Publicado em: 9 de junho de 2025
Ouvintes da Rádio ABC e leitores do Diário do Transporte relataram espera de cerca de uma hora. Reportagem confirmou denúncia
ADAMO BAZANI
Planejamento, gestão e boa operação, além de uma frota com qualidade.
Não há muito segredo para uma linha de ônibus se tornar atrativa e até mesmo convencer para o uso do transporte público quem anda de veículo ou prefere outros meios, como mototáxi, que apesar de proibida em diversas cidades, está em ascensão.
É justamente o que não ocorre na linha I-08, em Santo André, no ABC Paulista, que liga os dois subdistritos da cidade, do Jardim das Maravilhas, ao Bairro Paraíso, passando por locais importantes como Hospital Mário Covas, Hospital Brasil, Estação de Santo André, os dois terminais centrais, o San’s Club, o Shopping ABC (antigo Mappin), entre outros.
Seria um serviço que, apesar de ser sobreposto por outras linhas, teria de tudo para ser um dos mais importantes do sistema municipal.
Mas os longos intervalos, inconstância na frequência e uma frota que poderia melhorar são fatores que afugentam usuários e geram reclamações.
Nesta segunda-feira, 09 de junho de 2025, por exemplo, a ouvinte Júlia, entrou em contato com a Rádio ABC e com o Diário do Transporte, se queixando da I-08.
O Diário do Transporte já vinha acompanhando a linha, operada pela Viação Vaz e gerenciada pela SATrans (Santo André Transporte), da prefeitura de Santo.
Nesta segunda-feira mesmo, constatou que, em algumas faixas de horário, o intervalo entre os ônibus chega a ser de uma hora. Muita coisa para uma linha interdistrital e que atende a estabelecimentos de saúde importantes.
O próprio aplicativo oficial do sistema de transportes de Santo André, o Ciitamobi, mostra: no horário perto do almoço, onde existe uma demanda de estudantes, paciente e trabalhadores que preferem fazer sua refeição em casa, o intervalo entre as partidas é exatamente de uma hora.
No sentido Jardim das Maravilhas – Mário Covas/Bairro Paraíso, uma partida é 10h16. A próxima, só 11h16 e depois, só meio dia e seis.
Nem mesmo nos horários de pico os intervalos são atrativos. Do Bairro Paraíso – Mário Covas para o Jardim das Maravilhas, uma partida é 5h30, a outra 6h15 e depois o ônibus só aparece 07h…se aparece …
No pico da tarde, a mesma coisa. Do Jardim das Maravilhas para o bairro Paraíso, uma das partidas programadas é para 17h11. A outra, 17h46 e a próxima fica só para 18h27.
O Diário do Transporte verificou, no entanto, que na prática, esses intervalos acabam sendo até maiores. O trânsito complicado no centro da cidade, ainda mais com as obras de revitalização do asfalto em curso, piora a situação.
Mas o problema é que tem pouco ônibus mesmo.
Na faixa das 20h30, que já sai do pico, mas não é tão tarde ainda e tem muita gente que trabalho no comércio e em hospitais que está ainda voltando para a casa, só tinha um ônibus em toda a linha. Só um veículo no sentido para o Mário Covas – Bairro Paraíso.
Quem estava no Hospital Mário Covas ou nas proximidades do Shopping ABC não poderia contar com a linha.
Além disso, o Diário do Transporte constatou que a frota não é das melhores.
O tamanho dos veículos é midibus (micrão), o que até dá conta para a demanda.
Mas os coletivos estão entre os mais antigos da cidade, alguns em torno de dez anos de uso.
Logo após a reclamação da ouvinte, ainda na manhã, antes de 8h desta segunda-feira (09) o Diário do Transporte e a Rádio ABC entraram em contato com a prefeitura de Santo André, mas até o fim da noite, não houve resposta.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes