O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou o prognóstico agroclimático para o período de novembro de 2025 a janeiro de 2026, destacando cenários contrastantes entre as regiões produtoras do país. De acordo com o órgão, o trimestre deve favorecer as lavouras de verão no Centro-Oeste e Sudeste, mas ainda inspira atenção no Sul, por causa do excesso de umidade, e no Norte e Nordeste, onde persistem áreas de seca e altas temperaturas.
Centro-Oeste: boas condições para soja e milho
Conforme o Inmet, são esperadas chuvas próximas e acima da média histórica em praticamente todo o Centro-Oeste, com destaque para Goiás e Mato Grosso. A regularização das precipitações deve garantir umidade adequada no solo, favorecendo o plantio e o estabelecimento das lavouras de soja e milho da primeira safra.
Segundo o boletim, os níveis de armazenamento hídrico do solo podem ultrapassar 80% em janeiro de 2026, o que tende a favorecer o desenvolvimento inicial das plantas e a recuperação das pastagens. Apenas o sudoeste de Mato Grosso e o oeste do Mato Grosso do Sul devem registrar índices um pouco mais baixos de umidade.
Sudeste: chuvas acima da média impulsionam lavouras
De acordo com o relatório, a previsão é de chuvas acima da média em todo o estado de São Paulo, no centro-sul de Minas Gerais, no norte do Rio de Janeiro e em boa parte do Espírito Santo. O Inmet aponta que essas condições, combinadas a temperaturas dentro do padrão histórico, devem favorecer o avanço do plantio e o desenvolvimento das lavouras de verão.
O órgão acrescenta que, a partir de dezembro, deve haver recuperação da umidade do solo, com estoques superiores a 70% na maior parte da região. Apenas o norte de Minas Gerais e o centro-norte do Espírito Santo podem manter níveis mais baixos, com risco de déficits localizados.
Sul: umidade elevada pode dificultar atividades no PR
A previsão climática do Inmet para a Região Sul indica chuvas próximas e abaixo da média no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, mas acima da média no centro-leste do Paraná. O órgão ressalta que excedentes hídricos acima de 30 mm deverão predominar em grande parte da região, especialmente no Paraná e em Santa Catarina.
Segundo o boletim, essa condição pode interferir na colheita do trigo e atrasar o início da semeadura das culturas de primeira safra, além de gerar períodos de solo encharcado. No extremo sul gaúcho, por outro lado, é previsto déficit hídrico de até 30 mm em relação à média histórica.
Nordeste e Norte: calor e seca ainda preocupam
Nas regiões Norte e Nordeste, o Inmet indica temperaturas mais elevadas e chuvas irregulares, o que mantém o risco de perdas para culturas de sequeiro e pastagens.
No Norte, são previstos volumes abaixo da média em áreas do Acre, Rondônia, Roraima, Amapá e norte do Pará, com temperaturas até 1 °C acima da média. O boletim aponta que a situação deve melhorar gradualmente em janeiro, com aumento da umidade do solo.
No Nordeste, o centro-sul da Bahia deve registrar chuvas abaixo da média e déficits hídricos superiores a 150 mm, enquanto o centro-norte da região — abrangendo Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte — tende a apresentar chuvas próximas ou acima da média. Mesmo assim, o armazenamento hídrico no solo deve permanecer abaixo de 40% em boa parte do território, conforme o relatório.


