Publicado em: 5 de novembro de 2025

Novo chamamento público atualiza o projeto de 2021 e busca plataforma completa de coleta, consistência e georreferenciamento de dados domiciliares
ALEXANDRE PELEGI
A Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô divulgou, nesta quarta-feira (5), o aviso de Chamamento Público nº 10022660, que convoca empresas interessadas em apresentar manifestação de interesse para o desenvolvimento de um sistema de gerenciamento e monitoramento, com coleta e consistência de dados em dispositivos móveis, georreferenciamento de endereços, hospedagem de dados e suporte técnico para a Pesquisa Origem e Destino Domiciliar (OD). O procedimento segue o regulamento de licitações e contratos da empresa, e o edital está disponível gratuitamente no site oficial (www.metro.sp.gov.br). As propostas deverão ser entregues no prazo máximo de 10 (dez) dias a partir da publicação.
Esse novo chamamento retoma e amplia o caminho iniciado em 2021. Em dezembro daquele ano, o Metrô já havia aberto um chamamento para a realização da pesquisa OD nos moldes digitais — informando que, desde março de 2021, havia iniciado testes da nova metodologia em que o dado seria coletado por aplicativo em smartphones, em substituição ao método tradicional de entrevistas “porta a porta”.
Na fase piloto, o projeto-app permitia que o usuário autorizasse a coleta de geolocalização por sete dias consecutivos e, em alguns dias, declarasse as viagens realizadas (motivo, meio de deslocamento) por meio de aplicativo. O objetivo era obter um resultado mais ágil, econômico e detalhado em termos espaciais.
Esse histórico reforça que o presente chamamento não parte do zero, mas busca consolidar e operacionalizar a digitalização da pesquisa OD — cobrindo não só a coleta móvel, mas também georreferenciamento, consistência dos dados, hospedagem e suporte técnico em escala para toda a Região Metropolitana de São Paulo.
Importância para o planejamento da mobilidade
A Pesquisa OD é há décadas o principal instrumento de mapeamento dos fluxos de deslocamento na Região Metropolitana de São Paulo — usada para subsidiar decisões de investimentos, expansão de rede, definição de corredores, tarifas, estudo de demanda e políticas de transporte público. Nesse sentido, modernizar o método (com dispositivos móveis, georreferenciamento) significa:
• maior granularidade espacial (endereços, origens e destinos mais precisos)
• dados mais atualizados e com frequência de coleta potencialmente maior
• economia de recursos (menos trabalho de campo “porta a porta”)
• base mais apta a alimentar modelos de demanda moderna, integrados com big data/mobilidade inteligente
Para o setor de mobilidade urbana essa iniciativa permite conectar melhor os dados de origem-destino com as novas dinâmicas pós-pandemia (teletrabalho, deslocamentos mais curtos ou diferentes padrões), e com tecnologias de rastreamento, aplicações de usuário, integração de modos etc.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes


