Publicado em: 13 de fevereiro de 2025
Empresa chegou a ter ônibus apreendidos. Agora, se compromete a devolver veículos não pagos, não vender outra parte da frota e colocar garagem da Viação Padroeira como garantia, além de pagar divida em 31 parcelas até 2027
ADAMO BAZANI
Colaborou Yuri Sena
A juíza Mariana Silva Rodrigues Dias Toyama Steiner, da 1ª Vara Cível de Santo André, no ABC Paulista, homologou nesta quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025, acordo entre o Banco Caruana e a Viação Vaz, que opera parte do sistema de ônibus de Santo André que, na prática, vai possibilitar que não haja risco de desfalque repentino da frota de linhas consideradas importantes na cidade.
A empresa opera itinerários como B63 (Vila Palmares/Jardim Alvorada – via Bairro Paraíso, Hospital Mário Covas), I08 (Jardim das Maravilhas/Bairro Paraíso – via Hospital Mário Covas), B51 (Jardim Bom Pastor/Jardim Oriental), entre outras (B-47, B-49, B-51, B-63, I-03, I-06 e I-08). O DIÁRIO DO TRANSPORTE TRAZ A NOTÍCIA DE FORMA EXCLUSIVA COM A DOCUMENTAÇÃO OFICIAL.
A companhia de ônibus atrasou os depósitos de financiamentos de veículos feitos pelo banco, cuja razão social é Caruana S/A – Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento. A dívida acumulada é de R$ 7,6 milhões (valor até dezembro de 2024).
Como já havia noticiado o Diário do Transporte, em dezembro de 2024, a Justiça a pedido do Banco Caruana determinou a apreensão de 36 ônibus, dos quais 12 foram levados.
Relembre:
Como era época de férias escolares, com menos horários de partidas, os impactos não foram tão grandes para os passageiros. Mas a preocupação era com a volta da tabela normal.
Caruana e Vaz, então, propuseram um acordo e, como noticiou também o Diário do Transporte, para a continuação dos serviços, e repactuação da dívida.
Por ter se tratado de uma apreensão por ordem judicial, o acordo precisava de homologação da Vara competente, o que ocorreu nesta quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025.
Pelo acordo, dos 36 ônibus alvos de busca e apreensão, os 12 levados ficam com o Banco e contam como abatimento da dívida total. Os residuais destes ônibus somam R$ 3,7 milhões, valor que será descontado do total de R$ 7,6 milhões da dívida. O restante do débito, que é de R$ 3,8 milhões, será pago em 31 parcelas mensais contínuas, retroagindo a 30 de janeiro de 2025 e indo até 30 de julho de 2027.
Os outros 24 ônibus, que também foram incluídos na decisão de busca e apreensão, mas não foram levados, continuam nas linhas podendo ser usados pela Viação Vaz, mas não podem ser vendidos ou utilizados como parte de pagamento de novos ônibus ou de outras dívidas.
Será responsável pelos veículos e o cumprimento do acordo, um dos proprietários da empresa, Gustavo Augusto de Souza Vaz, filho de Ozias Vaz, criador da companhia.
Além disso, a garagem ocupada pela Viação Vaz, que fica à Rua Montemor, 200, no Jardim Bom Pastor, vai ser usada como garantia de pagamento em caso de inadimplência. O imóvel está em nome da Viação Padroeira do Brasil, que antecedeu a Viação Vaz na operação das linhas em Santo André.
Dívida: R$ 7.603.906,77
Ônibus devolvidos: R$ 3.745.699,35
Pagamento de R$ 3.858.207,42, valor divido em 31 vezes de 30 de janeiro de 2025 a 30 de julho de 2027. O dinheiro virá dos repasses feitos pela AESA (Associação das Empresas do Sistema de Transporte de Santo André).
Entretanto, uma parte dos ônibus que fica com a Viação Vaz é fabricada entre os anos de 2013 e 2025, ou seja, estão prestes a terem de ser retirados do sistema de transportes por atingirem idade máxima permitida.
A empresa buscou junto à Viação Piracicabana de Brasília (DF), empresa do Grupo Comporte, da família do fundador da GOL Linhas Aéreas, alguns ônibus, mas o negócio não foi concluído.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
