Publicado em: 19 de agosto de 2025
Sistema de análise de imagens apoia prevenção de riscos, investigações e estratégias de fluxo nas linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda
YURI SENA
O monitoramento por câmeras tem desempenhado papel central na segurança e na eficiência das operações metroferroviárias de São Paulo. Nas linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda, mais de oito mil câmeras instaladas em trens, estações, bicicletários, subestações e vias alimentam em tempo real o Grupo de Análise de Imagens (GAI), responsável por identificar riscos, apoiar investigações e orientar estratégias operacionais.
Além de registrar ocorrências, o sistema auxilia na detecção de comportamentos suspeitos, objetos abandonados, aglomerações e situações de emergência. As informações coletadas são encaminhadas para equipes em campo, que podem agir de forma imediata para reduzir impactos aos passageiros e trabalhadores.
O grupo também contribui em auditorias internas, treinamento de agentes de atendimento e segurança e verificação de demandas enviadas pela ouvidoria. Outra função é o suporte a investigações externas, com fornecimento de imagens a órgãos judiciários e policiais quando solicitado.
Durante grandes eventos na capital paulista, como Carnaval, Fórmula 1 ou festivais de música, o monitoramento é usado para projetar o fluxo de passageiros e organizar estratégias que evitem sobrecarga em determinados trechos da rede.
A tecnologia inclui também o uso de câmeras corporais (bodycams) por agentes de segurança desde 2022. Os equipamentos, utilizados em estações e trens, têm como objetivo ampliar a transparência das ações e registrar ocorrências. Atualmente, são cerca de 500 bodycams em operação, distribuídas entre as quatro linhas.
De acordo com dados das concessionárias, em média centenas de horas de imagens são analisadas mensalmente, resultando em relatórios que subsidiam desde ajustes operacionais até medidas de segurança preventiva. Um dos casos recentes foi a localização de uma criança que se perdeu da mãe na estação Barra Funda, da Linha 8-Diamante, em agosto. Com o apoio do sistema, foi possível identificar o deslocamento do garoto e garantir que ele chegasse em segurança até a família.
Com quase 8 mil câmeras instaladas e uma equipe de mais de 20 profissionais dedicada à análise, o sistema se consolidou como ferramenta estratégica na integração entre tecnologia, segurança e gestão do transporte sobre trilhos em São Paulo.
Yuri Sena, para o Diário do Transporte