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Novo Caio E-Millennium BRT, apresentado por Ricardo Nunes, também vai ser a carroceria do E-Trol


Modelo reúne tecnologias inéditas no mercado brasileiro em ônibus e também vai compor a frota do projeto “corredores verdes”, da capital paulista

ADAMO BAZANI

Colaboraram Vinícius de Oliveira e Yuri Sena

Observação: As imagens do ônibus no vídeo são ilustrativas já que o E-Trol (rede aérea + bateria) com a carroceria Caio E-Millennium BRT ainda será produzido com tecnologia Eletra. O ônibus da imagem é do mesmo modelo de carroceria, mas tem alimentação exclusiva por baterias e é de tecnologia BYD

Antes mesmo de ser inaugurado, o BRT-ABC, sistema de corredores de ônibus elétricos do tipo E-Trol (que funcionam com baterias e conectados a rede de fiação aérea), já vai passar por uma atualização tecnológica.

É que os veículos vão ser de um modelo mais avançado que o planejado inicialmente.

Os ônibus serão do mesmo tipo do projeto de “corredores verdes” da capital paulista, anunciados pelo prefeito Ricardo Nunes, em primeira-mão para o Diário do Transporte, com uma carroceria mais avançada, produzida pela Caio, empresa com sede em Botucatu, no interior de São Paulo. O modelo é denominado Caio e-Millennium BRT.

A tecnologia de tração elétrica, inclusive com a tipologia e-Trol, é da Eletra, feita em São Bernardo do Campo, na própria região do ABC. Os chassis são produzidos também no ABC, pela Mercedes-Benz. Motores e baterias são de produção da WEG, que tem sede em Jaraguá do Sul (SC). Ou seja, o modelo elétrico E-Trol é de tecnologia 100% nacional.

A informação foi confirmada de forma oficial, com exclusividade ao Diário do Transporte, pela diretora da Eletra, Ieda Oliveira, durante o seminário que debateu a aplicabilidade dos trólebus nos dias atuais, que ocorreu nesta quinta-feira, 145 de agosto de 2025.

Os debates do evento podem ser vistos na íntegra neste link:

Segundo a executiva, dos 96 ônibus E-Trol do BRT-ABC, 95 já virão com a nova versão da Caio, e o “cabeça de série”, a primeira unidade, que já está pronta, será de um modelo anterior.

Cada veículo terá 21,5 metros e capacidade para mais de 150 passageiros.

O novo modelo Caio e-Millennium BRT apesar de o design ser mais moderno tem em inovações tecnológicas os principais diferenciais de mercado, de acordo com a fabricante, que vão além de estética.

Entre estas novidades estão melhor redimensionamento do espaço interno, que permite mais espaço para os passageiros, iluminação interna que se adapta ao período do dia (início da manhã, manhã, início da tarde, tarde, fim da tarde e noite), proporcionando uma melhor claridade para os usuários e motorista, mas com “conforto” para as vistas. A carroceria ainda possui um sistema de retrovisores eletrônicos que elimina pontos-cegos para evitar acidentes e o painel é de uma tonalidade mais escurecida para evitar reflexo à noite e ajudar na visibilidade.

Todas as características relembre (COM VÍDEO) neste link:

Segundo Ieda ao Diário do Transporte, um dos diferenciais do novo tipo de carroceria, é que foi desenvolvida especialmente para ônibus elétricos

“É mais confortável, ele foi pensado mais diretamente para um veículo elétrico, então com toda a tecnologia possível de embarcar nisso, foi repensado todos os espaços, qual é o melhor espaço para se colocar o equipamento de tração, como é que se faz o conforto dessa carroceria, então ele está pensado realmente no que há de mais moderno para o transporte público – explicou.

Quanto à tecnologia E-Trol, Ieda diz que há mais vantagens em comparação com os ônibus elétricos somente a baterias. Entre estes diferenciais, está o custo de aquisição que pode ser 30% menor porque o modelo possui menos baterias, um dos componentes mais caros de um veículo elétrico. Mas a maior vantagem, segundo Ieda, é que o modelo exige pouca ou quase nenhuma infraestrutura de recarga de baterias nas garagens. Pelo fato de andar em parte do trajeto conectado à rede aérea, o E-Trol carrega os bancos de bateria enquanto opera, sem perder a flexibilidade porque consegue operar longos trechos sem estar ligado aos fios.

A infraestrutura de carregamento insuficiente para a demanda na cidade de São Paulo, pela falta de adequação da rede de distribuição pela concessionária ENEL, é apontada pela prefeitura da capital paulista como o principal motivo de as metas de frota de ônibus elétricos estipuladas pela própria gestão municipal.

O E-Trol, de acordo com Ieda, reúne o preço mais reduzido dos trólebus, mas tem a liberdade operacional dos modelos à bateria, podendo conseguir, na verdade, uma autonomia maior até pelo fato de sempre andar com a carga energética maior.

“Consome bateria e carrega no mesmo trecho da linha, porque toda vez que você passar embaixo da rede, você está carregando as baterias, então a vida útil dessas baterias vai ser no mínimo o dobro das baterias que sofrem aquela descarga completa todos os dias, então você tem várias vantagens, o banco de bateria é muito menor, portanto, o investimento é menor, tanto na compra do ônibus quanto na substituição desse banco de bateria e você não tem limitação de autonomia” -detalhou

CONEXÃO DE TIPOLOGIA DE FROTA COM A CAPITAL:

Com o novo E-Millennium BRT, a frota de “E-Trol” do BRT-ABC terá o mesmo padrão de conforto e atualização dos veículos que vão operar na capital paulista, no projeto de “corredores verdes” anunciado pelo prefeito Ricardo Nunes, em primeira-mão ao Diário do Transporte em 25 de julho de 2025.

Relembre:

O projeto “corredores verdes”, segundo o prefeito Ricardo Nunes, vai além da operação com ônibus elétricos. A proposta é que todos ou quase todos os elementos de eixos troncais de maior demanda do transporte público sobre pneus ofereçam mais ganhos ao meio ambiente. Assim, por exemplo, entre os itens, estão paradas e estações com energia solar; pavimento e calçadas permeáveis com sistema de escoamento e drenagem; tratamento antienchente, aproveitamento da água da chuva, e maior área de jardinagem, com uso preferencial da vegetação natural de cada região.

Como mostrou o Diário do Transporte, o primeiro eixo que deve receber o projeto é o que liga o centro a Sul da cidade, formado pelo Corredor 9 de Julho/Santo Amaro, o mais movimentado, com cerca de 700 mil passageiros por dia útil.

Relembre:

Diferentemente do E-Trol, entretanto, que mescla as tecnologias Trólebus e Baterias, os ônibus dos “corredores verdes” de Nunes na capital paulista, só seriam alimentados por bancos de baterias.

Entretanto, como mostrou o Diário do Transporte, será empregado um tipo de bateria considerado mais moderno que as atuais por ter recarga em tempo reduzido pela metade, de três horas para cerca de uma hora e meia, com ampliação da autonomia, principalmente para modelos articulados, podendo chegar a 350 km; além de maior vida útil.

Na última segunda-feira, 11 de agosto de 2025, o Diário do Transporte esteve na fábrica da BYD, em Campinas, no interior paulista, e viu de perto a produção. Denominada de “Blade”, a tecnologia de baterias vai equipar os 70 ônibus superarticulados, com 22 metros e capacidade para cerca de 200 pessoas cada que devem operar o primeiro “corredor verde” de Nunes na capital paulista entre a Avenida Nove de Julho e o Terminal Santo Amaro. São 60 unidades para a empresa Viação Campo Belo e mais 10 para a Gatusa

Relembre:

Entretanto, segundo a BYD, que faz as baterias, motores e monta os chassis, já existem cerca de 200 unidades o ônibus com esta nova tecnologia e com a carroceria mais moderna da Caio encomendadas por diversas empresas de transportes do sistema de linhas da capital.

Relembre:

Com o mesmo tipo de carroceria, tanto o sistema BRT-ABC, que é metropolitano gerenciado pelo Governo do Estado de São Paulo, e que será operado pela concessionária NEXT Mobilidade, que também constrói o corredor, e os veículos dos “corredores verdes” da capital, não serão destoantes e devem fazer uma espécie de “conexão”         de padrão de atendimento aos usuários quanto a conforto e também design.

LEIA A ENTREVISTA DE IEDA, DA ELETRA, NA ÍNTEGRA:

O Diário do Transporte está com a diretora comercial da Eletra Industrial,Iêda Maria Oliveira, empresa de São Bernardo do Campo, especializada em veículos de transporte coletivo não poluentes, que tem uma novidade. BRT ABC, que é o sistema de ônibus elétricos que vai conectar a parte do ABC paulista à capital.

