Publicado em: 14 de agosto de 2025
Fabricante defende modelo multienergético para acelerar a transição no transporte de cargas e passageiros
ARTHUR FERRARI
A IVECO participa da Rio Innovation Week, realizada entre 12 e 15 de agosto no Pier Mauá, no Rio de Janeiro (RJ), com foco em mobilidade sustentável e estratégias para reduzir emissões no transporte. No painel “Combustíveis alternativos: o impacto na descarbonização e na infraestrutura urbana”, a empresa destacou o uso do gás natural veicular (GNV) e do biometano como alternativas viáveis para ônibus e caminhões, além de apresentar um panorama de projetos já em andamento em grandes centros urbanos.
De acordo com Marcio Querichelli, presidente da IVECO para a América Latina, “temos participado de projetos de descarbonização do transporte público em grandes centros urbanos ao redor do mundo. Nas principais cidades europeias, por exemplo, há uma tendência crescente de adoção de tecnologias variadas, como biocombustíveis e elétricos. Isso reforça a nossa visão de que não existe um único caminho, mas sim um conjunto de alternativas, a depender da aplicação, da disponibilidade de infraestrutura e da matriz energética de cada região”.
A montadora informou que opera mais de 40 mil veículos a gás na Europa e cerca de 2 mil na América Latina, aproveitando a ampla disponibilidade desses combustíveis na região para ampliar os chamados “corredores verdes” no Brasil. Um dos destaques foi o chassi BUS 17-210 G, de 17 toneladas, projetado para rodar com GNV, com autonomia de até 350 quilômetros e capacidade para reabastecimento rápido.
Segundo Paulo Kazuto, especialista de Marketing Produto da IVECO, “nosso chassi a gás oferece flexibilidade, economia e sustentabilidade para atender às metas de descarbonização de operadores e sistemas da América Latina”. Ele acrescentou que o portfólio global da IVECO BUS inclui ainda modelos elétricos a bateria, híbridos e movidos a hidrogênio.
Entre as vantagens dos veículos a gás estão desempenho semelhante ao diesel, emissões até 95% menores quando abastecidos com biometano e custo até 30% inferior no Custo Total de Propriedade (TCO), conforme estudos. Dados da Associação Brasileira do Biogás (ABiogás) indicam que o potencial de produção nacional de biogás seria capaz de atender a 62% do consumo de diesel no país.
Arthur Ferrari, para o Diário do Transporte