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Maína Celidônio diz que frota de ônibus 100% elétrica para o Rio de Janeiro é meta até 2028 com novos contratos de concessão


Em resposta ao Diário do Transporte no UITP Summit 2025, secretária afirma que prevê 5 mil ônibus zero emissão para a cidade, e garante que interoperabilidade na bilhetagem depende somente de decisões políticas

ALEXANDRE PELEGI/RENATA VERÍSSIMO

Após sua participação em um painel do UITP Summit, o maior evento global de transporte público em Hamburgo, Alemanha, nesta terça-feira, 17 de junho de 2025, a Secretária Municipal de Transportes do Rio de Janeiro, Maína Celidônio, concedeu uma entrevista especial ao Diário do Transporte. Com foco nas inovações e desafios do transporte carioca, a secretária atendeu à jornalista Renata Veríssimo, e abordou desde o controle de dados da bilhetagem até a eletrificação da frota de ônibus, delineando um futuro promissor para a mobilidade urbana na capital fluminense. 

A jornalista Renata Veríssimo, da Impacto RV Comunicação, realiza um trabalho especial de cobertura do evento para o Diário do Transporte. Veja a seguir os principais tópicos da conversa com a secretária da prefeitura do Rio de Janeiro:

 

Diário do Transporte: Secretária, o Rio de Janeiro optou por assumir o controle dos dados de bilhetagem do transporte coletivo da cidade. Como essa iniciativa posiciona o Rio no cenário do transporte brasileiro e internacional? Há planos para um sistema interoperável entre todos os modais e entes federativos?

Maína Celidônio: Eu acredito que o modelo que o Rio está adotando é, de fato, um exemplo de avanço. Primeiro, porque passamos a entender a bilhetagem como um serviço público. Antes, não era considerado assim, e até fomos questionados se poderia ser objeto de uma concessão. No entanto, é fundamental reconhecer que a bilhetagem é um serviço importante que coleta dados cruciais e sensíveis para o planejamento e o financiamento do sistema de transporte. Além disso, ela garante o acesso ao transporte público, que hoje é considerado um serviço essencial. Ter clareza sobre isso também traz mais transparência para uma área que consome uma parte ainda maior do orçamento do município e profissionaliza o setor de transporte, eliminando conflitos de interesse. Isso é muito saudável para o bom desenvolvimento do setor e nos permite entregar serviços melhores e atrair operadores mais profissionais.

Sobre a interoperabilidade, é importante frisar: não é uma dificuldade técnica ou tecnológica, mas sim uma questão política. Temos a tecnologia; sempre dou o exemplo de uma máquina em qualquer banca que aceita cartões de todas as bandeiras e bancos. Se uma máquina faz isso, um validador é plenamente capaz de fazer o mesmo. Onde precisamos avançar é no desenvolvimento de uma “externalidade” no setor, para que tenhamos acordos entre instituições públicas que garantam essa integração. A tecnologia para isso já existe e é absolutamente possível.

 

Diário do Transporte: Vimos aqui no Summit muitos ônibus elétricos e autônomos, um grande contraste com a frota atual do Rio. A senhora frisou que o Rio de Janeiro não tem nenhum ônibus elétrico. Como a cidade planeja diminuir essa lacuna e avançar na eletrificação?

Maína Celidônio: Sim, reconheço que estamos “atrasados nesse jogo”. Há um gap muito grande entre a Europa e o resto do mundo, a Ásia e o Brasil/América Latina no que diz respeito a ônibus elétricos. No entanto, temos uma oportunidade muito grande agora: a renovação de contratos. Diferente de São Paulo, que está introduzindo ônibus elétricos nos contratos existentes, o que “amarra” a situação, nós temos a grande oportunidade de fazer novos contratos, pois os atuais estão terminando. Isso representa uma enorme chance de eletrificar a frota e promover uma renovação completa nos próximos anos.

Acredito que, se ficamos para trás, agora estamos no lugar certo, na hora certa, para fazer isso de uma forma muito boa, contando já com a experiência de quem está fazendo e já fez na frente. É o momento certo para darmos essa virada e podermos expandir de forma bastante rápida e agressiva nesse projeto de eletrificação.

 

Diário do Transporte: Quantos ônibus estão previstos nessa renovação e qual o prazo para vermos essa frota eletrificada nas ruas?

Maína Celidônio: Nossas primeiras contas indicam uma necessidade de cinco mil ônibus. Hoje, temos uma frota de quatro mil ônibus. Contudo, estamos estudando para ver como otimizamos, como a implantação de mais corredores de BRS, que diminuem a necessidade de frota. Nosso objetivo é fazer o melhor com o menor gasto possível, pois cinco mil ônibus, independente de serem comprados pelo município ou pelo privado, resultam em gasto público e investimento público.

Quanto ao prazo, o contrato atual acaba em agosto de 2028. Este é o nosso prazo, para bem ou para mal, de ter novos contratos, e os novos contratos serão uma frota zero. Portanto, nos próximos três anos, nosso objetivo, nossa meta e nosso compromisso é renovar a frota da cidade do Rio de Janeiro. É um projeto ambicioso, mas com grande potencial para transformar a mobilidade urbana carioca.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes





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