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No Dia do Motorista; categoria pede mais segurança para trabalhar


Ataques a ônibus no Estado de São Paulo são o extremo de um cotidiano marcado pelo amor à profissão, mas também por riscos cada vez mais intensos

ADAMO BAZANI

Todo dia 25 de julho, a rotina parece se repetir: Empresas de transportes fazem homenagens,  reportagens aparecem aos montes e há até passageiros ou clientes de carga que “dão a graça” de falarem: obrigado motorista.

Claro que eventos e lembranças são importantes,  afinal, datas têm um propósito,  e não se deve desmerecer isso.

Mas na realidade,  o que o motorista profissional precisa vai além e não deixa de ser o básico: valorização (tanto em salários como em reconhecimento da sociedade), condições dignas de trabalho (que vão desde um veículo bem conservado a locais decentes para fazerem as necessidades básicas fisiológicas) e hoje em dia, o que tem chamado muito a atenção,  a segurança.

A onda de ataques a ônibus no Estado de São Paulo,  que desde 12 de junho de 2025 já foi responsável por mais de mil coletivos depredados, considerando os diferentes sistemas de mobilidade, é um assunto tão importante para o setor que suscita diversas discussões.

Além da prioridade ao transporte coletivo,  como o Diário do Transporte já abordou, há também a necessidade de melhorar a segurança dos trabalhadores do setor.

Ainda sem uma conclusão das motivações,  muito embora a Polícia Civil já começa a delinear hipóteses mais fortes, entre as quais questões relacionadas a contratos de empresas de ônibus,  os ataques são a versão mais aguda de um problema crônico: por estar na linha de frente da “sociedade real” ou do que se convencionou a chamar de “realidade das ruas”, o motorista profissional é cada vez mais sujeito a ser vítima de uma situação de violência crescente do dia a dia, mesmo sem ondas de depredações que são “fora da curva”.

Vandalismo é apenas uma das várias páginas desse álbum,  marcado por violência no trânsito,  assaltos,  intolerância e impaciência.  E isso vitima o motorista do ônibus,  do aplicativo,  do caminhão,  do táxi,  o motoboy e tantos outros.

No dia 25 de julho,  um dos clamores da categoria é pela segurança.  Por causa da onda de ataques em São Paulo,  sim, mas além disso, por causa das “normalizadas” ondas de violência diária.

Passou da hora de os Estados e municípios terem em suas polícias e guardas divisões de transportes,  mas não para multar e sim para proteger.

Passou da hora de a União ter um banco nacional de dados e inteligência para as ocorrências nas cidades e estados,  mas para os cargueiros que cruzam o Brasil e para os ônibus interestaduais e até internacionais.

Ostensividade e inteligência para proteger o profissional que é chave no acesso da população aos serviços básicos e que leva o progresso é o que deve também ganhar espaço nas lembranças do Dia do Motorista.

Enquanto isso não acontece,  cabe a nós,  como mídia especializada, cobrar o debate e noticiar os fatos, afinal,  vai o recado para os críticos do pijama: debate só é válido quando se é feito em cima do que ocorre concretamente.

E, mesmo assim, cabe ainda por parte do Diário do Transporte,  que traz de forma pioneira muitos assuntos,  pautando até a mídia em geral,  como foi o caso dos ataques,  dizer, apesar de tudo: Obrigado e parabéns , motorista.

Adamo Bazani,  jornalista especializado em transportes,  MTB-31521.





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