Publicado em: 11 de dezembro de 2025

Novo contrato prevê R$ 14,8 bilhões em investimentos para ampliar, modernizar e duplicar a rodovia que liga São Paulo a Belo Horizonte
YURI SENA
A Motiva saiu vencedora do leilão de concessão da BR-381, a Rodovia Fernão Dias, realizado nesta quinta-feira, 11 de dezembro de 2025 pelo Ministério dos Transportes na B3, em São Paulo. A empresa apresentou a proposta com o maior desconto sobre a tarifa básica de pedágio e garantiu o direito de administrar o trecho pelos próximos 15 anos, até 2040.
O contrato estabelece investimentos de R$14,8 bilhões ao longo de uma década para modernização, duplicação, ampliação de capacidade e obras estruturais ao longo dos 562 km da via, que conecta São Paulo a Belo Horizonte e atravessa 33 municípios. A Fernão Dias é considerada um corredor estratégico para o país, movimentando cerca de 250 mil veículos por dia e respondendo por aproximadamente 15% do PIB nacional.
Além da Motiva, participaram da disputa o Consórcio Infraestrutura MG, liderado pelo grupo EPR, e a Arteris, atual concessionária desde 2008. A decisão ocorreu pelo critério de maior deságio:
Motiva: 17,05%
EPR/Infraestrutura MG: 11,25%
Arteris: não apresentou desconto
O deságio representa o percentual de abatimento oferecido sobre a tarifa básica de pedágio definida pelo governo. O maior desconto garante a vitória no processo.
Durante a cerimônia de encerramento do leilão, o presidente da Motiva, Eduardo Camargo, afirmou que a empresa pretende dar continuidade às melhorias já realizadas na rodovia pela Arteris nos últimos anos.
O edital inclui uma série de intervenções estruturais e operacionais na Fernão Dias, entre elas: 108 km de faixas adicionais; 14 km de vias marginais; 9 km de correções de traçado; 29 passarelas; 17 interseções otimizadas; 2 Pontos de Parada e Descanso (PPDs); áreas de escape, túneis, melhorias de acesso e passagens de fauna.
Antes do leilão, o governo chegou a analisar uma possível prorrogação do contrato da Arteris, mas optou por abrir uma nova concorrência. O formato adotado permite que a concessionária atual seja indenizada caso não vença a disputa — neste caso, a Arteris terá direito a R$ 295 milhões pagos pela nova administradora.
O Ministério dos Transportes afirma que essa modalidade faz parte de um programa que busca reorganizar e padronizar contratos, oferecendo ao mercado projetos já reequilibrados previamente com a concessionária anterior, o que tende a atrair mais concorrência e melhorar a qualidade do serviço prestado.
Yuri Sena, para o Diário do Transporte


