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Hyundai apresenta ônibus a hidrogênio de 960 km de autonomia; Índia e fabricantes europeus também avançam em lançamentos


Lançamentos recentes reforçam corrida global por veículos de transporte coletivo movidos a célula de combustível, com estreias na Ásia, Europa e América do Norte

ALEXANDRE PELEGI

O setor de mobilidade urbana vive um momento de aceleração na adoção de ônibus a hidrogênio, com fabricantes e governos anunciando, nos últimos meses, modelos que ampliam a autonomia e consolidam a transição para frotas limpas. Entre agosto e junho de 2025, pelo menos quatro estreias chamaram a atenção do mercado global.

Em agosto de 2025, a Hyundai Motor Company, multinacional da Coreia do Sul, lançou o Universe 2026 Hydrogen-Electric Bus, projetado para viagens de média e longa distância, com autonomia de até 960 quilômetros em uma única recarga. A Hyundai é uma das maiores montadoras do mundo e integra o Hyundai Motor Group, conglomerado controlado pela família Chung. O veículo chega com foco em mercados da Ásia e do Oriente Médio, trazendo não apenas alcance ampliado, mas também sistemas de segurança reforçados e integração com soluções digitais de monitoramento de frota.

No mês anterior, julho de 2025, a fabricante New Flyer Industries, tradicional empresa de ônibus do Canadá e subsidiária do grupo NFI (New Flyer Industries Inc.), apresentou uma evolução de seu modelo Xcelsior CHARGE FC, equipada com quatro tanques adicionais de hidrogênio. O pacote aumenta a capacidade em 17,5 kg, resultando em um ganho estimado de até 193 quilômetros extras de autonomia. O grupo NFI é listado em bolsa de valores no Canadá e tem capital pulverizado, sendo um dos maiores fabricantes de ônibus da América do Norte.

Pouco antes, em junho de 2025, a Índia colocou em operação seus primeiros ônibus a hidrogênio na região de Ladakh, em área de alta altitude. Foram cinco unidades inaugurando um serviço que é visto como marco para a mobilidade sustentável no país. O projeto é conduzido pela estatal NTPC Limited (National Thermal Power Corporation), maior empresa de energia da Índia, em parceria com fabricantes locais de veículos comerciais. Ainda no mesmo período, autoridades indianas anunciaram que a cidade de Bhubaneswar passará a contar com três ônibus a célula de combustível, em projeto-piloto acompanhado da construção de um depósito especializado.

Além dos lançamentos de 2025, fabricantes europeus seguem ampliando a presença de seus modelos. A Solaris Bus & Coach, empresa da Polônia controlada pelo grupo espanhol CAF – Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles, já roda em cidades alemãs como Kerpen com sua linha Urbino 12 Hydrogen, equipada com células Ballard FCmove®-HD. O modelo oferece autonomia de até 350 quilômetros e reabastecimento em apenas 15 minutos.

No Reino Unido, a Wrightbus, fundada em Ballymena (Irlanda do Norte) e pertencente atualmente ao empresário Jo Bamford, herdeiro do grupo JCB, acelera o fornecimento de sua linha Hydroliner, com versões capazes de atingir 1.000 quilômetros por abastecimento. A companhia, que quase faliu em 2019, foi resgatada pelo grupo Bamford Bus Company e desde então se tornou referência em ônibus a hidrogênio no mercado britânico.

A sequência de lançamentos mostra que a tecnologia do hidrogênio deixou de ser um experimento restrito a protótipos. A disputa agora envolve ampliar escalas de produção, reduzir custos e garantir infraestrutura de abastecimento. Países e fabricantes correm para ocupar espaço num mercado em que a eficiência energética e a descarbonização das cidades se tornaram exigências urgentes.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes



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