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Jaé entra em operação no Rio com promessa de transparência, mas enfrenta desafios iniciais de adesão


Prefeito Eduardo Paes acompanhou início das operações e declarou ser “natural que alguns problemas aconteçam durante a transição”

ALEXANDRE PELEGI

O Rio de Janeiro iniciou neste sábado, 02 de agosto de 2025, a operação do sistema Jaé, que agora se torna o bilhete eletrônico exclusivo para todos os modais sob administração da prefeitura.

O prefeito repete o mantra que adotou desde o início, afirmando que a iniciativa tem como principal objetivo acabar com a “caixa preta” das empresas de ônibus e conferir maior controle do sistema à prefeitura e, por extensão, à população.

No entanto, a transição é acompanhada de desafios significativos, especialmente no que tange à adesão dos usuários nos dias que antecederam a exclusividade.

O Prefeito Eduardo Paes, em vídeo pelas redes sociais neste sábado, ao vivo do Centro de Controle, afirmou que com o Jaé “a prefeitura passa a ter o controle do sistema ou a população passa a ter o controle do sistema“.

Antevendo os problemas dessa fase inicial, Paes reconheceu que, sendo uma “operação complexa” que movimenta cerca de “três milhões de viagens por dia no sistema do Rio de Janeiro“, é “natural que alguns problemas aconteçam” durante a transição. O objetivo final, afirmou Paes, é replicar o sucesso da gestão do BRT, “mudando a vida das pessoas para melhor“.

Desempenho inicial e desafios de adesão

Apesar da expectativa, dados pré-lançamento revelaram um cenário desafiador. Quase metade dos passageiros usuários de cartões de passagem ainda não havia feito a migração para o novo sistema. Uma análise dos dados da última semana de julho (22 a 28 de julho) indicou que o Jaé processou apenas 17% das transações pagas, enquanto o Riocard manteve uma participação de 83%. Isso, em parte, tem sido atribuído pelos novos gestores da bilhetagem ao fato de que, com fim do uso do cartão Riocard Mais, as pessoas estão gastando os créditos que ainda têm.

Em 28 de julho, o Jaé alcançou seu pico na semana com 19% das transações diárias. A Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) informou que, em julho, houve um “crescimento no valor de recarga de 672% em relação ao mês anterior (junho)“, totalizando mais de R$ 125 milhões carregados no Jaé, parcialmente impulsionado por empresas que carregaram cartões de funcionários. Mesmo com isso, os números indicavam que a “parte considerável dos cidadãos ainda não realizou a adesão ao novo sistema“.

Garantias da gestão e requisitos para usuários

A Presidente da Mobi-Rio, Claudia Secin, assegurou que, apesar de “alguns problemas pontuais“, os passageiros estão conseguindo embarcar. “Os passageiros todos embarcaram, a gente tá vendo caso a caso, que é a orientação aqui do nosso prefeito. Então, todo mundo vai conseguir embarcar no BRT“, declarou neste sábado. Ela também afirmou que “as nossas equipes, as equipes da prefeitura estarão lá para ajudar todos os nossos passageiros“. Para utilizar o sistema, os passageiros devem ter o cartão físico Jaé ou baixar o aplicativo e usar o QR code nos validadores. Postos de venda e lojas permanecem abertos, inclusive nos finais de semana, para facilitar a aquisição dos cartões.

O fim do Riocard Mais nos transportes municipais e a necessidade de dois cartões

A partir deste sábado o cartão Riocard Mais deixou de ser aceito em ônibus e vans municipais, “cabritinhos”, BRT e VLT dentro dos limites do município do Rio de Janeiro. Nesses modais, os validadores aceitarão exclusivamente o Jaé. No entanto, é crucial ressaltar que o Riocard Mais mantém sua validade normal para outros modos de transporte sob gestão do Estado, como Metrô, trens, barcas e ônibus/vans intermunicipais. Além disso, o Riocard Mais continuará sendo utilizado para a integração tarifária do Bilhete Único Intermunicipal (BUI), sendo reconhecido nos validadores municipais para permitir a integração, com um valor máximo de R$ 8,55.

Essa dualidade implica que passageiros que utilizam tanto o transporte municipal quanto o estadual precisarão ter e manter ativos e carregados ambos os cartões: o novo Jaé para os transportes municipais e o Riocard Mais para os estaduais e intermunicipais. Para facilitar a transição, validadores do Jaé já foram instalados e estão funcionando em estações de metrô após um acordo entre estado, prefeitura, Jaé e MetrôRio.

Queixas de usuários e próximos passos

A transição tem gerado queixas por parte dos usuários. Setores de RH de muitas empresas reclamaram do “atraso na entrega” de cartões solicitados com antecedência.

Além da bilhetagem, a cidade se prepara para um próximo passo importante: a licitação em etapas das linhas de ônibus da cidade, que começará em dezembro, abrangendo inicialmente linhas de Campo Grande e Santa Cruz.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes





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