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Marcelo Lima se compromete a Sintetra a conversar com outros prefeitos para evitar que região fique sem transporte. Empresários aguardam


Greve de ônibus no ABC: Marcelo Lima se compromete a Sintetra a conversar com outros prefeitos para evitar que região fique sem transporte. Empresários aguardam

Trabalhadores estão insatisfeitos com propostas das viações. Companhias podem apresentar novos índices, mas há problemas sobre recomposições de custos operacionais

ADAMO BAZANI

O ABC Paulista ainda corre o risco de ter uma greve geral de ônibus, mas uma reunião realizada nesta quarta-feira, 28 de maio de 2025, entre o presidente do Sintetra, sindicato dos trabalhadores, Leandro Mendes; e o prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima, que é presidente do Consórcio Intermunicipal do ABC, entidade que reúne os prefeitos da região; pode ser o primeiro passo para evitar que as sete cidades e mais o sistema intermunicipal fiquem sem transporte.

De acordo com Leandro Mendes, em conversa com o Diário do Transporte ao fim do encontro, Marcelo Lima se comprometeu levar o assunto para os outros prefeitos para analisar em que os gestores públicos podem ajudar nos debates.

Para Mendes, a sinalização é importante e uma conquista, mesmo que parcial, do Sintetra.

A reunião também deveria ter a presença da presidente do SET-ABC (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do ABC), mas a empresária não compareceu para melhor entendimento inicial dos prefeitos sobre a questão.

A estimativa é que em um eventual próximo encontro os donos das outras empresas de ônibus também estejam presentes ou mande representantes.

As negociações são trabalhistas, ou seja, entre patrões e empregados, mas como os serviços são públicos e as empresas dependem de fixações de tarifas e repasses, um posicionamento dos prefeitos pode contribuir.

As empresas destacam que há restrições financeiras ligadas a elevação dos custos operacionais.

OPERAÇÕES DIFERENTES:

Apesar de as sete cidades do ABC estarem conectadas, cada município possui uma realidade operacional diferente.

Por exemplo, enquanto São Caetano do Sul tem tarifa zero, sendo 100% subsidiada pela prefeitura, as outras cidades dependem de um mix de tarifas e repasses parciais.

Enquanto São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra possuem apenas uma empresa nas linhas municipais; em Santo André, há um consórcio com quatro companhias de transporte e mais um sistema com contrato emergencial.

Há também o sistema intermunicipal cujas regras de remuneração e repasse são do Governo do Estado.

PEDIDOS INICIAIS:

Os trabalhadores rejeitaram o reajuste salarial e nos benefícios de 5,32% que reflete o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) oferecido pelas empresas. Entre os pedidos estão 5,32% de INPC mais aumento real de 8%, mesma PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para quem trabalha em ônibus com ou sem cobrador, salário unificado entre motoristas de ônibus grandes (convencionais, articulados e trólebus) e mídis (micrões), além de VA (Vale Alimentação) em maiores valores.

ÔNIBUS DO ABC PAULISTA:

Presidente do Sindicato das viações – SETC-ABC (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do ABC), Milena Braga Romano, hoje reúne a maior frota de ônibus de toda a região do ABC, com NEXT Mobilidade (ônibus intermunicipais comuns, seletivos e do Corredor ABD – “trólebus), BR7 Mobilidade (sistema municipal de São Bernardo do Campo), além da companhia de fretamento e transporte escolar, Diastur. Tudo somado, chega a cerca de mil coletivos. A empresária deve também tentar o máximo para evitar a greve.

A região também é operada por empresas de outros grupos e que operam em outras cidades:

MUNICIPAIS

Santo André

– Consórcio União Santo André, formando por Viação Guaianazes, Viação Curuçá, Viação Vaz e ETURSA -Empresa de Transportes Urbanos Rodoviários. (linhas gerais – maior parte do sistema);

– Suzantur (Sistema de Vila Luzita – maior demanda concentrada);

São Bernardo do Campo

BR 7 Mobilidade

São Caetano do Sul

VIPE (Viação Padre Eustáquio)

Diadema

Suzantur

Mauá

Suzantur

Ribeirão Pires

Suzantur (Rigras)

Rio Grande da Serra

Viação Talismã

Metropolitanos (ônibus comuns, ônibus seletivos e Corredor ABD – “trólebus” )

NEXT Mobilidade – mesmo grupo da BR 7, de São Bernardo do Campo.

Escolares e fretamento

Diastur – mesmo grupo da BR 7, de São Bernardo do Campo

 

Novas assembleias vão debater eventuais novas ofertas por parte das companhias de transporte da região

ADAMO BAZANI 

Colaboraram Arthur Ferrari e Vinícius de Oliveira

Motoristas e demais funcionários dos sistemas de transportes do ABC aprovaram indicação de greve de ônibus na região.

Os trabalhadores rejeitaram as propostas apresentadas pelas viações que atendem às linhas municipais de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, além dos ônibus intermunicipais e trólebus da NEXT Mobilidade.

Ao Diário do Transporte, o presidente do Sintetra, sindicato que representa os trabalhadores dos sistemas de ônibus do ABC, Leandro Mendes, disse na tarde desta terça-feira, 27 de maio de 2025, que quer evitar a greve de ônibus na região, que seria prejudicial a todos, mas que as propostas das viações neste momento são ruins e que o risco de paralisação é real. O sindicalista ainda diz que tenta conversar com prefeitos da região para tentar auxiliar nas negociações. (AO FIM DA REPORTAGEM, DESCRIÇÃO COMPLETA DA ENTREVISTA)

OUÇA:


Uma nova assembleia deve ser realizada nesta sexta-feira, 30 de maio de 2025, quando, de acordo com o sindicato, deve ser decidido de fato se haverá paralisação ou não. Até lá há possibilidades de negociações com as empresas, mas os moradores da região que dependem do transporte coletivo já devem ficar atentos, porque até o momento houve poucos avanços.

As empresas ofereceram reajustes de salários e benefícios pela correção com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), de 5,32%, o que elevaria o salário de um motorista de ônibus convencional, articulado ou trólebus para R$ 4.462,07, de midi (micrão) para R$ 3.930,68 e de van para R$ 2.576,05. O vale alimentação seria de R$ 901,64.

Já a participação nos lucros seria menor para motorista de ônibus que circula sem cobrador, que hoje ocorre na maior parte das linhas do ABC.

Os trabalhadores querem índices de reajuste maiores, tanto em salários quanto em benefícios, equiparação dos salários de ônibus convencionais e micrões e participação única nos lucros, independentemente de os coletivos rodarem com ou sem cobradores.

Outras assembleias devem debater eventuais novas propostas das empresas.

Proposta rejeitada por unanimidade:

5.32% inflação

Convencional

R$4.462,07

Midi

R$3.930,68

Van e cobrador

R$2.576,05

Vale alimentação 

R$901,64

PLR linha A sem cobrador

R$3.169,81 2x primeira parcela 31/10/25 e 27/02/2026

PLR B com cobrador 

R$1.105,00

2x R$552,50

Veja mais sobre transportes da região neste link:

Volkswagen e Mascarello devem vender mais ônibus para a Grande São Paulo. Confira entrevista de diretor no Diário do Transporte e Rádio ABC

ADAMO BAZANI: Olá, bom dia Ricardo Leite, bom dia também aos ouvintes da Rádio ABC. Aqui no Diário do Transporte, a gente está na ponta da linha com o presidente do Sintetra (Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC), que é o sindicato que representa os motoristas e funcionários da área de transportes do ABC Paulista, Leandro Mendes. O sindicato que aprovou estado de greve dos ônibus aqui na região do ABC. O que é o estado de greve? Não é que vai ter necessariamente greve, mas é uma possibilidade, se não houver entendimento com as empresas, de paralisação dos ônibus aqui na região do ABC Paulista.

Leandro, primeiramente obrigado por conversar com o Ricardo Leite e aqui comigo no Diário do Transporte. Leandro, como que foi decidido isso? Quais são agora os próximos passos?

LEANDRO MENDES: À você, Adamo, ao Ricardo, aos ouvintes. Dizer para você que a data base nossa iniciou dia 1º de maio, e no dia 11 saiu o reajuste e o valor do INPC. E o valor do INPC vem medindo 5.32. A gente começou as negociações com as empresas, e em primeiro momento mandaram o INPC para a gente, linear em tudo, menos no PLR. E aí a gente trouxe, é obrigação da gente trazer para a assembleia, e na primeira assembleia, em dois horários, já foi reprovado. E aí a gente mandou um documento para lá dizendo que foi reprovado e que a gente queria sentar para tentar negociar um aumento melhor. Onde que a gente está pedindo 5.32, que é o INPC, mais 8% de aumento real, pedindo 1.100 no V.A. e pedindo o PLR igual ao salário do convencional. Porém isso é um pedido, não é que a gente quer isso, a gente pede. O não a gente já tem, então a gente pede para tentar entrar em uma negociação. E aí no segundo, agora eles me mandaram, hoje a gente teve uma assembleia de manhã, vamos ter outra agora às 16 horas, e eles mandaram para a gente o INPC em tudo e no PLR também. Mas mesmo assim, eu como presidente entendo que essa proposta é uma proposta ruim, uma proposta que não vem com a realidade da nossa categoria, o que a categoria está passando, a gente sabe quanto está custando hoje um alimento, uma cesta básica, a gente sabe que o aluguel aumentou e muito, então isso daí não é um número que a gente entende que tem que defender. Então a gente foi contra, o sindicato não defendeu essa proposta e colocamos em avaliação. E as empresas também, os funcionários das empresas também avaliaram que é uma proposta ruim no momento, que não dá para contemplar a categoria. A gente está mandando de volta, entramos em estado de greve, é bom explicar que estado de greve não é greve, que a gente está entrando em estado de greve, que se possivelmente não conseguir um reajuste que contempla com a categoria, aí sim a gente decreta uma greve. Mas eu como presidente do sindicato, já estou à frente do sindicato quatro anos como presidente e graças a Deus eu não precisei fazer greve ainda para conseguir um aumento que contempla, que seja bom para as empresas, para o funcionário, para o sindicato, para as prefeituras. Então o meu propósito como presidente é lutar para que não tenha greve, porque greve não é bom para ninguém. Mas para isso as empresas também precisam compartilhar, de ajudar com reajuste melhor, um reajuste que venha para o sindicato e que a gente possa defender. É claro que eu não vou contemplar todo mundo, mas se for uma proposta que eu entendo que é melhor para a categoria, que a gente não vá para o tribunal, com certeza eu vou defender sim, mesmo que algumas pessoas não fiquem felizes, mas eu tenho que pensar na maioria e o que é bom para a categoria. Porque de repente vem uma proposta que não é o que a gente realmente queria, mas é uma proposta que se eu ir para o tribunal eu não vou ser contemplado, porque na maioria das vezes a gente sabe como funciona o tribunal. Então a gente faz de tudo para não ir ao tribunal. Como eu já estou conversando com o prefeito da cidade, para de repente a gente ir no consórcio dos prefeitos, onde o Marcelo Lima é presidente, e pedir para que ele faça, se a gente não conseguir, que ele chame o patronal e o laboral para a gente fazer uma discussão e tentar entrar em um acordo antes de ir para um tribunal. Então eu vou tentar de todas as maneiras discutir para a gente conseguir um reajuste bom e sem brigas, sem greve, sem tribunal, sem nada, porque que nem eu falo aqui para a minha diretoria, eu falo nas assembleias, a greve não é bom para ninguém. A população perde, o sindicato perde, os funcionários perdem, a empresa perde, enfim, todo mundo perde. Então assim, eu aqui sou daquela que a gente tem que conversar até o final. A hora que não tiver mais jeito, se não vir proposta boa, infelizmente a gente tem que acabar indo para a greve, mas não é o que eu quero.

ADAMO BAZANI: Ou seja, o intuito é não ter greve, mas como a gente até já citou aqui no Diário do Transporte, há um risco de greve, uma indicação de greve. Há um risco nesse momento. Mas o intuito é evitar.

LEANDRO MENDES: Nesse momento, com certeza.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Colaboraram Arthur Ferrari e Vinícius de Oliveira





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