Publicado em: 4 de dezembro de 2025

Resolução publicada no DOE detalha áreas na cidade do Grande ABC que somam 35 mil metros quadrados entre Vila Palmares e Bangu
ALEXANDRE PELEGI
A implantação da Linha 20–Rosa do Metrô deu mais um passo nesta quinta-feira, 04 de dezembro de 2025, com a publicação, no Diário Oficial do Estado (DOE), da Resolução SPI nº 096/2025, que declara de utilidade pública novos imóveis no município de Santo André para fins de desapropriação, ocupação temporária ou instituição de servidão.
As áreas serão utilizadas para a execução de estações, poços de ventilação e saídas de emergência ao longo do trecho compreendido entre a Rua Lauro Müller e a Rua Visconde de Taunay.
O ato, assinado pelo secretário de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, integra o conjunto de medidas necessárias para viabilizar o traçado da Linha 20-Rosa — planejada para conectar Santo André a São Paulo, passando por bairros densos e eixos viários estruturantes do ABC Paulista. O traçado inclui atendimento a Vila Palmares, Vila Sacadura Cabral, Vila Príncipe de Gales, Vila Bastos, Jardim, Centro e Bangu, todos em Santo André.
Uma sucessão de atos publicados: desapropriações avançam
A nova resolução se soma a outras medidas recentes relacionadas ao mesmo empreendimento e já noticiadas pelo Diário do Transporte.
Em 02 de dezembro, o governo paulista publicou ato que desapropriou 48 mil m² no eixo entre São Bernardo do Campo e Santo André, ampliando a frente de trabalho para as primeiras intervenções da Linha 20-Rosa (
No final de outubro, outro ato oficial declarou de utilidade pública toda a área do antigo pátio da Ford, em São Bernardo do Campo, destinada a instalações operacionais e estruturas complementares do projeto (
Com a publicação desta quinta-feira, o governo reforça o ritmo de avanço do conjunto de desapropriações necessárias para iniciar, de forma mais ampla, a implantação do novo ramal metroviário.
Detalhamento das áreas atingidas
A soma das áreas descritas nos blocos técnicos alcança 35 mil m², envolvendo trechos essenciais para escavações, implantação de estações e obras de ventilação e fuga.
O ato também explicita que todas as benfeitorias eventualmente existentes nos imóveis desapropriados deverão ser demolidas, e autoriza o Metrô a invocar caráter de urgência nos processos judiciais, caso necessário, para agilizar as obras.
A Resolução traz perímetros distribuídos em seis grandes setores técnicos, com áreas calculadas a partir das plantas DE indicadas no DOE. A seguir, a soma por bloco/setor:
- Setor Lauro Müller / Vila Palmares — Plantas DE-20.35.01.00 (blocos 20582 e 20583)
- Bloco 20582: 1.504,73 m²
- Bloco 20583: 5.230,44 m²
Subtotal do setor: 6.735,17 m²
- Setor Recife–Novo Horizonte — Planta DE-20.00.02.74/028 (bloco 20585)
- Bloco 20585: 1.020,50 m²
Subtotal do setor: 1.020,50 m²
- Setor Príncipe de Gales — Planta DE-20.34.01.00 (blocos 20586 e 20587)
- Bloco 20586: 2.076,87 m²
- Bloco 20587: 5.128,79 m²
Subtotal do setor: 7.205,66 m²
- Setor Vila Bastos / Jardim — Planta DE-20.33.01.00 (blocos 20590A, 20590B, 20591 e 20592)
- Bloco 20590A: 813,03 m²
- Bloco 20590B: 1.109,07 m²
- Bloco 20591: 3.963,37 m²
- Bloco 20592: 933,94 m²
Subtotal do setor: 6.819,41 m²
- Setor Catequese / Padre Anchieta — Planta DE-20.00.02.74/027 (bloco 20590)
- Bloco 20590: 2.873,15 m²
Subtotal do setor: 2.873,15 m²
- Setor Viaduto Pedro Dell Antônia / Av. Industrial / Visconde de Taunay — Planta DE-20.32.01.00 (blocos 20594 a 20597)
- Bloco 20594: 5.664,68 m²
- Bloco 20595: 1.567,00 m²
- Bloco 20596: 1.719,00 m²
- Bloco 20597: 1.979,79 m²
Subtotal do setor: 10.930,47 m²
Total geral das áreas declaradas de utilidade pública: 35.584,36 m²
Linha 20–Rosa: um dos novos eixos estruturantes da Grande São Paulo
Prevista para ligar Santo André à capital paulista, a Linha 20–Rosa integra o conjunto de projetos de expansão metroferroviária do Estado e se conecta à malha existente a partir da região da Lapa, em São Paulo. É tratada pelo governo como um dos principais eixos de alta demanda do futuro sistema, cruzando zonas densas, áreas industriais e importantes corredores metropolitanos.
O avanço das desapropriações é etapa prévia imprescindível para liberar frentes de obra e consolidar o projeto executivo do ramal, cujo cronograma prevê início das intervenções principais após a conclusão dos processos fundiários mais complexos.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes


