Publicado em: 23 de agosto de 2025
Pesquisa mostra como combinar compra de ônibus elétricos, instalação de carregadores e operação diária sem comprometer o serviço. Caso de Chicago (EUA) aponta caminhos práticos para outras cidades
ALEXANDRE PELEGI
Um estudo publicado em agosto de 2025 no arXiv — repositório internacional de acesso aberto que reúne artigos científicos antes da publicação em revistas acadêmicas — apresenta uma nova forma de planejar a transição para ônibus elétricos no transporte público. A proposta une em um só modelo tudo o que precisa ser considerado: quando comprar os veículos, quando aposentar os ônibus a diesel e onde instalar a infraestrutura de recarga, sempre levando em conta como será a operação diária das linhas.
Como o modelo funciona
De maneira simplificada, o estudo mostra que é possível dividir o grande desafio da eletrificação em partes menores e resolver cada uma delas com técnicas de cálculo mais rápidas. Isso permite testar diferentes cenários em pouco tempo, ajudando gestores a escolher o caminho que garante menos custos e mais eficiência. Segundo os autores, essa abordagem chega a ser centenas de vezes mais veloz do que os métodos tradicionais, o que abre espaço para análises realistas em cidades grandes e complexas.
Aplicação em Chicago
Para mostrar o potencial do modelo, os pesquisadores aplicaram o método na rede de ônibus de Chicago, nos Estados Unidos. Os resultados apontaram três fases bem claras para a eletrificação: primeiro, priorizar linhas de maior demanda com pontos de recarga rápida; depois, reduzir o ritmo dos investimentos, aproveitando ao máximo a frota existente; e, por fim, completar a transição com carregamento noturno em garagens, atendendo rotas menos movimentadas. Essa trajetória sugere um caminho equilibrado para cidades que precisam avançar na eletrificação sem comprometer a qualidade do transporte.
O que isso significa para outras cidades
A importância do estudo vai além do caso de Chicago. O modelo mostra que é possível planejar a transição para ônibus elétricos de forma organizada, sem surpresas e com mais segurança para o poder público. Ao integrar decisões de longo prazo, como compra de frota e construção de garagens elétricas, com a operação do dia a dia, a ferramenta ajuda a manter o equilíbrio entre custo, sustentabilidade e qualidade do serviço.
O estudo pode ser lido no link:
👉 O estudo pode ser consultado neste link do arXiv
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes