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Justiça Federal suspende prorrogação antecipada de contrato com a ENEL após ação de Nunes que citou atrasos em ônibus elétricos


Magistrado determinou que União e Aneel analisem outras alternativas. ENEL usou contrato do BRT-ABC para se defender, mas juiz diz que não foram encontradas irregularidades na prorrogação com a Metra

ADAMO BAZANI

Colaborou Arthur Ferrari

O juiz federal substituto Maurilio Freitas Maia de Queiroz, da 12ª Vara Cível Federal de São Paulo, do TRF – Tribunal Regional Federal, atendeu ação movida pela PGM (Procuradoria Geral do Município) da prefeitura da capital paulista e determinou a suspensão da renovação do contrato com a distribuidora ENEL (prorrogação antecipada).

A companhia de energia terá de se manifestar no processo e apresentar relatórios de melhorias dos serviços em 30 dias.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), por sua vez, terá de apresentar fundamentação técnica que justifique a prorrogação do contrato com a ENEL e relatórios quer provem que a empresa italiana cumpre um serviço adequado.

O MPF (Ministério Público Federal) foi incluído para analisar o Impacto Regulatório e se a renovação do contrato realmente traz benefícios para a população e aos cofres públicos.

A inclusão da procuradoria para este fim nasceu do debate no processo acerca da renovação sem licitação de contrato da empresa de transportes de passageiros Metra promovida em 2021 pelo então Governador de São Paulo, João Doria, acerca do Corredor ABD de ônibus e trólebus em troca de investimentos: operação e renovação da frota de todas as linhas de ônibus intermunicipais no ABC, modernização do corredor atual de trólebus e construção de um novo sistema de transportes, chamado BRT-ABC.

Como mostrou o Diário do Transporte, após analisar uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) movida pelo partido político Solidariedade, por maioria de votos (8 a 3), em 2024, o STF (Supremo Tribunal Federal) entendeu ser legal a prorrogação do contrato pelo Corredor. Mas o ministro-relator Gilmar Mendes, que foi seguido pela maior parte dos colegas, ressaltou, esta possibilidade só é possível diante do atendimento de várias condicionantes, como a vantagens econômicas e de prestação de serviços para a população e cofres públicos.;

A possibilidade de renovação também é conhecida como relicitação.

Relembre:

Além de o magistrado paulista ressaltar que não houve irregularidades nos serviços da Metra, como as apontadas a respeito da ENEL, a renovação com a Metra foi precedida de estudos de vantajosidade ao ente público e a população, o que não ocorreu sobre a distribuidora de energia.

No julgamento da ADI 5991, a Suprema Corte manteve a validade da Lei da Relicitação (Lei 13.448/2017), que estabelece diretrizes gerais para prorrogação e relicitação dos contratos de parceria nos setores rodoviário, ferroviário e aeroportuário da administração pública federal. Do mesmo modo, na ADI 7.048 foram preservadas a Lei paulista 16.933/2019 e o Decreto estadual 65.574/2021 que autorizam a prorrogação antecipada da concessão do serviço de transporte coletivo intermunicipal de ônibus e trólebus. De acordo com o STF, não cabe ao Poder Judiciário investigar o mérito da decisão administrativa de prorrogar o contrato ao invés de se realizar uma nova licitação, desde que sejam elaborados estudos técnicos e financeiros que revelem a economia de recursos orçamentários e a melhoria na qualidade do serviço, configurando vantagem para a administração pública. Conforme exposto pelo MPF, na linha do entendimento da Corte Constitucional seria imprescindível a elaboração de estudo de Análises de Impacto Regulatório (AIR) pelos órgãos da Administração Pública, projetando os possíveis cenários alternativos para atração de investimentos, com base em critérios como modicidade tarifária, eficiência, modernização da infraestrutura e qualidade e universalidade da prestação do serviço.

Assim, a UNIÃO e a Aneel terão de provar estas vantajosidades no caso da ENEL e o MPF (Ministério Público Federal) terá de acompanhar estes relatórios.

Defiro o pedido do MPF como custus legis para determinar à UNIÃO, com o auxílio da ANEEL se for o caso, que realize Análises de Impacto Regulatório (AIR) a fim de subsidiar o Poder Concedente quanto ao pedido de prorrogação do contrato de concessão, projetando os possíveis cenários alternativos para atração de investimentos, com base em critérios como modicidade tarifária, eficiência, modernização da infraestrutura e qualidade e universalidade da prestação do serviço. – escreveu o magistrado.

A decisão é uma resposta à petição apresentada pela PGM no fim de setembro de 2025, dentro da Ação Civil Pública que o Município move desde agosto na Justiça Federal contra a Enel, a União e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em razão dos novos problemas de falta de energia registrados na cidade.

Além de dificuldades como apagões, ausência de apoio em relação a corte e remoção de árvores caídas em fiação e demora para religar a energia onde houve interrupção, a gestão do prefeito Ricardo Nunes, cita o atraso da eletrificação das frotas de ônibus municipais gerenciadas pela SPTrans (São Paulo Transporte), que, segundo o município, pela falta de adequação nas redes de distribuição e ligação dos equipamentos das garagens com estas redes para recarga de baterias, além de impedir o cumprimento de metas de frota circulante de coletivos elétricos, fez com que dezenas de ônibus 0 km já comprados ficassem meses parados nas garagens sem poder rodas.

A capital paulista possui maior frota do País deste tipo de veículos, mas considerando somente os modelos com baterias, representa apenas 31,7% da meta de 2,4 mil coletivos estipulada pela gestão do prefeito Ricardo Nunes para ter sido alcançada entre janeiro de 2021 e dezembro de 2025.

Levando em conta toda a meta, de 2,6 mil não poluentes, ao usar o número dos 961 veículos já incluindo os trólebus, o volume representa 37,7% de toda a meta.

O sistema gerenciado pela SPTrans (São Paulo Transporte) tem registrado, no total, de acordo com os indicadores da autarquia da prefeitura de agosto de 2025, a quantidade de 13.438. Isto significa que os 961 ônibus não poluentes respondem por apenas 7,3% da frota total de 13.438 coletivos municipais.

LEI PODE SER DESCUMPRIDA (DE NOVO):

Desde 17 de janeiro de 2018 está em vigor uma nova redação, assinada pelo então prefeito e ex-governador de São Paulo, João Doria, de uma lei de 2009, que estipula que em 2038 nenhum ônibus municipal emita gás carbônico. – Relembre:

Pela quantidade de frota ainda a ser trocada, a situação preocupa pelo risco de não cumprimento de uma lei que já teve de ser mudada.

PROIBIÇÃO DO DIESEL, FROTA ENVELHECENDO, TRÓLEBUS E MODELO QUE REÚNE TECNOLOGIAS DIFERENTES FOI “DESPREZADO”:

A frota de elétricos não avançou como a prefeitura quis e o principal motivo, mesmo não sendo o único, é a falta de infraestrutura para a recarga de baterias dos veículos. É necessário adequar as garagens e elevar a capacidade da rede de distribuição de baixa tensão (atual na maior parte dos bairros) para média ou alta tensão, caso contrário, se 50 ônibus elétricos ou mais carregarem ao mesmo tempo, cai a energia de bairros inteiros. A distribuidora ENEL e a prefeitura trocam farpas e acusações sobFre isso, enquanto dezenas de ônibus elétricos 0 km ficaram parados nas garagens sem poder funcionar.

Como desde 17 de outubro de 2022, as viações da capital paulista estão proibidas de comprar modelos a diesel 0 km e o sistema não comporta mais elétricos, a SPTrans teve de ampliar de 10 anos para 13 anos a idade máxima permitida e mais ônibus velhos rodam na cidade.

Esta proibição sem a certeza de infraestrutura é alvo de críticas, assim como as intenções de Nunes em aposentar os trólebus com a inauguração de um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que vai rodar em 16 km somente no centro a partir de 2030 enquanto a rede atual de fiação dos trólebus tem 150 km e liga o centro às zonas Leste, Oeste e Sudeste.

Até mesmo especialistas internacionais, como o mestre em mobilidade elétrica da UITP (União Internacional de Transporte Público), Arnd Bätzner, criticam. Bätzner foi enfático ao dizer que, se a cidade de São Paulo optar por não expandir a rede de trólebus, deve ao menos manter a atual estrutura e, ao mesmo tempo, modernizar os serviços e a frota. A fala foi feita em um evento em agosto de 2023 na capital paulista. O especialista engrossa a opinião de outros técnicos de que a gestão Nunes erra ao desprezar tecnologias flexíveis, uma delas é o modelo E-Trol, que consiste em um veículo que opera tanto com baterias quanto conectado à rede aérea, já largamente utilizado em diversas partes do mundo. No Brasil, há também essa tecnologia desenvolvida pela Eletra, em São Bernardo do Campo. Os veículos vão operar no corredor BRT-ABC, que está sendo construído entre as cidades de São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul e São Paulo.

Relembre:

 

Entre as vantagens estão:

– Flexibilidade operacional;

– Custa em torno de 30% menos que os modelos somente a bateria;

– Essa redução de preço se explica, em parte, por necessitar de menos baterias por carregar enquanto roda como trólebus. Como baterias representam grande parte do preço de um ônibus elétrico, quanto menos bateria, mais barato;

– Além disso, quanto menos bateria, mais leve é o ônibus (consumindo menos energia e desgastando menos componentes) e menor é o espaço ocupado, podendo sobrar mais áreas para os passageiros, o que resulta em mais conforto para o usuário e mais lucratividade porque quanto mais gente um ônibus transporta, maior é o retorno;

– Aproveita uma infraestrutura de rua já instalada;

– Por carregar as baterias enquanto trafega como trólebus, diminuiu ou mesmo elimina a necessidade de infraestrutura de recargas nas garagens;

– Não necessita de grandes adequações da rede de distribuição porque a carga nas baterias, por se dar em trajeto.

Apesar de ser largamente usada no exterior, tecnologia do E-Trol é 100% nacional, desenvolvida pela Eletra, em São Bernardo do Campo (SP), com a plataforma da Mercedes-Benz, motores e inversores WEG e carrocerias Caio. Os veículos vão operar no corredor BRT-ABC, que está sendo construído entre as cidades de São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul e São Paulo.

BIOMETANO (COMBUSTÍVEL DO LIXO):

Em uma nova meta, entre janeiro de 2025 e dezembro de 2028, a gestão mudou a nomenclatura de ônibus não poluentes para MENOS POLUENTES e reduziu o número a ser alcançado de 2,6 mil para mais 2,2 mil veículos.

A prefeitura estuda a inclusão de ônibus movidos a biometano (combustível obtido na decomposição de resíduos). Mas, apesar de poluírem menos que o óleo diesel, estes modelos ainda emitem poluentes e não seriam capazes de atender ao que determina a lei a partir de 2038. Assim, os modelos a biometano (que também funcionam com GNV – Gás Natural Veicular) só conseguiriam atender às metas intermediárias previstas na lei, tendo de ser aposentados com pouco tempo de uso.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, sancionou em 03 de setembro de 2025, o DECRETO Nº 64.519, que institui o Programa BioSP. A medida visa promover a redução progressiva das emissões de dióxido de carbono (CO2) de origem fóssil e de poluentes tóxicos na operação do transporte coletivo por ônibus na capital, pela inclusão de veículos movidos a biometano, uma fonte energética mais limpa. O decreto também autoriza a tomada de preços para a aquisição de biometano para a frota de ônibus da capital. – Relembre:

Foto: Em sentido horário (da esquerda para a direita): ônibus com bateria; trólebus; ônibus a biometano e sistema que une tecnologias ônibus a bateria e trólebus no mesmo veículo (E-Trol).

 

CONFIRA A DECISÃO:

 

CORREDORES VERDES:

Sistemas troncais com ônibus menos poluentes, como elétricos, podem ser o primeiro passo para que as cidades possam reduzir os níveis de emissões de uma maneira mais factível em vez de apenas estipular quantidade de veículos a serem trocados.

Isso permitiria que houvesse tempo para criação da infraestrutura necessária para expansão de coletivos menos poluentes por mais regiões de um município.

Atualmente, a eletrificação das frotas de ônibus urbanos e metropolitanos enfrenta quatro grandes entraves:

  • Falta de recursos para financiamento de veículos que ainda são bem mais caros que os modelos a óleo diesel;
  • Autonomia limitada das baterias;
  • Infraestrutura de recarga e rede de distribuição na tensão energética adequada para frotas maiores;
  • Necessidade de mais opções de ônibus alimentadores, de pequeno e médio portes como micros e mídis, no mercado brasileiro.

A estruturação de corredores verdes não somente criaria eixos que permitem com que de fato o transporte coletivo fosse priorizado no espaço urbano, como seria condizente ao tempo necessário (sem postergações ou empurrar a questão para debaixo do tapete) para que esses quatro grandes entraves fossem resolvidos ou amenizados.

A medida seria, inclusive, mais eficaz num primeiro momento que meramente estipular quantidade de ônibus que poluem menos em circulação.

Isso porque os corredores seriam responsáveis pelo transporte onde estão mais concentrados os índices de emissões. Por serem sistemas de maior demanda de passageiros, tendem a servir locais onde já existem, habitualmente, melhor infraestrutura de energia, como os centros principais ou as centralidades regionais.

Estes eixos necessitam de ônibus maiores, que são mais disponíveis no mercado de elétricos, e de uma frota menor, porém com grande impacto ambiental.

Por serem sistemas “fechados”, com menor tendência de interferências externas e de trânsito, como ocorre com as ruas de bairro, os corredores também podem receber ônibus de tecnologias menos flexíveis, como trólebus ou “e-Troll”, que é o modelo que anda em parte do itinerário conectado a fiação aérea e em parte desconectado, só com baterias. Esses veículos são mais baratos que os ônibus puramente a bateria e exigem menores (ou nenhuma) infraestruturas ou adaptações de tensão para recargas.

A cidade de São Paulo, que possui o maior sistema de ônibus da América Latina, com mais de 12 mil coletivos, está a frente dos debates, tanto sendo exemplo de erros como de acertos.

Desde 17 de outubro de 2022, as empresas de ônibus da cidade de São Paulo não podem mais comprar modelos a diesel e, no plano de metas para o período de 2021 a 2024, a prefeitura estipulou que até dezembro do último ano deste plano (2024), haveria 2,6 mil ônibus elétricos rodando na cidade.

Ocorre que, justamente pelas dificuldades para adaptar a infraestrutura da rede de distribuição na tensão correta (a gestão do prefeito Ricardo Nunes e a distribuidora Enel trocam acusações mútuas) e pela falta de disponibilidade em escala de ônibus menores elétricos, não somente a meta não foi atingida (em vez de 2,6 mil elétricos em dezembro de 2024, havia 846 em julho de 2025, contando 201 trólebus e 535 a bateria), como pior: a frota atual de ônibus em circulação envelhece porque nem todos coletivos atuais a diesel mais antigos podem ser substituídos. Isso fez com que a SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema municipal de linhas permitisse com que a idade máxima da frota fosse ampliada de 10 anos para 13 anos.

Ao mesmo tempo, São Paulo não deixa de ser ainda a cidade brasileira com um plano de verdade de redução de poluição pelos ônibus e com metas (corretas ou não) definidas.

E há projetos que têm recebido elogios por parte de especialistas. Um dos que mais têm criado expectativas positivas é justamente a implantação de “corredores verdes”, aproveitando, inclusive, estruturas já existentes e que atualmente são corredores de fumaça.

O Diário do Transporte tem acompanhado os principais passos para os corredores verdes em São Paulo.

Na última semana, noticiou em primeira mão, com a palavra exclusiva do próprio prefeito Nunes, da “materialização” de um corredor verde: a definição do primeiro corredor que se tornará verde e a apresentação do novo modelo de ônibus, mais tecnológico, que deve servi-lo.

O corredor da Avenida Nove de Julho, que faz a ligação entre a região central da capital paulista e a zona Sul, até o terminal Santo Amaro, será o primeiro a receber o projeto “corredores verdes” da cidade.

A revelação foi feita pelo próprio prefeito Ricardo Nunes ao Diário do Transporte, quando mostrou com exclusividade ao site, o novo modelo de ônibus elétrico fabricado pela encarroçadora Caio que vai integrar a frota municipal

O projeto de corredores verdes incorpora ônibus livres de emissões, mas não apenas isso: toda a infraestrutura também terá tecnologias que podem reduzir os impactos da operação dos transportes coletivos no meio ambiente, como pontos e estações com energia solar, sistema de drenagem da água da chuva com aproveitamento para irrigação das áreas de jardinagem com vegetação urbana, que devem ser ampliadas ao longo do corredor

Especialistas como o engenheiro Olímpio Álvares aprovaram a iniciativa.

Membro do comitê que fiscaliza a substituição da frota de ônibus da cidade, o COMFROTA, representando a ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), em artigo ao Diário do Transporte, Olímpio Álvares, disse que o projeto “corredores verdes” deveria ser replicado para outras cidades do país por ser de relativo baixo custo e fácil implantação.

Quanto ao ônibus revelado por Nunes ao Diário do Transporte trata-se da nova geração de superarticulados elétricos da Caio, denominada eMillennium BRT.

Com 23 metros de comprimento para quase 200 pessoas, o gigante possui espelhos retrovisores inteligentes que eliminam pontos cegos, sistema de melhor aproveitamento de energia das baterias e iluminação interna que se autorregula de acordo com a claridade do local por onde passa.

Serão 60 unidades iniciais a partir de outubro já.

O primeiro, revelado por Nunes ao Diário do Transporte e pertencente a Viação Campo Belo, tem chassis BYD, mas o modelo pode receber outras marcas.

BATERIAS QUE DURAM MAIS:

O novo modelo de ônibus que vai prestar serviços no projeto Corredor Verde, apresentado em primeira mão pelo prefeito Ricardo Nunes ao Diário do Transporte, já vai contar com um tipo mais moderno de baterias, que deixa o veículo cerca de duas toneladas mais leve e ocupa menos espaço.

O modelo tem 22 metros de comprimento e transporta cerca de 200 pessoas de uma só vez, sem “apertos”.

Relembre:

VEJA A REPORTAGEM DE LANÇAMENTO

EXCLUSIVO – Lançamento Caio e-Millennium BRT superarticulado – MAIS FOTOS e NOVO VÍDEO: Nunes para o Diário do Transporte: “Lote de 60 unidades em outubro em São Paulo”

O projeto Corredor Verde tem a proposta de criar eixos de maior demanda de transportes por ônibus na cidade de São Paulo com proposta integralmente sustentável, não apenas com veículos livres de emissões, como também estações de embarque e desembarque que contam com energia solar, captação e aproveitamento de água de chuva, pavimento com tecnologia de escoamento e drenagem, além de maior área de jardinagem.

Nunes revelou ao Diário do Transporte que o primeiro eixo na cidade será o Corredor 9 de julho/Santo Amaro, o mais movimentado com cerca de 700 mil passageiros sendo atendidos por dia.

Relembre:

VÍDEO: Eixo da 9 de Julho será primeiro do projeto “Corredores Verdes” de São Paulo já com novo modelo de superarticulado elétrico _ Veja imagens exclusivas do ônibus inédito no Brasil

Nesta segunda-feira, 11 de agosto de 2025, o Diário do Transporte foi a fábrica de chassis da BYD, onde são montados estes ônibus já com a nova bateria, em Campinas, no interior paulista.

As carrocerias são de um novo modelo da Caio, de Botucatu, no interior de São Paulo também.

Segundo o diretor de veículos comerciais da BYD, ao Diário do Transporte, Marcelo Schneider, com este tipo de bateria, cada ônibus pode ganhar uma fileira a mais de bancos, ou seja, conseguem transportar mais pessoas, mas sem perda de conforto.

Relembre:

VÍDEO: BYD inicia produção no Brasil de novos modelos de chassis de ônibus com baterias que carregam pela metade do tempo e ocupam menos espaço (Blade)

O prefeito Ricardo Nunes havia revelado 60 unidades ao Diário do Transporte neste lote inicial. Schneider atualizou os números. O lote que gradativamente começa a ser entregue para este ano de 2025, será de 70 unidades, sendo 60 para a Viação Campo Belo e mais 10 para a Gatusa , ambas que atuam no eixo da 9 de julho/Santo Amaro.

O diretor da BYD disse ao Diário do Transporte que para 2026, há mais 100 ônibus já vendidos e outros em faturamento. Assim, pelo menos 200 unidades da BYD de 22 metros (BC 22 LE) estarão em operação a partir de 2026, entre diferentes operadoras da capital. Todos com a nova carroceria Caio eMillennium BRT.

REDUÇÃO DE DEPENDÊNCIA DA ENEL E “NO-BREAK GIGANTE” – BESS:

A Prefeitura de São Paulo autorizou em 18 de setembro de 2025, duas empresas de ônibus a instalarem um sistema de recarga de ônibus elétricos, que funciona como grandes armazenadores de energia, que prometem reduzir a dependência da infraestrutura da Enel para ônibus elétricos.

A tecnologia dos seis primeiros sistemas encomendados é denominada de BESS (Battery Energy Storage System). São espécies de “no-brake” gigantes que, entre os diferenciais dos atuais sistemas de recarga, vão captando energia da rede, mesmo em baixa tensão, durante o dia, de forma gradual e lenta, para quando os ônibus chegarem à garagem, no final da noite, início da madrugada, carregarem como se estivessem conectados à rede de distribuição, mas a eletricidade já vai estar guardada na garagem.

Cada módulo fornecerá 4,5 MWh de energia elétrica e juntos, os seis equipamentos têm capacidade de carregar 120 ônibus em apenas um ciclo, ampliando a infraestrutura de recarga da cidade.

Entre as vantagens está o fato de não haver uma necessidade imediata de mudar a tensão da rede de média para alta, um dos grandes obstáculos hoje para o avanço da frota de ônibus elétricos. Além disso, se houver algum apagão ou blackout no bairro da garagem, será possível ter energia e não faltar para a recarga nos veículos.

A prefeitura informou que a implantação ficará a cargo da Huawei (empresa chinesa fornecedora do equipamento) e ao grupo Matrix Energia. A administração da capital paulista reforçou que a melhoria nas garagens de ônibus não terá custos para os cofres do município.

O Diário do Transporte mostrou que uma dessas viações já testava o equipamento e que o prefeito Ricardo Nunes foi à China para verificar de perto a fabricação e dá conversou com Adamo Bazani.

Veja o vídeo do boletim:

Modelo de ônibus elétrico inédito no Brasil que vai atender ao primeiro corredor verdade da cidade de São Paulo

 

VÍDEO: Eixo da 9 de Julho será primeiro do projeto “Corredores Verdes” de São Paulo já com novo modelo de superarticulado elétrico _ Veja imagens exclusivas do ônibus inédito no Brasil

Veículo foi revelado em primeira mão pelo próprio prefeito Ricardo Nunes ao Diário do Transporte. Especialistas destacam como positiva a iniciativa deste tipo de corredores, mas fim do trólebus recebe críticas. Desde quando foi criado, ainda nos anos 1980, corredor 9 de Julho já foi pensado para ser “rota verde”

ADAMO BAZANI

O eixo da ligação entre o centro da capital paulista e a Zona Sul pelo corredor da Nove de Julho, que se estende até a região do terminal Santo Amaro, será o primeiro do projeto Corredores Verdes de transporte coletivo na cidade de São Paulo. E a proposta vai receber o primeiro ônibus superarticulado da nova geração da fabricante Caio eMillennium BRT, revelada nesta sexta-feira, 25 de julho de 2025, em primeira mão, com exclusividade, pelo prefeito Ricardo Nunes ao Diário do Transporte.

Relembre:

EXCLUSIVO – Lançamento Caio e-Millennium BRT superarticulado – MAIS FOTOS e NOVO VÍDEO: Nunes para o Diário do Transporte: “Lote de 60 unidades em outubro em São Paulo”

A informação de que o ônibus, considerado inovador entre os modelos no mercado com tração 100% elétrica, também é do prefeito Ricardo Nunes. A reportagem havia mostrado, já, detalhes deste novo ônibus com carroceria Caio, fabricada em Botucatu. O veículo, segundo a produtora de carrocerias, é configurado para dimensões entre 21 metros e 23 metros, e possui novidades em relação aos “superarticulados” das gerações anteriores de modelos.

Inspirado no design europeu, o veículo, segundo o CEO da Caio, Paulo Ruas, tem novo sistema de retrovisores eletrônicos inteligentes que regulam de acordo com a estatura do motorista e possui um sistema para eliminação de pontos cegos. Também há tecnologia de monitoramento da interface entre chassis e carrocerias neste modelo. A iluminação interna foi ampliada, porém as áreas onde ficam o motorista, em especial no painel, tiveram detalhes escurecidos para evitar reflexo à noite e ajudar na visibilidade.

Toda essa inovação tecnológica, segundo o prefeito Ricardo Nunes, faz parte da concepção dos corredores verdes, que começam, com este veículo, a serem implantados gradativamente, já a partir de outubro, segundo revelou o executivo municipal ao Diário do Transporte. O projeto de corredor verde trata-se de definir eixos estruturantes de transportes na cidade, que terão não apenas ônibus menos poluentes, mas também toda a infraestrutura como paradas, estações com abastecimento de energia solar e sistema de escoamento de água com aproveitamento de irrigação, além de ampliação de áreas com vegetação urbana típica de cada região atendida.

A proposta, que já é prática em diversos países, tem recebido menções positivas por parte de especialistas. O engenheiro Olimpio Alvares, em artigo recente no Diário do Transporte, destacou que a implementação dos Corredores Verdes será uma das medidas mais eficazes para a descarbonização do transporte de passageiros e a redução drástica das emissões de poluentes tóxicos, combatendo o aquecimento global e mitigando a grave ameaça à saúde pública causada pela poluição do ar. “Além de modernizar a infraestrutura e diversificar a matriz energética do transporte coletivo com biometano, ônibus elétricos e trólebus (incluindo a tecnologia In Motion Charging)”, diz Alvares, especializado em Transporte Sustentável e Emissões Veiculares (com experiência no Japão e Suécia), e representante da ANTP como membro titular do COMFROTA. Relembre:

Corredores Verdes: Gol de Placa da Cidade de São Paulo

Entretanto, apesar de ser considerado inovador pelo fato de não ainda ter sido implantado na cidade de São Paulo, o projeto Corredor Verde não é tão novidade em relação à ideia para a capital paulista. O próprio eixo da Nove de Julho até a Santo Amaro, quando foi concebido e implantado ainda nos anos da década mil novecentos e oitenta, sendo o primeiro eixo desse tipo de corredor de maior capacidade da cidade de São Paulo, já foi planejado para ser um corredor ambientalmente correto, inclusive com uma rede de trólebus que foi desativada no início dos anos 2000. O corredor da Nove de Julho, Santo Amaro, que já chegou a ser considerado uma espécie de eixo verde, virou na época um corredor de fumaça, o que recebeu críticas.

O Diário do Transporte relembra a história, inclusive com vídeos neste link:

HISTÓRIA: O corredor Santo Amaro – Nove de Julho – Centro e a falta de investimento em transportes limpos

Trólebus com os dias contados?

E por falar em trólebus, se o ônibus elétrico, novo modelo, com o corredor verde recebeu de especialistas avaliações positivas, uma outra fala do prefeito Ricardo Nunes tem recebido críticas. Ao repórter Adamo Bazani, respondendo sobre as dificuldades de eletrificação da frota por falta de infraestrutura da rede de distribuição, no último dia 23 de julho, durante a entrega de 120 ônibus elétricos com bateria, Nunes disse que, com a implantação do VLT, Veículo Leve Sobre Trilhos, prevista para acontecer a partir de 2029 e 2030 pelo centro da cidade de São Paulo, a rede de trólebus será desativada. Relembre:

Trólebus vai acabar em São Paulo com a implantação do VLT (Bonde de São Paulo), diz Nunes em resposta ao Diário do Transporte e Enel promete energia para mais 2 mil ônibus – OUÇA

Especialistas de organizações não governamentais como Respira São Paulo criticaram, dizendo que é justamente em corredores que os trólebus, uma tecnologia considerada mais barata e já conhecida, poderiam ser aproveitados e que no mundo, o que os países desenvolvidos mostram é que tanto VLT como trólebus podem conviver, inclusive nas mesmas áreas e com intersecções da rede de fiação, sem que um atrapalhe o outro.

Pelo contrário. Seria o melhor aproveitamento da rede energética que conseguiria, com uma única estrutura, atender em determinadas regiões dois tipos de transportes diferentes. Isso porque, no caso da cidade de São Paulo, o VLT ainda se concentraria, de acordo com o projeto da prefeitura, somente no centro, mas o trólebus hoje tem uma abrangência até parte da Zona Oeste e principalmente na Zona Leste, onde opera a concessão do consórcio Transvida, integrado pelo Ambiental Transportes, responsável pela operação dos trólebus na cidade.

Voltando ao novo modelo de ônibus elétrico apresentado pelo prefeito: serão inicialmente 60 unidades, sendo que a primeira, apresentada ao Diário do Transporte, é da Viação Campo Belo com o chassi D11 BYD, mas outras empresas com diferentes marcas de chassi, também já encomendaram o modelo.

VÍDEO: Corredores verdes com ônibus elétricos deveriam ser primeiro passo para redução de poluição antes mesmo de estipular quantidade de frota

De acordo com especialistas, implantação inicial em sistemas troncais permitiria que houvesse tempo para criação da infraestrutura necessária para expansão de coletivos menos poluentes por mais regiões de um município

ADAMO BAZANI

Colaborou Yuri Sena

(ABAIXO DO TEXTO, ASSISTA O BOLETIM EM VÍDEO DE EXEMPLO DE VEÍCULO E PROJETO DE CORREDOR VERDE, MAS É IMPORTANTE LER ANTES PARA ENTENDER)

Sistemas troncais com ônibus menos poluentes, como elétricos, podem ser o primeiro passo para que as cidades possam reduzir os níveis de emissões de uma maneira mais factível em vez de apenas estipular quantidade de veículos a serem trocados.

Isso permitiria que houvesse tempo para criação da infraestrutura necessária para expansão de coletivos menos poluentes por mais regiões de um município.

Atualmente, a eletrificação das frotas de ônibus urbanos e metropolitanos enfrenta quatro grandes entraves:

  • Falta de recursos para financiamento de veículos que ainda são bem mais caros que os modelos a óleo diesel;
  • Autonomia limitada das baterias;
  • Infraestrutura de recarga e rede de distribuição na tensão energética adequada para frotas maiores;
  • Necessidade de mais opções de ônibus alimentadores, de pequeno e médio portes como micros e mídis, no mercado brasileiro.

A estruturação de corredores verdes não somente criaria eixos que permitem com que de fato o transporte coletivo fosse priorizado no espaço urbano, como seria condizente ao tempo necessário (sem postergações ou empurrar a questão para debaixo do tapete) para que esses quatro grandes entraves fossem resolvidos ou amenizados.

A medida seria, inclusive, mais eficaz num primeiro momento que meramente estipular quantidade de ônibus que poluem menos em circulação.

Isso porque os corredores seriam responsáveis pelo transporte onde estão mais concentrados os índices de emissões. Por serem sistemas de maior demanda de passageiros, tendem a servir locais onde já existem, habitualmente, melhor infraestrutura de energia, como os centros principais ou as centralidades regionais.

Estes eixos necessitam de ônibus maiores, que são mais disponíveis no mercado de elétricos, e de uma frota menor, porém com grande impacto ambiental.

Por serem sistemas “fechados”, com menor tendência de interferências externas e de trânsito, como ocorre com as ruas de bairro, os corredores também podem receber ônibus de tecnologias menos flexíveis, como trólebus ou “e-Troll”, que é o modelo que anda em parte do itinerário conectado a fiação aérea e em parte desconectado, só com baterias. Esses veículos são mais baratos que os ônibus puramente a bateria e exigem menores (ou nenhuma) infraestruturas ou adaptações de tensão para recargas.

A cidade de São Paulo, que possui o maior sistema de ônibus da América Latina, com mais de 12 mil coletivos, está a frente dos debates, tanto sendo exemplo de erros como de acertos.

Desde 17 de outubro de 2022, as empresas de ônibus da cidade de São Paulo não podem mais comprar modelos a diesel e, no plano de metas para o período de 2021 a 2024, a prefeitura estipulou que até dezembro do último ano deste plano (2024), haveria 2,6 mil ônibus elétricos rodando na cidade.

Ocorre que, justamente pelas dificuldades para adaptar a infraestrutura da rede de distribuição na tensão correta (a gestão do prefeito Ricardo Nunes e a distribuidora Enel trocam acusações mútuas) e pela falta de disponibilidade em escala de ônibus menores elétricos, não somente a meta não foi atingida (em vez de 2,6 mil elétricos em dezembro de 2024, havia 846 em julho de 2025, contando 201 trólebus e 535 a bateria), como pior: a frota atual de ônibus em circulação envelhece porque nem todos coletivos atuais a diesel mais antigos podem ser substituídos. Isso fez com que a SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema municipal de linhas permitisse com que a idade máxima da frota fosse ampliada de 10 anos para 13 anos.

Ao mesmo tempo, São Paulo não deixa de ser ainda a cidade brasileira com um plano de verdade de redução de poluição pelos ônibus e com metas (corretas ou não) definidas.

E há projetos que têm recebido elogios por parte de especialistas. Um dos que mais têm criado expectativas positivas é justamente a implantação de “corredores verdes”, aproveitando, inclusive, estruturas já existentes e que atualmente são corredores de fumaça.

O Diário do Transporte tem acompanhado os principais passos para os corredores verdes em São Paulo.

Na última semana, noticiou em primeira mão, com a palavra exclusiva do próprio prefeito Nunes, da “materialização” de um corredor verde: a definição do primeiro corredor que se tornará verde e a apresentação do novo modelo de ônibus, mais tecnológico, que deve servi-lo.

O corredor da Avenida Nove de Julho, que faz a ligação entre a região central da capital paulista e a zona Sul, até o terminal Santo Amaro, será o primeiro a receber o projeto “corredores verdes” da cidade.

A revelação foi feita pelo próprio prefeito Ricardo Nunes ao Diário do Transporte, quando mostrou com exclusividade ao site, o novo modelo de ônibus elétrico fabricado pela encarroçadora Caio que vai integrar a frota municipal

O projeto de corredores verdes incorpora ônibus livres de emissões, mas não apenas isso: toda a infraestrutura também terá tecnologias que podem reduzir os impactos da operação dos transportes coletivos no meio ambiente, como pontos e estações com energia solar, sistema de drenagem da água da chuva com aproveitamento para irrigação das áreas de jardinagem com vegetação urbana, que devem ser ampliadas ao longo do corredor

Especialistas como o engenheiro Olímpio Álvares aprovaram a iniciativa.

Membro do comitê que fiscaliza a substituição da frota de ônibus da cidade, o COMFROTA, representando a ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), em artigo ao Diário do Transporte, Olímpio Álvares, disse que o projeto “corredores verdes” deveria ser replicado para outras cidades do país por ser de relativo baixo custo e fácil implantação.

Quanto ao ônibus revelado por Nunes ao Diário do Transporte trata-se da nova geração de superarticulados elétricos da Caio, denominada eMillennium BRT.

Com 23 metros de comprimento para quase 200 pessoas, o gigante possui espelhos retrovisores inteligentes que eliminam pontos cegos, sistema de melhor aproveitamento de energia das baterias e iluminação interna que se autorregula de acordo com a claridade do local por onde passa.

Serão 60 unidades iniciais a partir de outubro já.

O primeiro, revelado por Nunes ao Diário do Transporte e pertencente a Viação Campo Belo, tem chassis BYD, mas o modelo pode receber outras marcas.

Veja o vídeo do boletim:

Modelo de ônibus elétrico inédito no Brasil que vai atender ao primeiro corredor verdade da cidade de São Paulo

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

 

 

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

*ADAMO BAZANI, jornalista especializado em transportes – MTB 31.521 (formação superior)*



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