Adamo Bazani: Vai ter novidade em relação ao e-Trol, né? O E-Trol tem uma novidade inédita que não se esperava, é isso?

Iêda Maria Oliveira: Isso, bom, além de toda a novidade que está embarcada no  e-Trol, por ser um veículo completamente inovador, recarrega as baterias em movimento, toda a tecnologia embarcada, tem carregador embarcado, além de tudo isso, ele vai estar com a nova carroceria E-Millenium BRT da Caio. Essa é uma grande novidade, vai ser um carro realmente muito moderno, com tudo que há de melhor de tecnologia desenvolvida no Brasil. 

Adamo Bazani: São todos os ônibus que vão ser? 

Iêda Maria Oliveira: Todos os ônibus, todos os ônibus serão com toda essa tecnologia disponível aqui no Brasil, desenvolvido pela engenharia nacional. A gente tem muito orgulho de ter parceiros como a Caio, como a WEG, que transformam mesmo a tecnologia de tração no que há de mais moderno no mundo. 

Adamo Bazani: A carroceria atual vai ficar então só com o chamado cabeça de série?

Iêda Maria Oliveira: Exatamente, só o cabeça de série que vai estar com a carroceria E-Millenium, também é uma carroceria muito bonita, mas todos os novos estarão na E-Millenium e BRT. 

Adamo Bazani: Quais são os diferenciais dessa carroceria? A gente a apresentou em primeira mão, ainda na versão elétrica a bateria, o próprio prefeito da capital paulista apresentou como projeto do corredor verde, que são os corredores sustentáveis da cidade de São Paulo, agora o BRT ABC, ele tem, por exemplo, novo layout, ele tem novo sistema para eliminação de pontos cegos, além da tecnologia da energia elétrica, que traz para o passageiro, em relação a qualificação, essa carroceria E-Millenium BRT ?

Ieda Oliveira: Bom, tudo, além de todos esses itens, a questão do design que ficou muito bonito, ele é mais confortável, ele foi pensado mais diretamente para um veículo elétrico, então com toda a tecnologia possível de embarcar nisso, foi repensado todos os espaços, qual é o melhor espaço para se colocar o equipamento de tração,  como é que se faz o conforto dessa carroceria, então ele está pensado realmente no que há de mais moderno para o transporte público. 

Adamo Bazani: A gente está falando do e-Trol para contemporaneizar e para o nosso ouvinte, leitor entender, o e-Trol é uma tecnologia de ônibus que funciona tanto só com bateria, quanto só com trólebus, a vantagem seria que enquanto ele está funcionando como trólebus, ele está alimentando a bateria, isso reduz a necessidade de recarga na garagem, por exemplo?

Iêda Maria Oliveira : Isso é o que a gente chama da recarga mais inteligente que tem, porque você carrega as baterias em movimento, ao contrário do tradicional dos ônibus elétricos que você para o ônibus, conecta um carregador e o ônibus fica parado carregando, no caso do e-Trol, você conecta a rede aérea e quando você está conectado, você usa a energia da rede para carregar as baterias e se deslocar, então você não perde tempo da operação com o ônibus parado precisando carregar, ele faz tudo isso em movimento, então isso é um avanço muito grande, eu diria que isso tem vários benefícios, primeiro lugar para a operação, ou seja, esse carro chega em uma garagem depois de um dia de operação e faz a sua atividade normal, ele não precisa pensar em recarga, então ele tem toda essa vantagem, as baterias, por você ter um ciclo muito positivo, você consome bateria e carrega no mesmo trecho da linha, porque toda vez que você passar embaixo da rede, você está carregando as baterias, então a vida útil dessas baterias vai ser no mínimo o dobro das baterias que sofrem aquela descarga completa todos os dias, então você tem várias vantagens, o banco de bateria é muito menor, portanto o investimento é menor, tanto na compra do ônibus quanto na substituição desse banco de bateria e você não tem limitação de autonomia, quer dizer, um ônibus elétrico de quase 22 metros, que transporta 150 passageiros ou mais e que pode rodar mais de 300 quilômetros de autonomia por dia sem nenhum problema. 

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes – MTb – 31521





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