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Greve paralisa metrô de Londres pelo segundo dia e obriga passageiros a recorrer a bicicletas e barcos


Paralisação convocada pelo sindicato RMT segue até sexta-feira (13) e já provocou congestionamentos, superlotação em ônibus e perdas estimadas em £230 milhões, quase R$ 1,7 bilhão

ALEXANDRE PELEGI

A cidade de Londres enfrenta desde a semana passada uma das mais severas paralisações do transporte público dos últimos anos. A greve dos trabalhadores do metrô, organizada pelo sindicato Rail, Maritime and Transport Union (RMT), deve se estender até sexta-feira, 13 de setembro de 2025, e já trouxe impactos profundos à mobilidade da capital britânica.

Na segunda-feira (8), praticamente toda a rede de metrô ficou fora de operação, obrigando milhões de londrinos a buscar alternativas. O sindicato reivindica redução da jornada semanal de 35 para 32 horas, melhores condições de trabalho e reajuste salarial. A Transport for London (TfL) ofereceu aumento de 3,4%, mas rejeitou mudanças na carga horária, alegando restrições orçamentárias.

Um porta-voz do RMT justificou a paralisação afirmando que se trata da recusa da TfL em dialogar sobre questões centrais para os trabalhadores:

“Nossa greve é sobre a recusa da TfL em sequer discutir uma pequena redução na semana de trabalho, algo essencial para reduzir a fadiga e os efeitos à saúde do trabalho em turnos prolongados.”

Do lado da gestão, a TfL insiste que mantém a disposição de negociar, mas considera inviável atender à principal reivindicação dos metroviários. Nick Dent, diretor de operações de atendimento ao cliente, declarou:

“Como está, infelizmente a greve continua. Estamos absolutamente disponíveis para conversas e ainda há tempo para o RMT suspendê-la. Compreendemos a preocupação dos nossos passageiros, pois a paralisação será muito disruptiva se prosseguir.”

Em comunicado oficial, a empresa reforçou sua posição:

“A TfL está pedindo ao sindicato RMT que suspenda a greve e submeta nossa proposta de aumento justo e acessível aos seus membros. Qualquer redução na jornada é impraticável e totalmente inviável financeiramente, com custos que podem chegar a centenas de milhões de libras.”

As consequências já são visíveis: ônibus superlotados, estradas congestionadas e até instabilidade nos sistemas digitais da TfL, que não suportaram a demanda extra. Estimativas preliminares apontam um prejuízo direto de aproximadamente £230 milhões à economia britânica.

Enquanto isso, empresas de micromobilidade e transporte aquático registraram forte aumento na demanda. A operadora de bicicletas elétricas Lime relatou crescimento de 58% nas corridas durante a manhã de segunda-feira, enquanto a Forest chegou a registrar alta de 300% nas viagens no dia seguinte.

O sistema de transporte fluvial integrado à rede de Londres tornou-se uma das principais alternativas para quem precisava se locomover

Já o Uber Boat by Thames Clippers, sistema de transporte fluvial integrado à rede de Londres, tornou-se uma das principais alternativas. Com barcos rápidos que cruzam o rio Tâmisa ligando áreas residenciais e comerciais ao centro da cidade, o serviço viu suas embarcações atingirem a lotação máxima. As filas para embarque chegaram a se assemelhar às registradas nos ônibus: multidões tentando garantir um lugar para conseguir ir e voltar do trabalho em meio ao caos da greve.

A expectativa é que a operação comece a se normalizar apenas na sexta-feira (12), quando o metrô voltará a abrir mais tarde, retomando a frequência habitual no fim da manhã.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes



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