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Importações de fertilizantes atingem recorde em julho em meio a preços mais altos


O Brasil registrou, em julho, o maior volume mensal de importações de fertilizantes do ano, com 4,79 milhões de toneladas, segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O resultado representa alta de 15,6% em relação a junho e de 7,1% frente ao mesmo mês de 2024, estabelecendo um recorde histórico para julho.

No acumulado de 2025, as compras externas somam 24,2 milhões de toneladas, avanço de 8,8% em comparação ao mesmo período do ano passado. O volume superou em 2,2% o recorde anterior, registrado em 2022, de 23,67 milhões de toneladas.

Entre janeiro e julho, a Rússia manteve-se como principal fornecedora, com 6,88 milhões de toneladas (28,2% do total), aumento de 18% sobre o mesmo período de 2024. A China aparece na segunda posição, com 5,14 milhões de toneladas (21,2%), crescimento de 75,7% na comparação anual. O Canadá ficou em terceiro, com 3,1 milhões de toneladas (12,8%), queda de 2,2%.

O mercado foi influenciado por incertezas geopolíticas, como o conflito no Oriente Médio e a escalada da disputa tarifária conduzida pelos Estados Unidos, pontua a Datagro. O risco de novas tarifas sobre países que mantêm relações comerciais com a Rússia, entre eles o Brasil, aumentou a preocupação com o abastecimento e pressionou os preços internacionais.

A consultoria aponta que produtores anteciparam compras para garantir o suprimento, movimento que se refletiu nos números de julho. Agricultores latino-americanos podem ser impactados caso as sanções dos EUA a importadores de fertilizantes russos se ampliem, afetando culturas como abacate no México, café e frutas na Colômbia, além de soja e milho no Brasil.

Com maior demanda, os preços subiram em julho. O valor médio CIF de compostos NP chegou a US$ 570,87 por tonelada, alta de 13,2% em relação a junho e de 15,9% frente a julho de 2024. A ureia avançou 7% no mês, para US$ 427,37 por tonelada. MAP e KCl registraram elevação entre 5% e 6% na comparação mensal. Em um ano, a ureia acumula aumento de 23%, o MAP de 23,8%, o KCl de 14,5% e o sulfato de amônio de 6,2%.

A Datagro destaca ainda a preocupação de importadores brasileiros de fertilizantes russos com possíveis retaliações dos EUA, o que tem levado empresas a buscar fornecedores alternativos em um mercado restrito. A Mosaic, dos Estados Unidos, alertou que novas interrupções comerciais entre grandes exportadores poderiam elevar a volatilidade de preços.

No acumulado do ano, o porto de Paranaguá (PR) foi a principal porta de entrada, com 6,34 milhões de toneladas (26,2% do total), seguido por Santos (SP), com 3,91 milhões (16,2%); Rio Grande (RS), com 3,86 milhões (16%); São Luís (MA), com 2,31 milhões (9,5%); e Salvador (BA), com 1,61 milhão (6,7%).

O gasto brasileiro com fertilizantes alcançou US$ 8,8 bilhões de janeiro a julho, alta de 16% em relação ao mesmo período de 2024, reflexo tanto do maior volume quanto da elevação dos preços. As importações do insumo representaram 5,2% do total das compras externas brasileiras no período, contra 4,9% no ano anterior.

A expectativa é de que o segundo semestre mantenha o ritmo aquecido, período em que tradicionalmente há maior demanda no país. A Datagro avalia que 2025 caminha para novo recorde, em volume e valor, e que a relação de troca pode se deteriorar para os produtores, especialmente os que adiaram aquisições. Ainda assim, a consultoria observa que a compra tende a ser mantida, já que a perda de produtividade por falta de insumos teria impacto mais significativo do que o aumento de custos.



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