Publicado em: 5 de fevereiro de 2025
Pólux Engenharia apresentou o menor valor ante as outras três licitantes; chinesa CRRC foi classificada em 1º lugar em concorrência voltada à compra dos trens
ALEXANDRE PELEGI
A Pólux Engenharia Ltda. foi declarada vencedora da licitação nº 10017329 para serviços especializados de consultoria técnica no gerenciamento do projeto de fornecimento de 44 novos trens para o Metrô de São Paulo. A decisão foi tomada após a análise das propostas e documentos de habilitação apresentados, com a empresa atendendo a todos os requisitos do edital.
Na sessão pública de 22 de novembro de 2024, a Pólux Engenharia Ltda apresentou a menor proposta, no valor de R$ 19.412.451,07, após a etapa de negociação. Outros concorrentes incluíram o Consórcio Tekhites – Modera, o Consórcio TÜV Rheinland – Sondotécnica e o Consórcio Gerenciamento EPM.
Veja abaixo a classificação com os valores apresentados pelas concorrentes.
O valor da proposta da Pólux foi considerado exequível após a verificação, sendo superior ao valor de referência de R$ 18.571.284,84.
Embora a proposta fosse exequível, foi calculada uma necessidade de garantia adicional de R$ 1.617.814,41.
Houve uma correção no valor total da proposta da Pólux, de R$ 19.412.450,78 para R$ 19.412.451,07. Além disso, a empresa ajustou a composição do Benefício e Despesas Indiretas (BDI) para atender a recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU), reduzindo o percentual de 65% para 38,24%.
Desta forma a Pólux Engenharia foi considerada habilitada no certame após a análise da documentação técnica, financeira e parecer jurídico.
As análises da proposta e dos documentos de habilitação podem ser consultadas no site http://www.metro.sp.gov.br.
A licitação foi conduzida pela Companhia do Metropolitano de São Paulo – METRÔ. O gerente de contratações e compras, Luis Alberto Ferreira Diaz, confirmou a habilitação e seleção da empresa.
COMPRA DOS TRENS
Como mostrou o Diário do Transporte no dia 27 de dezembro de 2024, o Metrô de São Paulo classificou em primeiro lugar a proposta financeira da empresa estatal chinesa CRRC, sediada em Pequim, para o fornecimento de 44 trens. Relembre:
Chinesa CRRC tem proposta financeira classificada em 1º lugar em licitação para a compra de 44 trens pelo Metrô de São Paulo
A maior parte desta frota vai ser para atender a expansão da linha 2-Verde do Metrô, que será prolongada até a Penha, na zona Leste da capital paulista, e, posteriormente, até Guarulhos, na região metropolitana. Mas haverá trens também deste lote para as linhas 1-Azul e 3-Vermelha.
A CRRC ofereceu preço de R$ 3,617 bilhões e depois baixou o valor, no pregão, para R$ 3,104 bilhões.
Em segundo lugar, ficou a Alstom, que ofereceu inicialmente R$ 3,74 bilhões e depois baixou o preço para R$ 3,121 bilhões.
O valor estipulado pelo edital foi de R$ 3,7 bilhões.
Ainda não é o resultado final da concorrência, que vai analisar a capacitação técnica e a documentação completa das duas participantes.
Como mostrou o Diário do Transporte, parte da compra destes trens vai contar com financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Em 29 de novembro de 2024, em Brasília, o Governo Federal anunciou pacote de cerca de R$ 10 bilhões para infraestrutura, mobilidade e transportes no Estado de São Paulo
Parte desse dinheiro será para financiamento de 1,3 mil ônibus elétricos, que serão adquiridos pela prefeitura da capital paulista e repassados às empresas de ônibus, 44 novos trens para o metrô e para o projeto TIC, do Trem Intercidades, que ligará a capital paulista às cidades de Jundiaí e Campinas, no interior do Estado.
Os trens serão utilizados na Linha 2-Verde do Metrô, que está em obras de expansão. Quando as obras forem concluídas, haverá mais oito estações, incluindo a integração com a Linha 3-Vermelha na Estação Penha. O total de investimento é de R$ 6 bilhões, sendo que o BNDES financiará R$ 3,6 bilhões.
Relembre:
BNDES anuncia R$ 10 bilhões para mobilidade em São Paulo: 1,3 mil ônibus elétricos, 44 trens e TIC
Cada trem deve ter seis carros (popularmente conhecidos como vagões, mas de forma errada), ar-condicionado e tomadas USB para celulares.
A licitação prevê ainda a implantação de sistemas e equipamentos, além estudos para adequação da nova frota.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes