combustível fornecido às regiões mais remotas, como é o caso das localidades pertencentes aos Sistemas Isolados.
Esses patamares de preços impactarão o orçamento para a CDE em 2025, com reflexos, inclusive, na conta de eletricidade dos usuários do Sistema Interligado Nacional.
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), com o objetivo de dar suporte à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) em sua previsão orçamentária da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), elabora uma projeção específica dos preços a serem pagos pelos geradores dos Sistemas Isolados e usinas da Região Sul. Os preços pagos por esses geradores tendem a manter seus patamares em 2025, com a tendência dos custos logísticos continuarem a incrementar o ônus sobre o combustível fornecido às regiões mais remotas, como é o caso das localidades pertencentes aos Sistemas Isolados.
Esses patamares de preços impactarão o orçamento para a CDE em 2025, com reflexos, inclusive, na conta de eletricidade dos usuários do Sistema Interligado Nacional.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes