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Livoltek, com projeto Pixundé, leva motores de barcos elétricos à Amazônia e inaugura nova rota da transição energética brasileira


Iniciativa em Careiro da Várzea une tecnologia nacional, ciência e economia local para provar que navegar pode ser limpo e sustentável

ALEXANDRE PELEGI

A Amazônia — berço das águas e dos desafios logísticos mais complexos do país — será cenário de uma transformação silenciosa e elétrica. O Projeto Pixundé, anunciado em Manaus, chega para substituir o ronco dos motores a combustão por um som quase imperceptível: o da inovação sustentável movida por energia limpa.

Inspirado no poraquê, peixe amazônico capaz de gerar eletricidade, o Pixundé tem um objetivo prático e simbólico: testar e demonstrar a viabilidade de 20 motores de barco elétricos em uma comunidade de pescadores de Careiro da Várzea, a 25 km de Manaus. Durante seis meses, o experimento irá medir consumo, desempenho e impacto ambiental — e, sobretudo, mostrar como a transição energética pode nascer do coração da floresta.

Tecnologia global, fabricação nacional

Os motores foram desenvolvidos pela Livoltek, empresa do Grupo Hexing, que oferece suporte técnico integral ao projeto. A execução é coordenada pelo Instituto Somar Amazônia, em parceria com o Sindipesca, responsável pela distribuição e acompanhamento junto aos pescadores.

A inovação não navega sozinha: a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e a Universidade Estadual do Amazonas (UEA) participarão com equipes de pesquisadores para elaborar relatórios técnicos e artigos científicos. O projeto também tem apoio institucional da Suframa e abre caminho para futuras cooperações com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o World Resources Institute (WRI), fortalecendo a conexão entre ciência, indústria e sustentabilidade.

Pescar sem poluir: o futuro é agora

A proposta vai além da eficiência energética. Ao reduzir o consumo de combustível e eliminar emissões de poluentes, o Pixundé promete aumentar a renda dos pescadores, diminuir o impacto sobre os rios e ampliar o tempo útil de trabalho com menor custo operacional.

A expectativa é que os resultados do projeto reforcem o papel da Amazônia como território de soluções — não apenas de recursos — para o desenvolvimento sustentável. “A floresta pode ser fonte de tecnologia e de inovação, unindo o saber tradicional ao conhecimento científico”, resume o espírito do projeto.

Com isso, a Amazônia deixa de ser apenas um território a preservar e se afirma como laboratório de inovação para o futuro da mobilidade aquática brasileira.

Lançamento será em 14 de novembro

O evento oficial de lançamento do Projeto Pixundé está marcado para 14 de novembro de 2025, em Manaus, e incluirá visita à fábrica da Livoltek, barqueata de demonstração e cerimônia no Sindipesca. Devem participar representantes do setor público, universidades, instituições ambientais e da imprensa nacional.

Mais do que um teste tecnológico, o Pixundé é um manifesto pela sustentabilidade e pela autonomia energética das populações ribeirinhas — um passo simbólico na direção de um país que precisa aprender a ligar o motor da transição energética com os pés na água e os olhos na floresta.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transporte



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