Publicado em: 8 de dezembro de 2024
Diversificação dos ramos de transportes é histórica do setor. Linhas urbanas correspondem a 1/3 dos negócios conjuntos dos grupos rodoviários
ADAMO BAZANI
A grande maioria dos empresários do setor de ônibus rodoviários interestaduais também atua em outros segmentos de transportes.
É o que aponta uma pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) – Perfil Empresarial – Transporte Rodoviário Interestadual de Passageiros.
Segundo o levantamento, 84,4% das empresas de ônibus rodoviários interestaduais têm negócios em conjunto com outras atividades de transportes.
Do universo destas empresas, mais da metade, 52,6%, opera no segmento rodoviário de cargas, de acordo com a pesquisa.
Em seguida vêm as atividades de fretamento (39,5%), linhas de ônibus urbanos (31,6%) e rodoviário intermunicipal (18,4%).
A CNT explica que a diversificação é uma estratégia de negócios que acaba aproveitando, inclusive, estruturas físicas, operacionais, de gestão e monitoramento já existentes.
Empresas de transporte rodoviário interestadual de passageiros que atuam em outras modalidades podem possuir vantagem estratégica significativa ao diversificarem suas operações. Isso porque essa diversificação permite uma melhor gestão de riscos, já que a empresa não depende exclusivamente de um único mercado. Além disso, a atuação em múltiplas modalidades de transporte pode gerar sinergias operacionais e logísticas por meio da otimização do uso da infraestrutura e da rede de rotas operadas. Por outro lado, empresas que se concentram exclusivamente em uma modalidade podem desenvolver uma experiência profunda nesse segmento específico. Isso lhes permite otimizar os aspectos do serviço, desde a gestão da frota e a manutenção dos veículos até o atendimento ao cliente e a adaptação às regulamentações específicas do setor. Diante disso, a especialização pode resultar em uma maior eficiência operacional e em custos mais baixos.
O que a CNT mostra é uma característica histórica do segmento de ônibus rodoviários interestaduais. Grandes grupos empresariais por todo o Brasil surgiram com o transporte em conjunto de cargas e de passageiros, ainda nos anos 1920, 1930 e 1940, quando as legislações eram menos exigentes e, ao mesmo tempo, num cenário no qual o País se “urbanizava”, sendo grande o fluxo de pessoas e mercadorias entre diferentes regiões.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
