Publicado em: 15 de dezembro de 2025
Após reunião entre trabalhadores e empresa, não houve acordo para encerrar a paralisação
YURI SENA
A paralisação dos motoristas do transporte coletivo de Campo Grande (MS) continua sem previsão de encerramento. Após reunião realizada no fim da tarde desta segunda-feira, 15 de dezembro de 2025, os trabalhadores decidiram manter a greve, e os ônibus do Consórcio Guaicurus seguem fora de circulação nesta terça-feira (16).
Como noticiou o Diário do Transporte, a capital sul-mato-grossense amanheceu sem ônibus nesta segunda-feira (15), em razão do protesto organizado pelos funcionários do sistema de transporte coletivo. A principal reivindicação é o pagamento de salários atrasados, referentes ao mês de novembro, além do 13º salário.
Relembre:
Paralisação no transporte coletivo de Campo Grande (MS) prejudica passageiros nesta segunda-feira (15)
De acordo com o STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande), a retomada do serviço está condicionada à efetivação dos depósitos na conta dos trabalhadores. O presidente do sindicato, Demétrio Freitas, afirmou que a categoria decidiu manter a paralisação por tempo indeterminado, mesmo diante de multa determinada pela Justiça.
Enquanto isso, a Prefeitura de Campo Grande afirma que não há pendências financeiras com o Consórcio Guaicurus. Em nota, o município informou que, por meio da Agência Municipal de Regulação (Agereg) e da Procuradoria-Geral, realizou todos os repasses previstos em contrato e, inclusive, antecipou cerca de R$ 3 milhões para tentar evitar a paralisação.
Segundo a administração municipal, somente em 2025 foram transferidos mais de R$ 35 milhões ao consórcio, somando subsídios e valores de vale-transporte. Para a prefeitura, a greve é considerada abusiva e ilegal.
A Agereg também apontou uma série de descumprimentos contratuais por parte do Consórcio Guaicurus, incluindo frota envelhecida, com 197 ônibus acima da idade média permitida, e atrasos na contratação de seguro obrigatório. De acordo com a agência, multas que totalizam R$ 12 milhões já foram aplicadas, e novas penalidades estão em fase de análise.
Até o momento, não há confirmação de acordo entre trabalhadores, empresa e poder público, e a população segue sem o atendimento do transporte coletivo na capital.
Yuri Sena, para o Diário do Transporte
