Publicado em: 4 de fevereiro de 2025
Empresa canadense foi comprada pela Alstom em 2021; este é o 17º novo aditivo assinado com a companhia estatal metroviária
ALEXANDRE PELEGI
O Consórcio Expresso Monotrilho Leste (CEML), responsável pelas obras da Linha 15-Prata de monotrilho, teve seu contrato com a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) alterado.
As mudanças incluem a substituição da empresa Bombardier Transit Corporation pela Alstom Transport Holding US INC., que agora assume todos os direitos e obrigações do contrato. A Bombardier Transportation, que participou do projeto na fase inicial, aderiu à Alstom em 2021.
O consórcio foi formado em 2010 para iniciar a implantação da Linha 15-Prata do monotrilho, e posteriormente passou por uma mudança de sócios em seu contrato com o Metrô de São Paulo.
No lugar das construtoras OAS e Queiroz Galvão e da fabricante de trens Bombardier, constam hoje a Construtora Coesa (nova denominação da OAS), Álya Construtora (novo nome da Queiroz Galvão) e a Alstom.
A OAS e a Queiroz Galvão duas primeiras trocaram suas denominações enquanto a Alstom já havia assumido a rival canadense tempos atrás.
Além da mudança na composição do consórcio, o valor do contrato foi aumentado em R$ 25 milhões (R$ 25.001.079,50), tendo como base o mês de agosto de 2010.
O contrato também sofreu outras alterações, como em itens da cláusula de preços; subitens das cláusulas de pagamentos, vigência, prazos e subcontratação; cláusula de objeto; estabelecimento de nova forma de reajuste; substituição de planilhas de serviços e preços; e definição do critério para início do prazo de execução de obras e do momento de medição da complementação dos serviços.
O aditivo contratual, que oficializa todas as alterações, foi assinado em 30 de janeiro de 2025.
NOVOS TRENS
Após ter assumido a Bombardier, a Alstom assinou abril de 2022 um contrato para fornecimento de 19 trens Innovia™ 300, com sete carros cada, para operar no monotrilho Linha 15-Prata.
A produção dos novos trens está sendo feita na China pela PATS, uma joint-venture formada entre a Alstom e CRRC.
Como mostrou o Diário do Transporte em janeiro deste ano, os novos trens começaram a chegar a São Paulo, parte do investimento de R$ 1,4 bilhão. Relembre:
Novos trens para Linha 15-Prata de monotrilho, na zona leste de São Paulo, chegam ao Brasil
A segunda nova composição, do total de 19, chegou ao porto de Santos em 28 e janeiro vinda de Shangai, na China, por meio de uma complexa operação de transporte marítimo. A previsão é que o trem seja entregue ao Pátio Oratório, na zona leste da capital paulista, até a metade de fevereiro. A primeira composição entregue já está em fase de testes.
A nova frota foi encomendada pelo Metrô ao Consórcio CEML, responsável pela construção da via da Linha 15-Prata, fabricação de trens e implantação de sistemas.
No momento, outras duas composições estão a caminho: a terceira composição segue sua rota em direção ao Porto de Santos a bordo do MSC Carlotta enquanto o quarto trem está sendo preparado para embarque no porto de Shangai. Os demais serão entregues gradativamente até 2026.
O Metrô trabalha em duas grandes frentes para a expansão da Linha 15-Prata. No sentido leste, as obras das estações Boa Esperança e Jacu Pêssego, com mais 3 km de extensão e um pátio de manutenção. No sentido oeste, o Metrô iniciou as obras da futura estação Ipiranga, que vai se conectar com a estação homônima da Linha 10-Turquesa da CPTM, trazendo mais opções de trajeto. Neste trecho, o Metrô vai ampliar a linha em 1,8 km. A meta é concluir as obras em 2027.
A nova frota reforçará o atendimento na Linha 15-Prata, acompanhando a expansão em direção às futuras estações Ipiranga, Boa Esperança e Jacu Pêssego, contribuindo para maior conforto, capacidade e segurança no transporte de passageiros.
CONCESSÃO CANCELADA
O Consórcio ViaMobilidade chegou a vencer o leilão para concessão da Linha 15-Prata de monotrilho do Metrô de São Paulo em março de 2019. No entanto, o Governo de São Paulo decidiu revogar a concessão da linha em julho de 2024.
A operação e manutenção da linha 15 seria concedida ao grupo pelo período de 20 anos, com um contrato estimado em R$ 4,7 bilhões, o que corresponde à soma das receitas tarifárias de remuneração e de receitas não operacionais, como exploração comercial de espaços livres nas estações. Ao longo de todo o prazo da concessão, o concessionário deveria investir R$ 345 milhões no ramal.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes