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Ônibus elétricos são alternativas promissoras no Brasil pela geração limpa e abundante de energia, diz inventário de emissões da CNT


Material comprova que com 11% de todas as emissões de Gases de Efeito Estufa, ônibus não são vilões da poluição, mas podem melhorar. Diário do Transporte está em Belém (PA)

ADAMO BAZANI

Colaborou Arthur Ferrari

Como já havia mostrado o Diário do Transporte, definitivamente os ônibus não são os vilões da poluição, apesar de serem sempre citados quando o assunto é qualidade do ar ruim nas médias e nas grandes cidades brasileiras. O Diário do Transporte está na COP30, a Conferência de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas, que ocorre em Belém, no Pará, a convite da Eletra Industrial, empresa que fabrica ônibus elétricos e presta consultorias para implantação de sistemas e frotas eletrificadas. Mas justamente sobre ônibus elétricos é que o inventário das emissões do sistema transporte da CNT, Confederação Nacional do Transporte, traz um dado relevante.

Segundo os estudos feitos por diversos técnicos de diferentes áreas, apesar de não serem os vilões da poluição, os ônibus podem contribuir ainda mais para o meio ambiente e também para a sustentabilidade econômica e financeira de um sistema de transportes. De acordo com o levantamento, os ônibus elétricos são alternativas promissoras para o Brasil, sendo que a realidade da eletromobilidade pode se tornar uma oportunidade para o País se fixar como exportador desta tecnologia, principalmente para os vizinhos da América Latina. Sgundo o documento ao qual o Diário do Transporte teve acesso na íntegra e acompanhou presencialmente o lançamento nesta quinta-feira, 13 de novembro de 2025, no espaço Estação do Transporte, área oficial da Green Zone, na COP 30, a maior parte da poluição gerada pelos ônibus se dá pelos modelos urbanos, o que é natural de entender, já que correspondem pela maioria das frotas e também rodam muito e durante todo o dia em áreas mais concentradas. É nesse aspecto que o Brasil deve apoiar incentivos para a indústria de eletromobilidade.

Já os micro-ônibus, que inclui os escolares, têm uma participação mediana nas emissões desse tipo de veículo e os rodoviários quase que não geram impactos por causa da frota que é reduzida e também do tipo de operação, que se estende por linhas maiores em áreas em que não há concentração de poluentes ou a neutralização das emissões com a presença natural de vegetações e outros elementos da natureza.

O estudo ainda comprova que, apesar de haver restrições em relação à infraestrutura de recarga, algo que pode ser contornado, e algumas incertezas sobre detalhamentos técnicos dos veículos e a durabilidade das baterias, o trunfo do Brasil é justamente a matriz energética limpa e abundante, principalmente por hidrelétricas. A energia eólica, obtida através do vento, é outra alternativa para a geração de energia elétrica. O estudo comprova assim que o Brasil estará na rota do desenvolvimento se aproveitar todas essas fontes e aperfeiçoar os investimentos na indústria local de ônibus elétricos, algo que já tem sido aproveitado pela China.

O Diário do Transporte conversou com a exclusividade da diretora-geral da CNT, Fernanda Rezende, que explicou que os ônibus jamais podem ser considerados vilões e que o transporte individual é o principal problema das emissões. Para a executiva, independentemente da matriz energética, neste momento, se os ônibus forem mais estimulados, mesmo usando a diesel Euro 6 e sistemas de maior capacidade, como BRTs, corredores e ônibus rápidos, e sem esquecer a rede metroferroviária, já haveria ganhos ambientais. O estudo ainda revelou, como noticiou o Diário do Transporte, que isoladamente os caminhões representam 34% das emissões.

Relembre

COP30: Caminhões respondem por 34% das emissões de gás carbônico e veículos pequenos por quase metade – VÍDEO

As emissões de GEE dos ônibus e micro-ônibus foram estimadas a partir
de fatores específicos que refletem as tecnologias predominantes em
cada categoria. Os resultados evidenciam que os ônibus urbanos a diesel
concentram a maior parte das emissões de 15,6 milhões de tCO2e, tanto de
CO₂ quanto de CH₄ e N₂O, refletindo sua ampla frota circulante e o intenso
uso diário no transporte coletivo das cidades.

Na sequência, aparecem os micro-ônibus a diesel (2,8 milhões de tCO2e),
que, embora em menor escala, também contribuem de forma relevante para
o total de emissões, principalmente pelo uso urbano e intermunicipal em
rotas de média distância.

Já os ônibus rodoviários a diesel apresentam valores mais baixos de
emissões em comparação com os urbanos, representados por 1,8 milhão de
tCO2e, o que pode estar associado ao perfil de operação, por exemplo, rotas
mais longas e menos frequentes em relação ao transporte coletivo urbano
e ao seu menor número de unidades.

Os ônibus eletrificados surgem como alternativa promissora pela não
utilização de combustível e pela possibilidade de mitigar emissões, levando
em consideração a vantagem da matriz energética brasileira, com expressiva
participação de energias renováveis.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Colaborou Arthur Ferrari



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