Publicado em: 15 de novembro de 2025

Enquanto o mundo debate o futuro climático na COP30, a Amazônia torna-se exemplo prático de inovação verde com a entrega de 60 motores elétricos a pescadores por meio do Projeto Pixundé
THAÍS TEÓFILO, ESPECIAL PARA O DIÁRIO DO TRANSPORTE
Enquanto representantes de diversos países se reúnem para discutir caminhos urgentes para o clima na COP30, o Amazonas dá um passo concreto e cheio de significado rumo ao futuro sustentável que o mundo reivindica. Em Manaus, por meio do Projeto Pixundé, criado em parceria entre o Instituto Somar Amazônia e a Livoltek, 60 pescadores do município do Careiro da Várzea foram contemplados com motores elétricos para suas embarcações. A ação marca um novo capítulo na modernização da pesca e no uso de energia limpa na região.
A cerimônia de entrega, realizada na manhã desta sexta-feira (14) no Porto da RONAV, reuniu autoridades locais e representantes da empresa global e do instituto amazonense, que têm atuado de forma integrada para promover tecnologias sustentáveis e ampliar o impacto socioeconômico positivo nas comunidades ribeirinhas.
A iniciativa simboliza uma resposta direta aos compromissos globais discutidos na COP30: reduzir emissões de gases de efeito estufa, incentivar o uso de energia limpa e renovável, fortalecer economias locais e proteger ecossistemas sensíveis, como a Amazônia. Nesse sentido, a substituição de motores a combustão por modelos elétricos reduz significativamente a queima de combustível fóssil, o ruído e os impactos da poluição, contribuindo para um ambiente mais limpo e saudável.
Para a Livoltek, esse tipo de projeto já faz parte de seu portfólio de energias renováveis. A empresa, que atua em mais de 90 países, chegou a Manaus em 2024, gerou centenas de empregos e investiu cerca de R$ 70 milhões na construção da fábrica no Polo Industrial da cidade. Esse compromisso reforça a conexão entre população local, geração de emprego e renda, e a transição energética.
Time da Livoltek Manaus na entrega dos motores ou lançamento do projeto (Foto: Thaís Teófilo)
Para os pescadores do Careiro da Várzea, a substituição dos motores convencionais por modelos elétricos representa um verdadeiro marco: Além da a queda drástica de emissões de ruídos e gases poluentes ao meio ambiente, a mudança significa redução de custos com combustível e otimização do tempo de trabalho, fatores que impactam diretamente na renda e na qualidade de vida das famílias ribeirinhas.
O Diretor de Eletromobilidade América Latina Livoltek, Flavio Pimenta, destacou que a iniciativa reforça o papel do Amazonas como referência em inovação sustentável:
“A transição energética não é apenas uma tendência global, é uma necessidade urgente. E ver de perto essa mudança acontecer aqui, na Amazônia, tem um significado enorme. Estamos entregando tecnologia limpa, acessível e eficiente, que melhora vidas, faz a economia crescer e contribui diretamente para os compromissos que o mundo inteiro hoje discute na COP30.”
O Gerente da Planta Livoltek em Manaus, Marcio Sousa, enfatizou o valor da produção local e da parceria entre indústria e comunidades:
“É de grande interesse para todos nós que o produto usado na Amazônia seja produzido no Polo Industrial de Manaus. Hoje contemplamos 60 pescadores locais com motores elétricos e vamos trabalhar para que muitas outras realidades sejam transformadas por meio do uso da energia limpa.”
Com a entrega dos equipamentos, o Projeto Pixundé avança mais uma etapa decisiva e consolida a força das parcerias institucionais que trabalham por um modelo de desenvolvimento que equilibre progresso tecnológico, proteção ambiental e inclusão social na Amazônia.
“Se a BYD e a Tesla têm o carro elétrico, a Livoltek tem o motor elétrico para as embarcações dos pescadores amazonenses.” Finalizou o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas, Serafim Corrêa.
Thaís Teófilo é jornalista em Manaus (AM), e realizou a cobertura do evento com exclusividade para o Diário do Transporte


