Publicado em: 5 de outubro de 2025
Substituições estruturais e ações preventivas vão abranger rodovias, trilhos e aeroportos diante do aumento de eventos extremos
YURI SENA
A Motiva finalizou a elaboração de aproximadamente 4,9 mil planos de adaptação climática para seus ativos de transporte no Brasil. O objetivo é aumentar a resiliência de rodovias, aeroportos, metrôs e trens diante do avanço de eventos extremos relacionados às mudanças do clima.
O levantamento, baseado em projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) até 2050, avaliou ameaças como ondas de calor, secas, incêndios florestais, deslizamentos, ventos fortes, inundações e tempestades. A análise abrangeu os mais de 4 mil quilômetros de rodovias sob concessão da empresa, as 120 estações ferroviárias e metroviárias, além de 17 terminais aeroportuários.
Segundo o diagnóstico, tempestades estão entre os principais riscos para todos os modais, enquanto inundações e deslizamentos se destacam nas rodovias, e ondas de calor preocupam especialmente nos sistemas de trilhos e nos aeroportos.
Do total de planos elaborados, 4.020 estão voltados às concessionárias rodoviárias, 657 para trens, metrôs e VLT, e 182 para a aviação. Entre as medidas previstas estão reforço em sistemas de drenagem, monitoramento de solos e estruturas, adaptação de trilhos a altas temperaturas, ajustes em padrões construtivos e adequações em aeroportos para enfrentar chuvas intensas.
A empresa prevê concluir até o primeiro trimestre de 2026 a definição das ações prioritárias que integrarão o orçamento de 2027. O trabalho também atende às diretrizes da norma internacional IFRS S2, que exigirá, a partir de 2027, divulgação obrigatória de riscos e oportunidades climáticas para companhias de capital aberto.
A íntegra dos resultados e o detalhamento financeiro sobre os impactos dos riscos climáticos deverão ser apresentados no Relatório de Sustentabilidade de 2026.
Yuri Sena, para o Diário do Transporte
