Publicado em: 7 de outubro de 2025
Foi possível verificar na Busworld 2025, na Bélgica, que quase todas as fabricantes renomadas de veículos pesados apresentaram suas soluções de baterias
ADAMO BAZANI
No chamado “mundo desenvolvido” as dúvidas são as mesmas e uma delas delas é como garantir uma ampliação da eletrificação de frotas de ônibus se as autonomias das baterias ainda não satisfazem uma grande fatia das operações?
Na Europa, essa dúvida já virou aflição, já que as metas de legislações gerais sobre redução de poluição por veículos pesados estão cada vez mais próximas das datas limites.
Porém, o questionamento é global.
Na Busworld 2025, que ocorre em Bruxelas, na Bélgica, foi possível verificar isso de perto.
O Diário do Transporte viajou a convite da Mercedes-Benz.
As indústrias de ônibus, antes que atuavam mais como montadoras nas épocas dos reinados absolutos do diesel, diante da urgência têm assumido protagonismo.
A ordem é: não basta vender ônibus, é necessário participar do processo como um todo.
Nos estandes dos gigantes pavilhões, praticamente todas as marcas de grande porte, independentemente da nacionalidade, apresentavam modelos e sistemas novos de baterias.
A própria Mercedes-Benz lançou de forma oficial a quarta geração das baterias NMC4 (Níquel, Manganês e Cobalto), que aumenta em 13% a densidade de energia e, como isso, a durabilidade e a autonomia, que ficaram maiores. As cargas únicas têm variações de quilometragem que podem variar dependendo do tipo de operação, mas os ganhos podem ser de cerca 30% no final, levando em conta que a tecnologia nova permite também carregamentos em menos de duas horas, dependendo também da rede de distribuição e dos equipamentos de infraestrutura nas garagens.
Várias outras fabricantes de ônibus também demonstraram produtos relacionados a baterias, de forma única ou com parceiros.
Promessas de autonomias de 400 km, 500 km até quase 900 km parecem que não convenceram ainda operadores que estiveram na feira pelo clima que a reportagem sentiu.
Uma coisa é dar esse resultado nas bancadas de testes. Outra, é a realidade das ruas e estradas.
Mesmo com as desconfianças, o movimento é visto com otimismo, porque ao menos, prova na prática o discurso de que estudos existem.
A ordem será dada pelo mercado.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes