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Museu do Transporte conquista a preservação de mais dois ônibus históricos que poderiam ter virado “ferro-velho”: Ciferal Padron Rio/Volvo B58


Veículos foram doados pela Universidade Federal de Juiz de Fora e se juntam a outros exemplares raros, como o “Tri-troley”, um ônibus articulado do Transcol e um três eixos urbano de Sorocaba

ADAMO BAZANI

Colaborou Vinícius de Oliveira

ABAIXO DO TEXTO VEJA MAIS FOTOS:

Dois ônibus que marcaram parte da história dos transportes poderiam ter um fim melancólico e que não faria jus a importância do modelo no desenvolvimento da mobilidade.

Dois veículos com carroceria Ciferal, modelo Padron Rio, com chassi Volvo B58, fabricados em 1993 e que faziam transportes internos no campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), iriam a leilão e, apesar de estarem ainda em bom estado, poderiam virar “ferro velho”, ou agora com desmanche para retirada de peças ou futuramente, depois de serem “surrados” em serviços severos.

Mas o Museu do Transporte de São Paulo conseguiu que estes veículos fossem doados pela instituição de ensino e, agora, passam a integrar o acervo da entidade que atua na preservação da memória dos transportes coletivos rodoviários e metroferroviários.

O acervo que, segundo a direção, cresce com o tempo, mas com responsabilidade, já tem exemplares marcantes e tão raros ao ponto de serem os únicos remanescentes de poucos exemplares que o País já contou.

É o caso do “Tri-troley”, que recebeu este nome internamente por reunir três tecnologias: o veículo poderia funcionar somente como trólebus, como híbrido (com motor elétrico + motor diesel) ou elétrico puro com recarga de oportunidade, que são carregamentos rápidos das baterias nos pontos de parada ou terminais com o uso de supercapacitores.

O veículo, recebeu o nome de Antônio Vicente, engenheiro que auxiliou o desenvolvimento de uma nova geração de ônibus elétricos brasileiros, nos anos 1970 e 1980. Era um trólebus orginalmente produzido em 1978 e que foi convertido em um ônibus híbrido com sistema de supercapacitor nos anos 2000.

Relembre a história:

Entre outros exemplares do acervo, guardado nas dependências da Viação Talismã, de Rio Grande da Serra, no ABC Paulista, também estão um ônibus articulado do Transcol e um três eixos urbano de Sorocaba

Em nota ao Diário do Transporte, o Museu do Transporte conta como foi o processo de doação, um pouco da história do modelo e que os projetos seriam impossíveis de se tornarem realidade sem apoios como da Viação Talismã, Eletra Industrial, Garden’s Soluções, Líder Baterias, concessionária BRT Sorocaba e, agora, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

O Museu do Transporte recebeu da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) a doação de dois ônibus que passam a integrar o acervo do projeto de preservação histórica da instituição. Os veículos são do modelo Ciferal Padron Rio, com chassi Volvo B58, fabricados em 1993.

Produzida entre 1991 e 1994, a carroceria Padron Rio foi um dos ícones do transporte coletivo urbano nos anos 1990, presente em diversas cidades brasileiras e conhecida pela versatilidade, com diferentes configurações de chassis. Os dois exemplares doados pela UFJF foram produzidos na versão de uma única porta, destinada exclusivamente ao transporte interno dentro do campus universitário. Apesar de permanecerem em operação até meados de 2010, os veículos chamam atenção pela baixa quilometragem e excelente estado de conservação geral.

A parceria com a UFJF marca a primeira doação oficial proveniente do setor público ao Museu do Transporte — um passo importante na consolidação do projeto de preservação. Caso fossem encaminhados a leilão, os veículos poderiam ter sido destinados ao desmonte, o que reforça a relevância da iniciativa.

Para viabilizar o transporte dos ônibus até o acervo, o Museu contou com o patrocínio da Líder Baterias e da concessionária BRT Sorocaba, responsáveis pela reposição das baterias ausentes. A ação também recebe apoio da Garden’s Soluções e da Viação Talismã, empresa parceira da etapa inicial do projeto para resguardo do acervo.

Além dessa conquista, o Museu do Transporte iniciou em outubro uma nova etapa de recuperação de outro veículo histórico: o ônibus elétrico híbrido Marcopolo Torino GV, com patrocínio da Eletra. Os recursos serão aplicados na modelagem 3D da carroceria, recuperação de componentes e funilaria traseira, reparo e reposição dos para-choques, além da remoção da adesivação antiga — ações que reforçam o compromisso da instituição com a preservação da memória do transporte coletivo nacional.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Colaborou Vinícius de Oliveira



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